quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Regresso a Lisboa


Longe de um texto sobre falsas promessas e relações degradadas, este é um texto sobre amizade, sobre quando nada importa senão estar com quem gosto.
Por vezes as pessoas distanciam-se no entanto o que realmente importa é em que ponto elas realmente se encontram, pois não interessa a distância, nem o tempo, no final, preciso só de cinco minutos contigo para voltar a ser tudo como sempre foi.
Caminhamos pelas ruas ventosas, onde o frio nos tenta desanimar. O nosso reflexo em cada montra, o meu sorriso sincero que tantas vezes se me escapa num beco solitário.
E os teus olhos azuis brilham desde o momento em que saem do comboio, a vitalidade sempre contigo, um gesto amigo espôntaneo sem qualquer intenção senão naturalidade.
Pela óptica da tua lente, capturas a tua perspectiva, apanhas o meu retrato imperfeito, e arruino polaróides. No entanto não te importas.
Nunca te importaste. Desde o ínicio que me acompanhaste, nem sempre ao meu lado mas, sempre com o teu pensamento na minha mente.
Pergunto-me pois como podes ser tu tão desaparecida entre a multidão? Como consigo eu tantas vezes te largar a meio do caminho, e tu estares sempre lá, por mais longe que estejamos, por mais diferentes que sejamos, encontramo-nos sempre.
Talvez seja isso que significa amizade. Talvez seja momentos destes que me fazem falta de vez em quando, o regressar de uma velha amiga.
Sara, estar contigo faz-me bem, é um regresso a tudo o que foi ontem, sem nunca perder o futuro.



Peter Sundowner

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