quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Descansar


Estou cansado, e exausto, a escrita torna-se intragável peso na minha garganta.
Se me vissem os nervos, veriam as pontas dos dedos gastas, de escrever sobre tudo e o nada, e os dedos ousam mas, o cérebro está cansado.
Portanto remeto-me a uma canção de embalar, deixo-me ir na prosa simples e de fácil apreço.
Gosto de ti, embora tu possas discordar. Gosto das nossas conversas, e isso ninguém me consegue tirar. És uma voz apaziguante no meio de todo o caos. Nestes dias que correm sinto-me cansado e exausto mas, tenho sempre as tua especial forma de ser para me animar, para me fazer sorrir.
Não depreendas que esteja triste, porque não estou. Estou apenas um pouco cansado, e com um pouco de ócio, preciso de escrever, de coisas importantes acabar mas, não me consigo obrigar a fazê-lo.
Sinto o teu apoio mas, sinto que não há nada a apoiar, simplesmente me começo a conformar que nada consigo alcançar.
canta-me então uma música de embalar e fecha-me estes olhos cansados, não quero perder estes sonhos.
Abraça-me nos teus braços uma última vez e faz-me sentir em casa, perdido em almofadas e cobertores, lembra-me de casa, pois não me lembro de tamanha sensação, não tenho tacto nem olfacto.
São várias as dores nas costas, cada vértebra partida de cada queda, cada suspiro de mais uma tarde sem ver o pôr-do-sol. Sou uma estrela que nunca ascendeu, sou uma alma conformada.
Estou deleitado em frente ao sol, encostado a ti, olhos semi-cerrados e o horizonte. Não consigo escrever, tudo o que agarro é areia. Cada minuto perdido na minha vida pesa-me no coração, estes são sentimentos em desvanecer, sinto-me cansado. Estou apenas cansado.
Gritos, suspiros, múrmurios, já tive demasiados desses. Canta-me a minha canção.
Canta-me a música do dia em que nos conhecemos, canta-me a canção no dia em que te desiludi, canta-me quando fomos heróis, e quando fomes forasteiros, canta-me e talvez me lembre
E me deixe simplesmente adormecer, não durmo à tanto tempo. Estou sempre acordado

Este texto é de quem ele tirar um sentido.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ghost Stories X- Kate Appletree, Nostalgia


De onde James Hollow olhava durante a sua partida, via-se uma janela aberta. Cortinados azuis esvoaçando ao sabor do vento, a portada branca aberta, convidativa, ao quarto, ao quarto de Kate Appeltree.
No seu interior, a cama coberta por edredons azuis encostada a um canto, as paredes cheias de fotografias antigas.
Kate de vestido branco, o cabelo negro encaracolado caindo-lhe sobre os ombros.
Um suspiro.
Carregado de emoção.
Saudade eterna.
Kate sente o coração bater fortemente dentro do vestido, a sua mão agarrando uma carta antiga, memórias preservadas para sempre, memórias dele para ela, eternas.
Outro lento suspiro, como uma marcha lenta, procissão da alma fragmentada, da alma nunca mais completa, a felicidade uma vez perdida, nunca mais será recuperada. Não daquela forma que tanto gostamos de lembrar.

Kate tem saudade. A memória dela persiste.

Uma canção de embalar que a leva voando numa mistura poética de sonhos e saudade.
Saudade, a doença eterna, a nostalgia na saudade, a lembrança de um tempo onde tudo era mais belo.
Nas paredes, milhares de fotografias dançam ao sabor do vento, memórias que saltam das suas realidades materiais, e tocam a música no coração de Kate.
Uma canção de embalar.
Uma lenta procissão.
Saudade e nostalgia as mãos que nos agarram ao passado, as memórias que deixam em nós, o cheiro e o sabor de algo melhor.
Quem esquece o passado está condenado a repeti-o. Quem não o esquece, deixa de viver o presente.

domingo, 25 de novembro de 2007

Ghost Stories IX- James Hollow, Death


O jardim escuro de Hollow Manor, abandonado às forças da natureza, abandonado a eternidade do tempo.
Árvores despidas de folhas, de troncos antigos e repletos de musgo, os ramos contorcendo-se em direcção à lua cheia, sofrendo da incapacidade de a agarrar.
As cercas de metal encontravam-se abandonadas e ferrugentas, o metal coberto com heras e erva rasteira, realçando o abandono do lugar.

A morte tudo alcança, e nem o tempo a impede.

Sentado entre as pedras, olhando o céu coberto de nuvens situava-se James Hollow, os seus olhos brancos assombrando o jardim.
As suas mão gélidas agarravam uma ampulheta dourada, onde os grãos não caáim.

O tempo eterno
A morte não o consegue contornar.
James tem o tempo na sua mão.

A Morte é ele, ele é a morte.
James Hollow, perdido para sempre, com o tempo na sua mão, a morte na sua essência, ele é a Morte. Ele é o inicio e o fim de tudo.
Olha dolentemente para a lua branca no céu, sente-se preparado para se despedir.
James Hollow abandpma Hollow Manor e leva consigo a ampulheta, querendo privar de seus irmãos a fatídica morte, prendendo-os na eternidade.
Morte. Solidão. Eternidade.

Os cabelos brancos esvoaçam no céu, enquanto abandona Hollow Manor para sempre.

E aabrindo os portões fecha Hollow Manor para sempre na sua essência, fecha os seus irmãos, fecha todos os que deixou para trás, a sua imortalidade assegurada, os sentimentos eterenos, a mansão nunca terminando, a vida passa a ser eterna, e a morte desparece.

sábado, 24 de novembro de 2007

Circunferência.


Gostava de pensar que cresci. Que a minha estadia neste mundo conhece uma evolução, que vou aprendendo com os erros e os obstáculos que se vão apresentado, como se o processo natural de crescer acontecesse mas, quão natural é crescer? Mudar é assim algo tão inevitável? Podia pensar que cresci mas, não sei como. Estou no mesmo lugar.
As coisas mudaram. Caras mudaram, os lugares mudaram, o que antes me fazia sorrir já não faz, e outras coisas que nunca imaginei acontecer, aconteceram mas, isto é um filme e mudam os actores mas, o enredo é sempre o mesmo.
Encontro-me sempre apático a tudo o que me rodeia, como se me sentasse sozinho num bar, a beber uma bebida à espera que a vida começa. A vida já começou, eu é que estou a perder com voltas de avanço.
Limitado por um sítio que cada vez me parece mais pequeno, quero estar com as pessoas de quem gosto mas, longe daqui, voar estradas sem fim, e ir para algum lado, perdido em desventuras por motéis de segunda categoria, e a dormir no chão de estranhos, sem ter um futuro em que pensar, quero viver o presente.
Mas, não sou preso apenas pelos lugares, estou preso por mim. Peco pela ociosidade, deixo-me ficar preso a torutosos sentimentos que não significam nada, pontes sem destino, encontro-me expectante sem anda porque esperar. E não consigo afastar este sentimento, esta sombra que se abate sobre mim.
Quero sentir o vento, quero quebrar o vício, quero soltar-me de uma vez por todas desta minha sombra, à uma vida à minha espera e eu não a consigo agarrar, ela escorregar da minha mão.
E tudo muda, a vida continua, as cosias avançam mas, sou o memso rapaz sonhador, sonho por um amor, sonho por amigos, sonho por palavras, e neste momento ainda só são sonhos, espero que um dia seja algo mais.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Lâmpada vs Mente. -ou- Sonhei Que Era Um Decorador De Interiores


É uma mesa de metal. abandonada no meio de uma divisão solitária. O chão é tal como a restante decoração, betão frio e duro, completamente desprovido de personalidade, é uma simples sala, um daqueles caixotes sem personalidade.
Sento-me numa cadeira de metal, raspando o chão enquanto a puxo em direcção a mim, sentado nela, olho para a mesa.
Lisa, completamente lisa, sem nada em cima dela, apenas uma lâmpada acima. A lâmpada encontra-se presa por um fio, e de onde vêm esse fio não sei, sobe pelo tecto adentro para junto dor esto da electrificação, é portanto uma simples lâmpada, acendo-a.
Acesa é...igual a qualquer outra lâmpada. Ilumina ligeiramente a mesa enquanto abana devido ao toque requerido para a fazer-se ligar, como seria óbvio e nada acontece.
Encontro-me em simetria perfeita com a pesa, perpendicular à lâmpada, paralelo à mesa, é tudo uma questão de ângulos, encontro-me no centro de uma divisão que não conheço, sou o centro de um mundo vazio, e portanto o conforto de um lugar vazio é o recorrer à imaginação.
De olhos fechados, isto não é uma divisão fria e abandonada. Para começar tem um maldito tapete para alegrar o chão, sinto o sorriso do chão debaixo dos meus pés. O tecto é pintado de uma cor quente, algo bege ou uma dessas cores não-naturais, progressivas, modernas, e encho o tecto, dou alguma textura à coisa.
Faço-me decorador de interiores e encho a divisão com mobília da Ikea, o catálogo de Inverno encontra espaço nna minha divisão, aquelas mesinhas de café, e aquelas cadeiras demasiado pequenas para me sentar, está tudo no valor estético da coisa.
E aventuro-me ainda mais e imagino uma outra cadeira, mais bonita, e uma mesa de madeira, a lâmpada coberta por um abat-jour.
E lá estás tu, de sorriso feito, vestido campestre como se de verão se tratasse, fitas-me com o teu olhar penetrador, por momentos sinto as memórias a vir ao de cima, cada momento, cada toque, cada marca. Páro. Abro os olhos.
Mesma sala. Mesma lâmpada. Mesma ventilação da treta.


Não fui feito para design de interiores, abuso sempre nos detalhes

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

An End Has A Start


Deitado no meu colchão de betão de olhos virados para o tecto, procurando a música que justifique as minhas acções, tentando captar o som que fazia de mim humano e não uma máquina. Monumental escultura eu sou, cinzelada e completamente de pedra, onde antes estava todo o espaço do mundo para um coração, está agora apenas uma casa vazia, paredes e estradas de memórias esforçando-se por bater mas, é tudo uma ilusão, consigo esculpir um sorriso mas, todas as ilusões são fáceis de retratar quando conformismo é tudo o que me atinge.
Por entre a penumbra da memória, por entre o desejo e o passado, o infortuíto e a má fortuna encontro-me deitado num mato, estou de volta.
Fui em tempos arquitecto, e desenhei o mar, azul e cristalino, as suas ondas a quebrarem-se na praia, envolvendo a areia branca e fina numa camada de espuma branca. Estruturei as antigas árvores, cada pormenor de musgo e fungos, cada insecto que caminha pelo tronco acima, cada copa densa e sazonal abanando conforme os suspiros do vento. Neste local sou rei e senhor, fui eu que criei, o meu mundo perfeito de perdição eterna, onde no verão vinha ter os sonhos mais perfeitos e bonitos que a minha mente utópica e romântica conseguia ter.
Sinto-me um estranho na minha mente, estes sonhos já não são meus, o criador deste lugar, encontra-se a dormir dentro de mim à muito tempo, sou a sua carapaça exterior, e jurara nunca mais voltar a este lugar.
Levanto-me por fim, conformado à realidade, caminho pelos tortuosos trilhos, passando por todos os locais onde te protegi e ergui um mundo, para habitares, onde serias sempre a mesma, a minha fonte de inspiração, onde guardas o que eu sou, quem eu fui.
Caminho perdido ans memórias, nas palavras reais que eram-me irreias, nas expectativas que criei com este lugar, o mundo dos meus sonhos, onde anda a sua caminhante, onde tu andavas.
E são apenas memórias, o antes de tudo, o começo, quando ainda só aspirava aos teus lábios, foi aqui que tudo começou, é aqui que termina.

Sento-me nas dunas e olho o horizonte deste mundo de sonhos criado por mim, é bonito.

O teu vestido azul esvoaça ao sabor do vento, tal como naquele dia, tal como naquele momento, esboço um sorriso e nunca te olho de novo, limito-me a sorrir, contra toda a dor, contra toda a saudade:

- Este é o fim, não é?

Simpels caminhante, aqui nasces. Aqui pereces.

- Tenho saudades tuas.

O teu sorriso enigmático. Não o percebo.



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...

Break The Silence With The Night


Silêncio. As avenidas encontram-se abandonadas ao silêncio, as suas estradas estão entregues a um frio e morto silêncio, os destinos cruzam-se no silêncio e a vida esmorece na luz da noite, o silêncio engole e retira a vida à mais ténue luz. Fazendo-se acompanhar de sombras e da imaginação o seu pano negro cobre o consciente e invade a vida, o silêncio apaga as vivas almas das estradas e assim silencia o mundo.
Resta pois apenas paisagem urbana, presa nos cordões da imaginação e da natureza, pincelada pelo mito, onde os prédios e as árvores sucumbem ao desconhecido da sombra, e o silêncio vê na luz dos candeeiros a chama da calma, a calma fria da noite, encerra o mundo, e esta paisagem é quador, quadro de toda a aparência, de toda a calma antes da tempestade, não só literal como metafórica a tempestade encontra-se em dois sítios, no meu mortal peito, e nos imortais céus, testemunhos do tempo.
O quadro mantém-se quieto ams, levanto os olhos em direcção ao céu, afronto Deuses ou entidades para me aclamarem, os ideais fazem de mim herói desta epopeia urbana, simples sonhador de escrita como arma, com olhos que ousam beijar os céus, a chama ardente do meu coração, a problemática da minah respiração cria oa rdor em mim, cria a revolta e a amargura e o olhar que lanço aos céus é acompanhado pela marcha triunfante do bater do meu coração.
E então ela cai.
Espelho de alma, espelho da memória, cai a densa chuva, levantando uma cortina que me envolve por completo, e a orquestra começa a longa dedicatória ao tempo, e a paisagem sinistra do silêncio é quebrada, e eleva-se a apatia. Os olhos amargurados são agora limpos por todas as gotas de água que me lavam de pensamentos, sou livre por fim.
O coração eclodindo a cada passo dado, enfrenta a chuva, chuva que sela as memórias e os espíritos dentro de suas casas, torna a cidade e as suas avenidas um deserto urbano no qual a minha imaginação percorre as vielas despertando em mim a liberdade e uma solidão libertante, sozinho com a natureza, no meu estado mais puro na terra, cada apsso pelos caminhos desenhados no chão fazem este pobre coração bater mais depressa.
Quando finalmente encontro descanso na areia, perdido numa praia abandonada,a chuva a cair-me na cara lavando-me de todas as cordas à realdiade, ouço o quebrar da orquestra da monotonia. Queda inevitavel de relâmpago, o marchar de tambores é a marcha para a qual o meu coração trabalho, de braços estendidos e de sorriso na cara, sinto-me vivo. A luz e o gritar dos céus tornam-me mais alto e mais vivo que qualquer outro ser, não há receio nem medo, uma entrega completa ao destino inexistente deixam os meus hábitos de jogador decidir por mim, a tempestade é a minha mais confortável casa, a casa da minha eterna inquietação.
A tempestade é a música que entoa o meu coração. Perdido nos meus sentidos e na minha imaginação, e tudo parece lá tão atrás.

Ghost Stories VIII- John Rye, Dream


No topo. Perdido. A sonhar.
No topo de Hollow Manor, subindo as escadas que nenhum habitante encontra, perdido nos pensamentos e no seu mundo, John Rye sorri e olha para o céu sem nunca desviar os olhos. Sem nunca parar de sonhar.
O observatório era uma velha torre que se encontrava parcialmente destruida, as vigas de madeira ligadas por teias de aranhas banhadas por um céu estrelado que engolia a paisagem que fazia desaparecer Hollow Manor e tornava o observatório uma ilha isolada no espaço, um mundo à parte.
Os tapetes velhos cheios de livros, as páginas soltas, virando de um lado para o outro assinalando a passagem do tempo, do vento. As palavras de pessoas, os sonhos delas, todas rodopiando ao movimento do vento, a eternidade de mentes e corações, perdidas em livros no quarto de John Rye, perdidas no céu estrelado que pintava o tecto sem limites do quarto de Rye.
Os olhos negros como pedras negras, os lábios finos esboçando um ténue sorriso, sentado numa das paredes destruidas, mergulhado no céu estrelado, mergulhado em pensamentos, perdido num barco sem vela, num comboio sem carris, um meio de transporte só seu, nadando com a lua eterna.

O tempo não passa, a eternidade é o sonho, tudo foi sempre um sonho, nada mais do que um sonho é. Em Hollow Manor o tempo não passa.

As suas preocupações parecem eternamente esquecidas para sempre, todos os problemas, todas as questões, John Rye era livre, e o seu castelo nas estrelas aguardavam-no para sempre, o céu engolia-o para sempre.

O sonho, é a mais bela das benções.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ghost Stories VII- Susan Black, Inspiration


Desenha. Pinta. Sem parar.
No segundo andar, onde se situam os quartos à também uma larga porta, com o topo em arco quebrado, reluzente e envernizado, escondendo o Atelier de Hollow Manor.
Antes apelidado de salão de baile, encontrava-se estranhamente num canto da casa, o soalho de dança coberto por tapetes variados e pó da divisão. No centro da sala, uma rapariga de cabelo vermelho escarlate, encaracolado e vibrante pintava incessantemente.
Os seus olhos verdes olhavam a tela preenchida, as suas mãos em movimentos suaves e firmes desenhavam linhas e espalhavam tinta pela tela intiera, de palete na mão, os dedos com as pontas ressequidas devido ás tintas.
O brilho nos seus olhos aumentava a cada pinçelada, o silêncio a ser quebrado pelo molhar do pincél na tina de água, sem parar para respirar, sem parar para pestanejar, o tempo não passava, não conseguia parar.
Incessantemente. Para sempre, Susan Black vai pintar.
Das largas portas de janela entrava a luz de um dia de sol, raiava e aquecia a divisão, entregando luz aos quadros espalhados pela divisão. Centenas de telas, retratos, paisagens, naturezas mortas.

Susan Black não precisava de ver, o mundo estava dentrod ela, a inspiração. A chama que nunca se apagava.

Na sua mão, os pincéis já andaram km, caminhando por paisagens e faces, sempre firmes e sem parar. Ela acaba.
Suspira levemente e sorri contemplando mais uma obra terminada, deixa-a num cavalete a secar ao sol, pega noutra tela e olha para o objecto uns segundos. O brilho volta a apoderar-se dela.
Susan Black volta a mergulhar o pincel na tinta, sem pensar, sem questionar o propósito, a inspiração tomando conta dela.

E pinta.
Pinta por si.
Pinta pelo que sente dentro dela.
A inspiração toma conta dela.
Tem todo o tempo do mundo.

Ghost Stories VI- Mr. Strange, Delirium


Esquecido em Hollow Manor, como tudo à sua volta, esquecido num ténue fio de tempo, parado e estagnado, encontrava-se Mr. Strange.
O tempo era algo abstracto em Hollow Manor. Os relógios continuavam a andar para a frente, o som dos pêndulos a tocar levemente no ar mas, os ponteiros nunca abandonavam a mesma posição. O tempo havia parado, Hollow Manor estava destinada a ficar presa e todos nela num momento, um simples momento.
Debaixo das escadas do corredor principal, perto da cozinha, encontravam-se umas velhas escadas que davam para a velha cave de Hollow Manor, onde havia uma velha porta castanha, escancarada, que dava para um velho quarto, o quarto de Mr. Strange.

Isolado do mundo. Isolado mesmo em Hollow Manor.

A única janela existente no quarto era uma leve brecha junto ao tecto mas, esta encontrava-se entupida de heras que desciam a parede e agarravam-se a uma cómoda, entrando e saindo de gavetas e caindo no chão.
Os olhos brilhantes de Mr.Strange reluziam por entre os cortinados verdes-lima e o fumo a incenso que absorvia o quarto.
Dançando frenéticamente, olhando para o seu aquário repleto de peixes coloridos, Mr. Strange brincava com uma bússola na mão, o seu cabelo pintado de azul despenteado balouçando com os movimentos nervosos do homem que se encontra revirando os olhos e rindo-se histéricamente.

A realidade por vezes cruza-se com o sonho, ambas as realdiades deixamd e ser evrdadeiras ou falsas, certas ou erradas, torna-se tudo subjectivo. Subjectivo de Mr. Strange.
Mr. Strange deixa-se cair na sua cama, o fumo do quarto encontra-se também na sua cabeça. As cores e a vida estãoa brotar dele, os seus olhos reviram com o sabor de mais uma fantasia, e no tecto vêem-se artefactos abstractos pendurados do tecto.

Delirio, a solução da vida? A quebra do pensamento? O delíro é uma benção e uma maldição.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Wandering


Imagino. Fecho-me em pensamentos, oblívio ao mundo em meu redor, engolido por todos os sonhos que aparentam só no meu sono residir, apagam-se os olhos e nascem outros, chamas incandescentes que revibram ao som da imaginação.
De olhos fechados é mais fácil abrir o coração, é mais fácil deixar outro mundo invadir-me, descontrolam-se as emoções, e deixam-se as preocupações espairecer, apenas resido eu e todos os mundos infindáveis que eu conseguir imaginar. Lagos e montanhas, vales e céus azuis, todas as cores, todos os fragmentos de mundo mergulham em concepções, e crio este novo mundo a que chamo de meu. Não é preciso haver mais ninguém aqui para ele existir, apenas precisa de mim para sobreviver, e eu preciso apenas dele para sonhar.
Sonhar, o meu mais infímo recluso, onde consigo realmente ser eu. Onde não sinto julgamentos de olhos alheios, nem as opiniões das pessoas que eu não quero ouvir, onde posso criar tudo, e esse tudo ser apenas belo, um sítio onde todos os meus desejos se tornam reais, onde posso escapar ás verdadeiras realidades deste mundo, um sítio onde nunca a calma se esvanecerá. É um sítio belo, o dos meus sonhos. Faz-me sentir seguro, protege-me de um frio e vulnerabilidade do mundo, entoa em mim uma canção dolente em que deixo-me apenas levar, como que uma onda.
O mundo pode esperar sem mim umas horas, enquanto eu ainda poder sonhar, enquanto houver uma alternativa a um mundo frio e por vezes cruel, se não puder sonhar, se não puder criar imagens e mundos, se simplesmente não conseguir descansar, perco os motivos para sorrir, perco-me.
E tremo a pensar como seria sem sonhos. Como seria sem estes minutos em que o mundo se cala, e eu sou apenas eu, eu e o meu mundo, onde todos os problemas desaparecem por instantes, onde posso ser feliz.

Se me tiram isso tiram-me tudo. A realidade é por vezes demasiado cruel para aguentar, preciso de sonhos para me agarrar.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Tired Of Being Awake em Automatismo


Malditas sensações. Malditos estados de espírito. é tudo oh tão dramático, a vida é uma lenga-lenga deprimente e eu sou o seu poeta. Estas palavras já não são mais lamentos, já não são mais sentimentos, estas palavras são adagas, e todos os pensamentos são veneno, e receio que se abrir a boca, cuspirei todas as palavras graves que alguma vez deixarei de sentir.

Conheces-me numa altura estranha da minha vida.

Conheço a mim mesmo numa altura estranha, torço o sorriso e tento sentir o vento mas, esta dor é um momento, e todos estes olhares são um baile de gala, são rodopios na tua mente, são apenas desilusões e encantamentos que te vão comendo ao pouco, afasta-te então ou habilitas-te a ser fragmentada, porque sou apenas um espírito livre, sou ilusão de óptica, vês bem em mim, em mim só à azedume e indiferença, são só palavras e vocábulos mas, um só olhar e deixo de precisar de palavras, apatia e raiva, as tuas acções merecem apenas um sorriso sarcástico e irónico, pensa que tu és apenas uma desilusão.
Olá para ti também, rpeciso de cinismos ou passo à parte negra em que me sinto revolatdo e faço de actor expressionista, és deprimente.

Queres liberdade? Faz algo.


Uma conversa com o espelho.

Everchanging


Morrer sem o coração parar. Desaparecer sem nunca ter realmente saído do lugar. Perder-se mas, estar sempre no mesmo local.
E esta morte é simples metáfora mas, nunca será uma simples palavra, a morte do ser não é a morte em questão, a morte dos lugares onde depositei o coração, essa é a verdadeira questão. É a morte lenta que sacode o meu corpo, a memória persiste mas, o local onde ela pertence não é o mesmo (nunca mais será).
Inquieta-me o simples coração ver a distorção e a corrupção deste lugar onde deposito memórias felizes, memórias que nunca vão ter um lugar onde voltar, que se perdem nas crónicas do pensamento.
O meu pensamento cria inventório, tenta ligar todas as memórias a uma época, a um momento, a um lugar, como quadros numa galeria, são momentos, e momentos que irei sempre recordar, são testemunhos do caminho de onde vim, e sem elas nunca saberei para onde me encaminharei. Portanto inquieta-se este coração sem local onde suas memórias possam repousar, torna a realidade em simples mito, e um passado que nunca mais no presente se situará.
Sento-me pensativo no muro de pedra, antes era tudo sebes e árvores, e olho para a praceta onde ficava o chafariz (uma criança outrora corria à volta dele).
Vejo uma criança a rir-se no cheiro da marsia, no meio dos trilhos e das flores, sorrindo sem nunca querendo ir-se embora, e assim nasce a memória.

Agora, que vida pode essa memória ter no meio de árvores cortadas, e excessos de pedras lapidadas?

Ao menos tenho-as, tenho memórias, tenho sempre. Memórias felizes e que irei manter vivas, mantendo velas acesas e chamas incandescentes que testemunham a sua preservação, e elas farão de mim quem quer que eu um dia seja.
Olho agora o céu, não suportando a violência que este lugar agora me traz, vejo nuvens claras, o memso céu de à dez anos atrás, e suspiro, vagarosamente, percorrido de saudade. A nostalgia que sempre me acompanha, acompanhará agor mais alguma memória.

Tudo muda. Parece que nada nunca muda.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

The Lonesome Crowded West


Estradas. Longos caminhos que percorrem as paisagens da minha terra, ligam-me o conhecido ao desconhecido, penetrando pela minha visão adentro e desaparecendo no horizonte, desaparecendo no meio do nada. O horizonte parece-me sorrir de novo.
Ver a estrada traz-me memórias, memórias de uma criança sonhadora que em mim nunca desapareceu, memórias de uma criança que sonhava em suber e descer vales mas, essa criança cresceu e as caminhadas nas montanhas foram agora substítuidas, o desejo da simples observação, de me apaixonar através do vidro do carro, destes sentimentos precários e eloquentes já pouco resta.
Agora tudo o que parece apenas resistir, apenas se mantém e ainda cresce, é o desejo de desaparecer no fundo da estrada, de chegar a um local onde ninguém tenha estado, onde apenas a minha imaginação me pode levar.
Imaginação. Esse brilhante trapézio que me lança do conhecido para o desconhecido, parando o coração em pleno salto, congelando os segundos entre o antes e o depois, salto pois sem nunca olhar para baixo, para o mar o mar de dúvidas. Pois a vida é um trapézio sem rede, e cada escolha deve ser vista como essencial.
No entanto nem sempre foi assim. No seio da minha família outrora via uma rede que nunca me deixaria cair no mar, no mar de onde pouca gente consegue voltar.
Mas, hoje em dia a percepção é maior, e vejo que na família não me posso sempre fiar, e os sonhos peculiares de crianaçs, deixam de ser sonhos, e tornam-se simples esperança, esperança que uma estrada nos perca no horizonte, esse desejo nunca perece.
Portanto esta estrada pode ser a minha hipótese, pode ser a solução, pode ser o salto do trapézio, a viagem a solução, que me leve ao desconhecido, e esse desconhecido pode ser o que eu sempre aspirei a encontrar.
Na estrada deposito esperança, amsi que esperança, deposito o meu coração, pois casa é um conceito que começo a não ter, e desaparecer no horizonte parece a única casa que a lar posso apelidar, poderei estar enganado. Mais uma dúvida.
Mas, por enquanto darei asas à criança em mim, darei asas ao pensamento de quem sou, e imaginar-me-ei perdido nas estradas, montes e vales, e questionar-me-ei se alguma vez os irei realmente caminhar

sábado, 10 de novembro de 2007

Faço de Palavras Vida

Faço das palavras a minha vida, faço delas o meu coração, faço delas os meus olhos para o mundo, o espelho para a minha alma, faço das palavras tudo o que sou, e mesmo assim das palavras não consigo fazer nada.
Falta-me talento, e inspiração. Não tenho alma produtora, que de um simples objecto retira a mais brilhante das descrições, não tenho olhos que passem do cenário para o texto sensações, como molduras de sentimentos, e não tenho técnica, não tenho técnica das mais simples palavra fazer brotarem sensações ou paisagens épicas, uso as palavras, não as consigo fazer representar nada.
E portanto, porque dou a vida por elas? Porque todos os dias encontro nela a segurança e o conforto que preciso? Porque é que faço isso e não consigo dar às palavras um uso merecedor da sua potência?
Escrevo, e leio, escrevo tudo o que consigo, tudo o que vem à cabeça mas, quando escrevo, o ínicio rasga pelo caminho da sensação e termina num final nunca designado e sinto-me mais frustrado do que quando havia começado, pois parece que ando à roda de um sentimento sem nunca o conseguir apanhar, de o observar, de o descrever, e assim sinto-me ainda mais perdido.
Dou a minha vida às palavras mas, como posso dar a vida a algo, se esse algo não é para ninguém. De que servem palavras se ninguém as vai ler.

No Direction Home


Suspiro, olho em volta e vejo-me mas, não estou presente. Vejo-me sentado em cima de um tejadilho de um carro abandonado no meio da estrada, mas, não estou nesta cena, não me encontro neste cenário. Pois ando de espírito fugitivo e não sei bem onde me encontrro. Fujo da minha consciência e não permito a mim próprio encontrar-me, estou perdido algures e tão fácilmente não me encontro.
Não estou presente, todos os momentos que vivo desde à um certo tempo são vividos por uma simples exteriorização de comportamentos e atitudes não correspondentes a nenhuma real interiorização de racíocinios, não me encontro, e tornar-se ia frustrante se essa parte da inteligência emocional não tivesse fugido também. Neste momento estou calmo e despreocupado, apático a tudo à minha volta, não sou uma justificação para este comportamento que vivo.
Estou completamente inadaptado a mim próprio. Tudo o que faço, e tudo o que digo não são acções que eu tomaria, todos estes sítios onde estou perdido, no desconhecido, no meio de desconhecidos, são frios para mim, não me ligam a nada, isolam-me do meu Mundo mas, que mundo é esse se ao que chamava Mundo não me consigo adaptar? Olho para o céu e contemplo as estrelas, não há resposta divina que me acalme o coração, não há uma sensação de uma ligação a algo maior, sinto-me sozinho.
E a sensação de solidão é, oh tão argumentável, porque críticos diriam que tenhoa migos ou que relacionamentos antigos, não foram assim tão felizes mas, amigos sinto-os distantes e com vidas, e relacionamentos antigos sãoa ssunto encerrado, e mesmo assim chamo-me de inadaptado.
E portanto tenho atitudes que não são minhas a olhos de conhecidos, e sou um estranho entre estranhos, não me conheço e todas estas nvoas caras também não, quero voltar para casa. Pois se casa, é onde um grupo de pessoas tem a sua noção de familiaridade e onde podem sempre voltar, porque se casa é o sítio onde sabemos onde já fomos amados, onde podemos sempre voltare e ncontrar um sítio onde nos sentíamos felizes, eu quero voltar aí, a esse ponto incerto na minha vida onde fui completamente feliz.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

What Ever Happened To The Rain


Sentado no meu quarto, na escuridão e conforto do meu lar, sinto-me em falta do espírito do Outono, do leve toque das mãos do frio da melancolia sazonal, sinto a falta das nuvens no mar que engolem o barulho e regem o silêncio que trazem a melancolia e o pensamento, e sinto a falta da brisa marinha nas manhãs chuvosas onde sou o único caminhante nas ruas abandonadas, onde são as minhas mais brilhantes euforias e fantasias em jogos de percepção durante tardes nas ruas solitárias.
Este sol precisa de um descanso, de guardar os seus brilhantes raios pois o som da chuva deixa saudade nos meus ouvidos, e o som do vento na minha janela parece agora uma memória distante, o conforto na solidão de uma manhã chuvosa é à muito uma ilusão e estas ruas que ecoam gritos e memórias precisam de ser lavadas de novo para dar lugar a novas histórias, a chuva tarda em chegar, e o meu espírito levar.
A energia esgota-se do meu corpo, e este sol é agora uma simples música de Verão que o meu corpo não consegue acompanhar, estou pronto para ritmos mais calmos, ritmos melancólicos e de vagarosas valsas que me apaixonem no conforto do meu cansaço, o Outono é a canção de embalar que nunca mais me vem acalmar, e os meus olhos castanhos olham o céu azul em busca de nuvens mas, bons prenúncios nunca mais parecem chegar.
As ruas isoladas na solidão da noite são as mais vagas emmórias desses tempos, e é sentado no chão do meu quarto, aguardando uma nova enchente de melancolia que imagino os mais épicos sonhos, os mais brilhantes devaneios do meu espírito melancólico. O clima não condiz com o pensamento.
É nestes sonhos que sonho construír um barco. Numa qualquer colina, pinto-lhe o velho casco de cores mortas em ode simbólico da minha vontade, reparo as tábuas velhas e gastas, e vejo a chaminé a deitar lentamente fumo provenienets da caldeira, o som leve e repetitivo do fogo a crepitar, sons confortantes dessas épocas onde sou apenas eu e os meus pensamentos. E esse barco, também ele sonha, pois ele é tão Eu como Eu sou Ele, somos um só, a minha vontade acaba na sua chaminé, e o convés dele acaba no meu peito dilacerado por um coração. Ele sonha, ele sonha com o mar.
Tal como eu, os nossos olhos põe-se no horizonte, e desejamos o mar, o som das amarras a apertarem-se com a brisa marinha, um isolamento com o breve e confortante acompanhamento da chuva, onde todos os sentimentos podem sair livremente, o barco sonha com o mar, no topo da colina onde reside, e eu sonho com a chuva que o vai tirar de lá, e descer as ruas desta cidade abandonada, olhando para tudo, e levando-me em direcção para onde o meu coração bate, esse destino será um sonho, um desejo de um cansaço ou algum sítio real, isso cabe ao meu barco me levar, em tons de valsa com as chuvas de Outono a acompanhar

Não sou original


Não o sou! Não importa o que digam ou o que pensem, de originalidade nada tenho, tudo o que sou, já muitos foram antes, tudo o que escrevo, já foi escrito por outros, eu sou assim uma repetição.
Não diria uma imitação idêntica de alguém ou de algo porque, não sou uma cópia, eu não finjo ser alguém, nem me faço passar por nenhuma pessoa em concreto, pois embora imitação seja a forma mais honesta de elogio, seria algo idiótico limitar-me dessa forma, ser uma simples sombra.
Continuo a afirmar que não sou original mas, nunca serei uma cópia de ninguém, nunca serei um Vonnegut, Salinger ou Gaiman, pois todos esses tem nome, e eu também tenho um, e é um dever natural fazer desse nome alguma coisa, dar-lhe a minha própria história.
E ambiciono ser original mas, nunca o vou conseguir ser, ninguém o realmente é, porque o nosso pensamento é sempre construído por algo que nunca foi nosso, somos estimulados pelo exterior e pelos outros.
Quando nos olhamos ao espelho, seria superficial ver apenas o nosso reflexo, seria um acto inconsciente e automático, um reflexo apenas físico.
Nós não somos simplesmente nós, desde que nascemos que aprendemos com o que nos rodeia, e portanto também com as pessoas, quem julgamos ser, é quem apresentamos ao mundo, e quem somos nós então, senão pensamento, ideias e ideais de outros?
É portanto muito subjectivo, quase impossível ser original, único, pois somos todos parte daquilo que outros já foram. Invejo os verdadeiros originais, que não pertencem a nenhum grupo, que são os precursores de tudo, aspiro a um dia ser assim, original.
Mas, sou limitado e aind anão descobri esse caminho para iluminação de consciência, e até lá nas minahs palavras estão os pensamentos, as ideias, das pessoas que construíram o meu ser. Quem eu sou, o que escrevo, tudo isso são fragmentos de almas de todos os que de mim fazem parte.

Ghost Stories V- John Mayhew, Commitment


Em Hollow Manor, havia uma velha cozinha cuja porta fica no hall de entrada.
Passado o corredor escuro dos quartos, abandonados à solidão, descendo as escadas velhas onde pendiam retratos, via-se no hall uma porta negra e polida, de maçaneta dourada, atrás da porta encontrava-se a cozinha.
Azulejos de um azul escuro encontravam-se entre azulejos brancos seguindo padrões de losangos nas altas paredes brancas, suportando velhos armários e estantes de madeira carunchosa, nas bancas encontravam-se os mais variados pratos de comida, desde enormes travessas de carne, ou a cuidadosamente decorados cesta de fruta.

Luxuosas. Apetitosas. Saborosas.

Entre o fum do forno e a janela, John Mayhew batia os ovos, estava cansado mas, não conseguia parar, estava a fazer um jantar para os convidados, os convidados que não chegavam.

Não haviam convidados.

E tinha tempo. Tinha todo o tempo do mundo. Para cozinhar, para fazer o que mais amava, cozinhar, confeccionar, não conseguia parar, cozinhava à muito tempo, tempo demais.
A comida já se encontrava cheia de bolor noutras bancas, ams nada importava, tinha que continuar a cozinhar.
O cabelo louro oleoso caía-lhe por debaixo do chapéu de cozinheiro, ele iria ter um banquete para quando os seus convidados chegassem.

Não importava o tempo.

E continua então John Mayhew a cozinhar, nunca quebrando o copromisso que jurara manter.
Os compromissos, são para manter.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Palavras são só palavras, nada mais.


Sinto-me uma pessoa vazia, sinto a falta de algo entre o meu coração e o meu consciente, sinto que cada palavra e cada frase são senão uma estrutura e uma técnica, pois, eu não sinto nada. No meu cognitivo sinto-me vazio e até agora não sou capaz de nutrir qualquer sentimento na minah escrita.
Fui um poço de sentimentos e de palavras à apenas alguns dias e agora estou assim pois, vazio, na falta de algo. Um quarto vazio, de paredes brancas, onde se nota o espaço onde outrora se encontrava mobília, candeeiros, quadros nas paredes que haviam desaparecido.
E eu sou assim, eu estou assim. Preso pela noção de algo que tive, que fui, e sinto essa falta, que essa ausência é uma ausência de mim.
Estou separado do que me faz Eu, não me sinto ligado a sentimento e memórias mas, há uma ponte mas, não há destino para ela, eu já conheci o outro lado mas, agora nem as palavras na outra margem habitam, sinto-me vazio, sem total consciência de que assim estou, estas palavras são ocas, pois não sinto qualquer sentimento, e não me sinto triste por isso.
Esta escrita é racional e lógica, de mim não brota qualquer sentimento nas palavras,d e mim próprio não tenho pena, estou fora do meu corpo. Observo-me.
Sou um próprio estranho na miha vida, estas palavras não fui eu que escrevi, o autor destas palavras não é o mesmo de quem as lê, são apenas palavras para mim, sou um simples leitor, o escritor em mim é um cientista, um estudioso das palavras. A minha inspiração e paixão estão dormentes.
Que sentido fazem então estas palavras se não tem sentimento? São palavras completamente vazias que representam o meu actual estado de espírito, um vácuo permanenye, uma ausência de alma matter, uma apatia que se toma de mim, e faz de mim uma marioneta das palavras, isenta de sentimentos

domingo, 4 de novembro de 2007

It All Comes Around To the Same Person, To The Same Girl


Dou voltas por todas as palavras escritas, por todos os pensamentos postos em papel e em folhas e vejo que neles tudo o tempo muda. Pensamentos mudam, ideias e ideais, opiniões e gostos, estética e interesses, paixões e desilusões, ortografia e tipografia, tudo muda sempre em permanente circulo vicioso onde os caminhos por vezes parecem repetir-se mas, onde vamos sempre dar a lugares novos mas, neste rio que são as minhas memórias e escolhas apenas uma coisa se mantém, e essa é a minha melhor amiga.
Os traços continuam os mesmo desde o dia em que a conheci, o leve sorriso desenhado como que se por um pincel na boca demonstra sempre a única realidade que ela representa, sem fachadas nem máscaras, apenas sincera, apenas ela, e não há maior honestidade que a dos olhos dela, fragmentados com pequenos traços na íris que parecem obras abstractas baseadas no mais belo dos sonhos, sonhos onde eu desejo visitar pois aí de certeza encontrarei a felicidade que tanto se fala nas ruas.
O cabelo dela variando com o tempo, em tons quentes no verão, em tons escuros no Outono acompanham as estações ma,s o calor do coração dela continua sempre lá, como que uma tocha que nunca se apaga pois ela é um fogo que nunca se apaga, nem mesmo debaixo de cenários de neve, o coração dela brilha por entre os flocos de neve que caiem vagarosamente, ela é a banda sonora dos mais belos cenários que estas palavras podem retratar.
E com um retrato destes, sincero e honesto, sem uma palavra de exagero e com apenas toda a devoção do mundo como podem as balanças desta vida brincar jogos de fado com as emoções dela.
Mundo ingrato que não aproveita a sua maior amante, a rapariga cujos olhos se apaixonam por cada pormenor do Mundo e cujas fotos e pensamentos são uma ode ao Mundo, este misero escritor não percebe o azar que o Mundo dá a uma das suas mais perfeita filhas mas, não me vou questionar, porque apenas me interesso em a ajudar, porque não sou tão honesto e puro e por isso redimo-me tentando fazê-la brilhar.
Pois eu sei quem ela é, sei cada jeito, sei ue ela é a minha melhor parte, é todos os bons momentos e todos os sorriso, ela é um todo, uma parte do meu mundo, e vai sê-lo, e eu serei apenas o seu mais fiel amigo, ajudando-a a combater a tristeza e a confusão a ansiedade e os pensamentos que corroem, pois ninguém lhe irá fazer mal, e os defeitos dos outros não vão cobrir a sua mente de dor, e eu só quero estar aqui para a ajudar, pois num papel eu posso escrever:

"Para Sempre." e ser mais real que uma jura de amor a qualquer amante que venha a ter

There's No Sun Nowadays or I Have One Killer Headache


Mais uma noite enevoada. Mais risos perdidos entre fumo e dialectos que eu não me recordo plenamente, mais teorias exacerbadas e auto-retratos comparados, tudo sobre um tabuleiro e um copo de dados assinalando jogos de má sorte, é uma notie escura mas, todos os corações nesta varanda queimam mais do que a visão de estrelas e dos infernos onde não receamos ir parar.
E é uma contenda permanente, contra o tempo que passa, contra as memórias que perduram e contra todos os pensamentos inóspitos que mentes estimuladas a tal podem ter, pois sombras e luzes fazem reflexos esotéricos que fazem corações abter mais um pouco, um pouco mais rápido e onde o mais racional e céptico homem se vê confrontado com as suas próprias dúvidas.
Por enrte estes cortinados e a olhar a Lua que se prepara para tombar, parece que na minha mente dançei a noite toda, dancei nas palavars de toda a gente, e custa então andar na boca de todo o mundo enquanto não se sabe onde exactamente acabamos por ficar,como ficamos, pois o futuro é incerto e todas as palavars deste mundo podem criar ou avassalar, por isso sou de ouvidos fechados a comentários envenenados pois cobras que mordam o seu veneno porque não há maneira de me tentarem a ir contra as minahs escolhas, e ponham-me nas bocas de todo o mundo e façam os comentários eu seia evrdade, e será sempre bem-vindo quem acreditar, pois enquanto tiver estas nites em que me rio com pessoas de quem gosto e enquanto essas pessoas forem minahs amigas, sei que algo estou a fazer bem.
O Presente nunca é pior do que o Passado, o Futuro é incerto pois lanço de novo os dados no tabuleiro e sorrio, sei todas as respostase todas as perguntas irei um dia responder.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

It's a text to a star that's brighter than the moon


Apelido isto de carta mas, não há enderenço para o qual posso enviar, nem há paciência para esperar a leitura dos mais diversos elogios que te possa afzer, porque estrelas que brilham na tempestade do presente são poucas, e tu tens sido um sol, tens realmente brilhado rapariga, és realmente uma estrela.
Preferia não te chamar estrela, digo-te isto porque não estás ao nível delas, elas espalham-se pelo universo algumas mortas ainda brilhando, outras a brilhar como pequenas velas de energia acesas mas, estrelas morrem, e uma estrela como tu nunca há-de morrer pois brilhas como a lua, e és mais eterna que qualquer felicidade efémera neste céu.
De bom coração e de nome musical, tens sido uma presença constante neste caminho torturoso que eu escolhi seguir, tens sido nos últimos tempos a alma e os pés deste viajante, e o teu apoio tem sido algo que nesta caminhada muito tem feito muito, e quando não há a tua presença as coisas tornam-se um pouco mais díficeis de aguentar, os caminhos silhuosos um pouco mais complicados.
E o teu espírito altruísta tem-me conquistado, dá-me esperança de te poder um dia chamar de "uma das melhores" que alguma vez conheci, porque se a vida fosse uma música, serias a música que ajuda a passar a noite, se fosses um livro serias um capítulo treze, um capítulo onde a heroína aparece.
E os problemas não são apenas meus, teus também os tens, e eu faço o que faço melhor, e é lutar por algo,e neste momento o meu campo de batalha é a tua felicidade e tenho a certeza que esta batalha hei-de ganhar, pois estrelas que brilham mais que a lua, na escuridão nunca vão ficar.
Histórias similares não significam finais idênticos, e nesta história o relâmpago não cai duas evzes no mesmo lugar, pois sei que vamos brilhar mas, sei que tu Catherine és estrela que nunca vai tremuluzir, pois não há nada que te vá deixar mal, pois amor é uma verdade que tens, e a minha amizade é algo que nunca te vai escapar, pois eu toco esta ode tentando lembrar-te, que o teu valor em mim está sempre em mim assinalado.
És estrela e tu apenas, o céu é algo vazio sem ti, és estrela e tudo o resto a que chamam de estrelas são reflexos da tua luz. Está um céu estrelado e eu estou simplesmente feliz, pois conheço-te e isso é suficiente para a mim feliz deixar.

Ain't nobody got a blessin' like mine