sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Lisboa


Lisboa, és a minha mais sincera amante, a eterna donzela que segura sempre a minha mão.
É nas tuas ruas que suspiro as minhas tardes, é nas tuas noites que gasto os meus sapatos, nas tuas manhãs que vivo a minha nostalgia, e é em ti que a minha vida se desenrola.
O teu céu não é o mesmo que me cai todas as manhãs no resto do mundo, o céu que cai sobre mim são gerações de poemas e letras, todas pintadas pelo maior dos artistas criando para os teus prédios, para as tuas alamedas, um céu digno da da tua história.
E minha bela amante, conheci contigo vitória e derrota, euforia e apatia, foste a minha companheira no bom e no mal.
Abraçaste-me nos meus momentos mais bonitos, as tuas luzes iluminando os meus momentos de amante, os teus corredores testemunhando os meus momentos mais humanos, guardando-os nas tuas paredes, nas tuas janelas, na tua calçada.
Acarinhaste-me contra o teu peito, como o bom filho teu que sou quando me escorriam as lágrimas do desespero, a dor da suadade, confortaste-me nas vozes dos teus habitantes, as tuas pracetas foram a minha guarida.
E aceitaste-me sempre, fosse eu um condenado ou um amado, tomaste conta de mim, encheste-me de vida todos os momentos, com amigos, ou sozinho, estiveste sempre comigo, elevando-te perante mim, em toda a tua grandeza, nunca fechando as tuas portas à minha causa.
E foi em ti que conheci a amizade, gastando a voz, de voz rouca, do pôr-do-sol ao nascer da madrugada, esperando o comboio enquanto me guardavas nos teus braços as últimas réstias da noite.
Conheci contigo o amor, a paixão do primeiro beijo, acolheste-me quando amei outra, e foste para nós a nossa casa, transportando-me nas tuas estradas até casa dela, para os locais que com ela te marcaram em mim, e foste sempre amável, mostrando-me o melhor da vida.
E quando o amor acabou, acolheste-me no meu desespero, as tuas luzes foram carícias em coração magoado, e embora nostálgica e reclamando memória, trouxeste-me paz de novo.
E Lisboa, depois de tudo, da dor, do amor, do ardor, da saudade, da amizade, és ainda a minha única casa, serei sempre teu e da estrada, um amante imperfeito para uma cidade perfeita.
Deste-me vida, incontáveis memórias, dou-te todo o meu amor, e a alegria de sempre poder voltar.

Faintly Falling Ashes


E começa como o anterior, um simples novo dia.
Não importam as querelas do dia anterior, as lágrimas de um ano de luta, não importam os sorriso que se perdem no outrora, o que acontece, o que realmente importa é a única constante nas nossas vidas, a continuidade desta mesma.
Os céus escurecem, a chuva cai. Uma percussão eterna da natureza, nunca terminando, renovando-se sempre, cada gota que cai contribui para a melodia simples que invade as ruelas por onde andamos, e a vida? Essa continua.
Mesmo depois de estar aqui, dos meus problemas acabarem, das alegrias passarem, a vida vai continuar, sempre em renovação, o enredo o mesmo, os actores mudando.
E quando é tudo tão efémero, quando a vida é reduzida a isto, porque desejamos complicá-la tanto?
Respiro fundo então, o amanhã é só mais um dia, por isso não morro por hoje, não choro por ontem, nem anseio o amanhã, são apenas dias, e virão muitos mais, em qualquer formato desejável ou desprezível mas, virão.
Não posso ter pressa de viver tudo hoje, porque não morro amanhã, um passo de cada vez lembro a mim mesmo.
E as paixões que se apagam, acenderão novas um dia e portanto não devo ansiar o passado, os amigos vão-se embora mas, o que importa é os amigos que tiver amanhã.
Subo a rua do Alecrim, as cercas de metal desgastado paralelamente a mim, as luzes da cidade iluminando cada passo, a chuva a mistificar cada espaço, andar faz-me feliz.
E as árvores mudam as cores, e os céus escurecem, as ruas enchem-se e ficam vazias, uma história cada dia, e o que receio não conseguir alcançar hoje, a impossibilidade de ter tudo? Posso tentar de novo amanhã.
E desapareço agora no meio das pessoas, debaixo das luzes de natal, desaparecendo mundo a dentro, por entre contos, histórias, palavras
É Natal e sou feliz, não a pensar no passado, não a morrer no presente, não ansiando o futuro. Apenas vivendo.


Feliz Natal a todos.

Saber o Destino, não saber o caminho


Sinto-me perdido, estagnado.
Preso à minha incapacidade. Não consigo escrever melhor porque os sentimentos não se sobrepõe à lógica, sinto-me limitado pelo meu corpo que não me deixa soltar a alma, que a prende a um formato físico.
Se a minha alma pudesse escrever lviremente, atingiria o ponto que tanto desejo alcançar, aquele patamar digno dos génios, onde as suas palavras se tornam o ponto de referência das pessoas, se tornam os próprios sentimentos, o escritor é um arquitecto e jamais um simples homem de letras, torna-se numa entidade.
E eu quero chegar a esse ponto mas, sinto que a minha evolução acaba aqui, e para ser completamente honesto sinto-me em recessão.
Sinto as minhas palavras a perder significado, a tornarem-se simples caractéres, e onde antes as minhas frases eram linhas que tocavam a superfície da alma, sinto-me agora um gigante desajeitado que tropeça aos poucos e poucos aguardando a queda.
E olho para todas as caras nos prefácios e vejo tecedores. Tecedores de histórias, cujas palavars formam mantos que envolvem a alma humana, que tocam, transformam, criam e mudam.
E eu? Sou apenas um aspirante. Uma testemunha da grandeza dos dotados, ambicionando para mim algum desse talento mas, sabendo que estou limitado, limitado por mim mesmo, sem conseguir ligar-me ao meu âmago, sempre roçando o cerne do pretendido, uma objectiva que não consegue focar.
E vejo nas palavras de todos em meu redor, o poder de mover montanhas, a capacidade de se ligarem à alma humana e mudarem-na, mudarem as pessoas, fazê-las sentir, e no entanto eu não consigo.
Cada dia que passa deixo a janela da oportunidade desaparecer, vejo o talento a morrer, e a evolução a decrescer.
Aproximo-me de um beco sem saída, vazio e molhado, a parede de tijolo em minha frente, e dei a minha vida às palavras, as palavras irão dar-me vida a mim?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

The Absurdity Of Just Wanting


A luz fina da manhã invade o meu quarto, trespassa tanto janelas como cortinados, esmorecendo na minha cama.
Os lençóis de veludo vermelho deixo para trás, torcidos e enrolados pelo contorcer das minhas memórias que ficaram para trás.
E o candelabro encontra-se sobre a minha cabeça, e eu deitado, a respirar profundamente, absorvendo cada contraste da sala que me rodeia, perdido num limbo de sonhos e magia, de sono, e realidade, a minha sombra espelha-se na carpete carmesim, e o bater do meu coração invade-me os ouvidos.
A chuva simplesmente cai no exterior, poderia olhar para ela mas, apenas veria cortinas transparentes que separam a minha casa do mundo, e estaria sozinho, só com a tua sombra ao meu lado.
E ela é tão pesada, ela consome-me por completo, esvazia-me de energia, deixa-me demasiado cansado para lutar, para te recusar no meu coração. E portanto o meu coração não bate porque estou vivo e feliz, bate porque por ti estou apaixonado.
E quero separar-me. Quero sair destes fios que me prendem ao destino incerto, quero ser livre de ti e vaguear de novo pelo mundo.
Viro os olhos para o tecto, ainda estendido na carpete, afundo-me na memória, na canção dolente do sonho, e sinto ainda o meu coração a marcar compasso, um relógio de ouro que eu anseio que pare, porque querer-te não chega.
Não me peças para levantar do meu leito, estou aqui tão fundo no mar escuro, as minhas mãos deixando-se levar pela corrente, a calma de espírito que é afundar-me nas ondas, e ouvi-lo ainda a bater.
Estou a afundar-me em sonhos, e a afundar-me no meu quarto, o meu coração teu campo de batalha

Um sonho tri-partido


É no reino dos sonhos que sou Morfeu, o homem da ampulheta do tempo, onde controlo tudo à minha volta.
Crio mundos com o uso da simples imaginação e neles vivo todas as noites, revisitando e mudando a paisagem conforme o tempo passa, e a visão que dos meus sonhos alguém tentar perceber, vai-se neles perder pois é uma canção, uma canção que simplesmente só eu sei cantar.
O ínicio de uma canção que é um sonho, é uma canção no qual sou bombeiro.
Fumando um cigarro, encostado ao carro de combate, olho para o teu prédio branco perdido na imensidão do fundo negro em que se envolve. Sou o único destacado para apagar o fogo mas, quero-te ver a arder acompanhando em sinfonia o cigarro que queima entre os meus dedos.
E gritas por socorro mas, meu amor, já não sou bombeiro, sou agora um astronauta, sem a minha mão, cais no espaço e desapareces por entre as estrelas.
Essas estrelas são agora uma avenida Lisboa abaixo, e sonho que ainda gostamos um do outro, quando acordar vai simplesmente saber bem saber que estava só a dormir.

Nesta canção que é o meu sonho, seria para ti pesadelos durante semanas. Tamanha escuridão e ódio que os recantos da minha mente destinam.

Sonhei que era uma onda, enorme e infinita, bloqueando o próprio sol, abatendo-se sobre o teu barco, reclamando para mim a vida dos teus marinehiros, engolindo-te e atirando o teu corpo torcido para a areia.
E agora sou teu senhorio e despejo-te todas as noites de casa, tranco-te as portas e deixo-te agarrada à maçaneta durante o frio do nevão sempre que tiveres amantes à espera.
E caso entrasses na minha casa, seria um vampiro mas, incapaz de beber o teu sangue envenenado.

Nesta canção que é um sonho, sonhei que era tu, foi o sonho mais bonito que alguma vez tive, onde voltavamos a ser um, como foramos outrora.

Volta para junto de mim pois sem ti aqui não consigo dormir, sonhar, sou apenas um visitante nos meus sonhos, no teu coração.
E sonho agora que te salvo do incêndio por mim provocado.
Rodopio nas ondas abraçado a ti, o nosso beijo uma memória salgada de todos os momentos apaixonados do mundo, e cairemos de costas na areia juntos, como se entregues pela primeira vez ao mundo, juntos na calma de um beijo no caos do rimbombar do oceano.
Só não te salvo de mim mesmo.

E agora, eu sei que gasto milhares de palavras e que estas nunca te chegarão aos ouvidos, nem as lerás, sei que por detrás de todas esta smemórias está uma parede de tijolo, e sei que nunca serei o que foste para mim, amor, é deprimente o que a paixão faz a alguns.

Crónicas da Irrealidade- A paragem de autocarro

O Vaqueiro albino conversava com a foca amestrada, o som da chuva inundava o espírito da cegonha depenada que amava o Inverno.
No seu vôo a única coisa que a preocupava era a queda dos elefantes roxos mas, ela não estava sozinha pois tocava a harmónica, e uma boa música é melhor companhia do que muitos maus amigos.
- Tens ouvido falar nesses elefantes?- Pergunta a foca.
- Não se apanha com o laço não interessa, não se come não interessa, não saceia as minhas necessidades básicas e não se compromete à minha lógiva, não me interessa. POR ISSO PORQUE ME PERGUNTAS SOBRE A PORRA DOS ELEFANTES?!
A foca onomatopeia-se.
- Mas, os elefantes comem-se.
- Ah sim?! Já comeste bitoque de elefante, sopa de elefante, costeletas de elefante, tromba frita? És mesmo foca, para ti é tudo sardinhas.
E o elefante roxo cai em cima do vaqueiro, enquanto no fundo da rua surgem os trapezistas, e as bailarinas manetas dançam com os assassinos merceeiros.
E enquanto os palhaços lançam confettis, os japoneses de três dedos atiram sushi de cão para as estradas negras onde os polícias sniffam cocaína e vendem-se na berma da estrada aos italianos gordos e com cheiro a azeite.
Algures, alguém ainda te ama mulher-macaco.
A chuva é verde escarlate, e a foca tenta entrar dentro do autocarro mas não é permitida a entrada a focas.
-Porcos fascistas.
Eram no entanto Leitões.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Para a minha mãe

Sou um filho, nem sempre o melhor
Mas, espero que vejas que não sou o pior
Porque todos os dias penso em ti
E a minha vida nada seria sem o teu apoio
Por isso escrevo-te um simples poema
Uns versos para te levarem a tristeza

Foste desde cedo a minha estrela
O meu Bem, e o meu modelo
Nunca consegui mostrar por completo
O quanto tornas o meu mundo belo
Quantas vezes não pensei em ti
Quando a vida era incerta

Agora precisas de mim
E eu sei que veremos nisto um fim
Deixa-me ser a tua base de apoio
A estrela que sempre me foste
Está na altura de eu a ser
E ajudar-te a compreender
Que apenas precisamos de quem está aqui
Para se ser feliz

Fui injusto e egoísta no passado
Mas, espero que compreendas que não se repete
E que de aqui para agora a minha devoção não desaparece
Que te darei asas para que do passado te libertes

São promessas de um jovem
Mas, mais genuínas não existem
Sou teu filho e do teu lado não saio
Por isso podes dormir esta noite descansada
Porque por mim és amada

Deste-me vida e sonhos
Quero dar-te amor e esperança
Talvez um pouquinho de preseverança
Mas, quem espera sempre alcança
E sei que um sorriso verdadeiro
Um dia voltarei a vê-lo

E numa nota de rodapé
Prometo ser fiel enquanto viveres
Porque temos um laço para além da vida
Um compromisso para além da fé
E enquanto como teu filho me reconheceres
Eu por ti vou lutar
Até o mundo acabar

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Do que sinto falta


Não foi uma coisa física, não foi uma coisa sentimental, foi algo providencial. Um escape, uma ajuda, um local onde podia descansar, e apenas ver os dias a passarem um atrás do outro.
Porque guerreiro deste passeio já eu era mas, antes, por mais díficil que fosse a luta diária contra o mundo, tentando fazer resistir o barco numa tempestade que é a minha vida, em ti tinha um porto que me socorria.
As milhas que andava até tua casa, os caminhos que fazia para te ver, não eram só por ti. Sou egoísta a esse ponto, de fazer isto por mim, por me fazer bem, por ser aquilo que preciso ou precisava.
Não porque precisava de contacto físico, não porque precisava de um romance de livro, de uma paixão ardente, precisava porque era o que eu amava, era o que me fazia aguentar o dia-a-dia.
Estar deitado na tua cama a descansar no teu colo, a minha cabeça deitada sobre as tuas pernas, os teus finos dedos nos meus caracóis, os teus olhos a olhar os meus. O silêncio do momento, a simplicidade de te adorar assim.
Eram esses momentos que me libertavam, deixava de pensar, de estar preso à existência, e simplesmente esquecer o mundo.
Esquecer o tempo, esquecer as pessoas, as dores e os problemas, e estar ali, eu, o eu real, o eu verdadeiro, não era o Pedro do mundo, era simplesmente eu, livre, apaixonado, sendo real em toda a minha essência.
E não importavam os momentos maus. Não eram razão para desistir, poder ser eu mesmo sem ninguém a julgar-me, sem nada que importasse senão o agora, o mundo poderia arder, porque estava simplesmente noutro mundo, no "nosso pequeno mundo que não quero perder" como lhe chamaste em tempos.
E era nesse quarto, nesse quarto em que o mundo ficava à porta, é que realmente era feliz, onde largava todos os fardos e esquecia toda a mágoa e vivia a vida, vivia-a contigo ao meu lado. O único momento em que estávamos sós, sozinhos no mundo, sozinhos no teu quarto.
E esse conforto do teu sorriso, dos teus braços, da tua presença, nenhuma amizade por mais brilhante que seja consegue ocupar, vou caminhar incompleto e dorido até outro momento como este encontrar.
Não foi perfeito mas, era nosso, e momentos como estes faziam-me aguentar algumas duras realidades, nada muda isso.

Mais Uma Página Solta


Neste estado profundo de melancolia provocada pelo tempo ou por simples estado espírito, encontro refúgio na escrita.
Mais uma vez deparo-me com um final de uma estrada, a mesma estrada que tantos que conheço abandonam, começa tudo com os meus cinco anos, e onze anos depois, continua a doer o mesmo, a ser a mesma sensação de solidão de quem mais confiamos, a mesma desolação, e não-conformidade com os factos à nossa frente.
Posso estar a ser subjectivo, ou relativo mas, de momento não me importo com a escrita, com a métrica, pois este assunto enrola-se em mim e amanha-se nas minhas veias, no meu coração, deixando-me um peso na garganta.
Mais uma partida. Sem fogo de artíficio, sem rebentar dos foguetes, sem clímax, uma simples vénia e uma leva queda da cortina sobre o palco.
E como aconteceu isto? São momentos destes que pretendo não repetir mas, a mesma amargura dança na minha boca, a mesma sensação de incapacidade.
Irmãos desde os 10, e no entanto percorremos caminhos diferentes, sem a coragem do que foram melhores amigos, admitirem que acabou, sem a tua palavra, sem a tua despedida, sou o único que pensa no fim? Já não faço parte do teu mundo.
E que é suposto fazer agora? Deixar-te abandonado num canto da memória? Conformar-me e avançar? Esquecer os anos, as lágrimas e os sorrisos, porque crescemos?
O nosso fim chegou, tu nem ligaste, eu conformei-me

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Resposta aos Sentimentalistas

Agrupam-se! Oh se eu acreditasse em deus... aclamaria protecção mas, não! Eu não preciso de tal coisa para afastar de mim tamanhos sentimentalistas! Ah pois a vida de uma pessoa já não pode ser calma, que criticam logo, tentando pôr-me em baixo!
Mas... que tamanho hipócrita que eu sou han?! Com que então não sentir, é um sentimento? Ha. Não me parece.
Pois a falta de sentir é uma condição... Não me ligo a ninguém a um nível mais emocional e por isso sou eu...Sou livre de sentimentos...livre de julgamentos e não me preocupo!
Eu não desisto nem tento desistir...Eu apenas falho em tentar! Não procuro fazer algo pois estou satisfeito... Desistir necessitaria de haver uma vontade em querer algo, e da vida já tenho tudo o que quero....viver sem me ligar a nada....Sem dar valor a sentimentos! Pois é assim que sou e não espero mudar.
E que poético que nós somos... "até que a morte nos impeça", quando tudo corre mal...o homem contempla a mort! A morte é a perspectiva em que se põe o homem... Antes de viver a vida, é a oposição do homem quanto à vida! E caro Miguel... é devido à inevitabildiade da morte, que se deseja a vida.... Eu simplesmente sei que a vida traz dor... e vivo-a sem pensar em sentimentos... sem complicar...aproveitando a simplicidade. A morte é o final, a vida não se deve complicar! Ah meu rapaz. A vida deve ser simples, sem complciar!
E és tu um hipócrita?! Porque se eu vivo em função da morte.... tu vives em função da emoção. Ha!
Arrastando-de,d efendendo a emoção! Mas... tanto eu como tu sabemos que no fundo a vida é injusta e vazia. Podes argumentar que vale a pena vivê-la mas...para quê?! Nunca será suficiente. Nunca terás tudo o que queres... Fazes planos, e não chegas, e de que vale um legado, se a morte tudo varre?! E não é conformismo... É simplesmente a sabedoria de não me atirar contra algo que se revelará mau! Haha, a vida existe para se complicar...os sentimentos complicam...vive sem eles. Vive simples.

Alexandre Vieira


P.S- Andreia ou lá como te chamas, não vou deixar de escrever aqui! Os teus sentimentos que te controlam não aguentam algo diferente?! Simplesmente não conheces melhor.

P.P.S- Vou estudar Pedro... Respondo-te a ti mais tarde meu tóto iludido.

Regresso a Lisboa


Longe de um texto sobre falsas promessas e relações degradadas, este é um texto sobre amizade, sobre quando nada importa senão estar com quem gosto.
Por vezes as pessoas distanciam-se no entanto o que realmente importa é em que ponto elas realmente se encontram, pois não interessa a distância, nem o tempo, no final, preciso só de cinco minutos contigo para voltar a ser tudo como sempre foi.
Caminhamos pelas ruas ventosas, onde o frio nos tenta desanimar. O nosso reflexo em cada montra, o meu sorriso sincero que tantas vezes se me escapa num beco solitário.
E os teus olhos azuis brilham desde o momento em que saem do comboio, a vitalidade sempre contigo, um gesto amigo espôntaneo sem qualquer intenção senão naturalidade.
Pela óptica da tua lente, capturas a tua perspectiva, apanhas o meu retrato imperfeito, e arruino polaróides. No entanto não te importas.
Nunca te importaste. Desde o ínicio que me acompanhaste, nem sempre ao meu lado mas, sempre com o teu pensamento na minha mente.
Pergunto-me pois como podes ser tu tão desaparecida entre a multidão? Como consigo eu tantas vezes te largar a meio do caminho, e tu estares sempre lá, por mais longe que estejamos, por mais diferentes que sejamos, encontramo-nos sempre.
Talvez seja isso que significa amizade. Talvez seja momentos destes que me fazem falta de vez em quando, o regressar de uma velha amiga.
Sara, estar contigo faz-me bem, é um regresso a tudo o que foi ontem, sem nunca perder o futuro.



Peter Sundowner

Crónicas da Irrealidade- O salão de jade


O salão de jade, a sala oval onde todos os sonhos se tornavam reais. Onde o sonho era a realidade e a realidade era um sonho.
Sentado em mesas triangulares, desde canibais a esfinges, de locutores de rádio para surdos, havia de tudo um pouco, a nata sem gordura da sociedade. Os palhaços voavam sobre as colunas do tecto.
No balcão o cão conversava com o xerife sobre o estado da economia, a invasão dos elefantes roxos ameaçava destruir as colheitas de metal.
- Esses malditos pardais! Eles destroem as colheitas quando cagam aqueles malditos elefantes. - Cospe o xerife com tragos de tabaco nos lábios
O cão replica simplesmente- ão ão.
No salão de jade todos eram livres de serem quem queriam ser, não havia regras senão a originalidade. "O mundo é um céu que devemos explorar a cada segundo de existência" diz o porco de pérolas.
E o bombista de queijo sorri e acena o turbante para a mulher-macaco, dama da praça alta de rabo de peixe. E o carcereiro cospe:
- Aqueles ignóbeis marsupiais dos terroristas, pensam que me roubam a mulher macaco.
Levantando-se elegantemente como uma dançarina eleva os punhos de pedra, e entrega um murro expresso na face do terrorista que cospe sangue de areia, ora isto por ser árabe.
E despelota toda a confusão. Os pinguins piratas comendo da carcaça dos canibais etiopianos, a mulher-macaco agarrada ao candelabro, as dançarinas de canivetes na mão degolando os jovens australianos.
Uma noite normal no salão de jade.

Em defesa do sonho

Páginas escritas parecem tornar-se agora em campos de batalha. Prezo a paz mas, os meus ideais não deixo atacar.
Alexandre, não critico o teu modo de vida, nem o acho hipócrita, por vezes até o acho hilariante. No entanto não te acho no direito de criticares o sonho, porque essa é uma das verdades universais.
Não digo o mesmo de amor e confiança, porque por ambos fui traído mas, estou disposto a voltar a tentar, no entanto sei que nem sempre foste assim, sei que ainda te lembras de quem é a Alice, de quem ela foi para ti.
Sei que não tenho direito de a mencionar (especialmente aqui) mas, peço-te desta forma que sejas mais comedido. Sei o quanto sonhavas quando tocávamos juntos, de quando me telefonavas a dizer que não a querias perder.
Já não és essa pessoa mas, ainda sabes o quão importante é o sonho, e por isso acho que não o deves acusar de nada, nem aos meus amigos, de acreditarmos na vida e em sonharmos.
Porque se não tivermos sonhos, não retiramos nada da vida, e isso, é deixar a vida simplesmente passar ao aldo.
Não acreditar pode privar da dor mas, onde está a satisfação de uma vida não preenchida?
Onde está o Alexandre das noites longas a conduzir pela auto-estrada fora, presos em conversas sobre música, onde está esse lado sonhador que sei que tens, a vida amargurou-te assim tanto.


Um amigo preocupado

Dançando pela decadência

Faço uma pausa nos estudos. Preciso de alguma coisa para me tirar do enjôo que é a mente humana...
Sou frio e gosto, quanto mais longe de humanos, melhor me sentirei... e portquê Porque o mundo é uma dança pela decadência.
Não ambiciono nada da vida, porque assim simplesmente não me aflijo, não me perco... não entro em conflictos nem comigo, nem com o mundo!
Ser frio é uma questão de perspectiva! É o que todos os idiotas emocionais me chamam porque preferem sofrer... dar espaço a sentimentos, pobres iludidos! Assim onde está o simples prazer de uma vida normal?! O prazer de não sofrer!
O mundo é decadente! é a conclusão a que chego em 20 anos de vida, sofrer é o único resultado de conceitos tipo confiança...amor ou sonhar (perdoa-me Pedro, haha mas, sonhar é mesmo desnecessário).
Limpo-me! Livre desses sentimentos repudiavéis, fazem-me sentir sujo, sou um homem maior assim, desprovido de sentimentos...Sem talentos, nem ambições...sem preocupações... a minha única paixão é não me apaixonar.
Não pretendo conhecer o mundo...pois só traz tristeza e sofrimento, dizem-me que por vezes é um local belo mas, estou bem sem dele pedir nada, pois nada tenho a perder, e estou bem assim... sem um único sentimento!
E antes do mundo, ah está essa sociedade! Ha! Essa grande invençãp, em que os homens se destroem... Um nojo, uma perfeita ignobilidade!
Do que vejo, vejo doença! Todos os homens, doentes, presos a sonhos...presos a ambições e sentimentos, morrem mais cedo! Mais cedo pelo simples facto de se preocuparem com um mundo que nada quer saber deles...
Jogarei o jogo igual ao do mundo, esse primeiro vencedor de qualquer jogo... Tal como ele simplesmente não me preocuparei com nada...nem ninguém!
Toda esta vida no mundo...onde as pessoas se preocupam, é tudo tretas, tudo uma dança pela decadência.
Uma dança, uma dança que cria gerações! Ha!
E que egração essa.. de drogados de sonhos perdidos, de donas de casa em prozac, de mães aos 16...
Esse é o mundo por que temos tanto apreço! ... esse mundo, que tanto queres, ainda queres sentimentos! Que tristeza
Rio-me na tua cara amuada... querendo sentir, tentando defender o mundo que de ti não quer saber
Ha!... Dança pela decadência nem ao topo do fundo do barril chegas.

Alexandre Vieira

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Ao Miguel

Esta é uma carta aberta! Ao rapaz que me tanto gosta de criticar... queres que diga claramente o que acho?
A tua escrita é afronta! A tua escrita é um pleno insulto de quem está ao serviço da máquina!
Quem és tu? Eu digo-te...És uma máquina ao serviço dos sentimentos, servo de uma paixão que à muito acabou! E que figura pior há senão a de um tipo que nem por si luta?! És um escravo da emoção....um idiota desprovido de razão!
Li e odiei, mastigava o papel onde escreveste os textos e cuspia-os... És enjôo escrito, uma farpa nos meus dedos!
Tristeza, saudade...? Que enorme futilidade...Podia-me enervar mas, de que serve viver Miguel? Se tu só sabes sofrer?
Não vives...Apenas te arrastas! És apenas mais um....um que nada atinge! És mais um nos milhares de seres humanos! Ha! Um amador das palavras... que vê nelas um remédio apra o coração...
Mas, um segredo te digo amigo Miguel.... Ninguém te quer ouvir! Ela não quer saber de ti...nem dos teus sentimentos!

E rio-me na tua cara e aguardo resposta...


Cordialmente

Alexandre Vieira


P.S- Não fiques tocado... pois eu não fiquei

Carta


Escrevo uma carta em papel envelhecido, o cheiro a incenso e o som do mar, todos invadem a emoção das palavras aqui escritas.
O farol desta praia é o farol que és para mim, o teu sorriso e o teu abraço guiam-me em todas as minhas intervenções nestas vidas.
Tornam-me um só com o vento, e o teu apoio é o que me faz bater o coração durante o Inverno mais duro, será sempre assim, foi sempre assim.
Não te ter por perto é como não me lemrbar como respirar, é como velejar num oceano e esquecer-me onde preciso de ir. Pois és asim, uma bússola, uma estrela da Ursa Maior, és a que me guia, a que me leva pelas ondas negras do oceano e me traz a casa, me traz a terra firme.
E nada pedes em troca senão a minha amziade mas, mais do que isso, quero dar-te a minha devoção completa, pois o agradecimento é imenso, se fosse uma lista seria, algo que se extenderia pela tua rua abaixo.
E não são hiperboles estas minhas palavras, são a máxima sinceridade que consigo ter, a máxima honesstidade que tenho para contigo, em um ano e algo mais mudaste a minha vida em 180º.
Eu que ambicionava com o céu, vi que os verdadeiros anjos estavam na terra. Eu que queria novos horizontes, vi o destino nos teus olhos, eu que ambicionava o mundo, preferi só te ter como amiga.
E contigo tudo é diferente, é como ouvir pela primeira vez, sentir pela primeira vez, sinto-me eu pela primeira vez. Contigo posso ser eu pela primeira vez, sempre.
E o melhor é que nã pretendo largar, por isso não largues pois senão vou ter que também saltar.
Tudo neste mundo é efémero mas, o teu sorriso não é, e eu posso não saber para onde vou mas, sei que o meu futuro será contigo.
Como irmão, como amigo, como tu assim desejares, o teu sorriso é o meu bem mais precioso, e esse anel no teu dedo irá sempre lembrar.
Uma promessa feita no verão, no qual prometi que nunca ia acabar.


Adoradamente,
Eu


Peter Sundowner

Inverno


O Inverno veio para chegar. A inspiraçãoe scapa-se a mim e vejo-me obrigado a escrever sem ela, tentando prender-me com técnica e sorte.
Mas, há muito que sei que não tenho técnica, e o meu romance com a sorte foi curto, por isso fico-me apenas por sentimentos.
Mas, que sinto eu, que não está já relatado em diversos textos anteriores a este? O que me resta senão a repetição? E é aí que vejo emq ue ponto me encontro, estou abandonado no meu mundo creativo, sem nada a dizer, sem nada a relatar, a minha vida e a minha creatividade estagnaram ambas.
E até este mesmo texto é uma repetição. Já o escrevi antes, e duvido que não escreverei depois, mas, o que resta da minha escrita se não me conseguir queixar do que não consigo escrever?
Sei tudo o que não sei escrever. Se que não consigo escrever paisagens, que não consigo escrever obras-primas,c heias de amor, dor e aventura, sei que não consigo escrever sobre os heróis, apenas sei que não consigo escrever.
E estou com pensamentos pessimistas mas, não seia que se deve. Tenho a vida normal mas, o meu estado de espírito à normaldiade não se deve.
Ponho então uma música mais positiva a tocar, talvez me sinta melhor, talvez a lua brilhe fortemente mas, até lá, ouço a melancolia do coração, a apatia da sensação.
Estou estagnado, e nem a escrita me salva. Afogo-me metafóricamente em ócio

Peter Sundowner

Sentado No Café


Sentado no café, a brisa de final de tarde atravessa-me a espinha, os meus olhos parados na rua.
As pessoas caminham vagarosamente, embrenhadas em conversas e perdidas em sorrisos, centenas de vidas diferentes, de relações e de sentimentos, os estados de espírito amontoam-se, e ao vulgar observador é tudo demasiado complexo.
E pergunto-me a mim, como é possivel compreender este mundo, como é possivel conhecer tudo à minha volta?
Cada pessoa é uma história, com nomes, sentimentos, enredos, index, notas de rodapé e toda uma vida registada,e cada pessoa que caminha é assim, e portanto uma rua é uma enciclopédia, onde centenas de entardas nos registos se localizam, e como posso ser eu indiferente a isto?
Sentado no café passam as notícias da morte de três pessoas num automóvel, e pergunto-me a mim mesmo como todos os que vêem a televisão no café, não chorem as suas mortes.
São pessoas que morrem, são vidas que se perdem, é um pouco do mundo que desaparece, páginas de livros que acabam abruptamente. E no entanto, a mente humana não consegue conceber tamanha perda, vê apenas os números a passar.
Não se vê os sentimentos, as lágrimas por trás destes números. As memórias que nunca vão existir, os momentos que nunca vão acontecer,a s relações que nunca vão acontecer.
Sentado num café observo o mundo e o quão éfemera é a vida, e olho perplexo, vendo as pessoas oblivias a tudo á sua volta. Talvez seja melhor assim, ser feliz com ignorância da morte.
Um dia, o nosso dia há-de chegar, portanto lembro-me de que o melhor é aproveitar cada segundo, o último pode ser já a seguir.

Peter Sundowner (agora tenho que assinar pelos vistos)

A morte dos sentimentos

Não há sentimentos para mim, existe apenas a morte....não importa, a morte é algo definitivo.
E morte és tu um castigo? .... Porque assim não te vejom és tu pois para mim a liberdade do ser! Ah e és tu uma liberdade só minha!
Mas, não escrevo sobre as singularidades da eterna morte, não caro Tu.
Escrevo sobre esse conceito de sentimentos, posso muito bem passar a vida sem eles...preocupo-me menos, sofro muito menos, e vivo bastante mais! Sou frio, insensível, e não me apaixono, ha...sou eu, simplesmente livre de pensamentos.
É um pleno ideal, todos o deviam seguir...
Sou então cavaleiro de espada brilhante, que assassina o amor, a paixão, a própria tristeza, tudo simplesmente num mundo que não me liga... No mundo primeiro estou eu não ele!
Sou fiel a mim.... e vivo racionalmente....não feliz, não triste...vivo o real, e até agora estou bem!
Pois o mundo, esse tal como eu, não tem sentimentos! É uma equação...é matemática, e sentimentos são invenções! Justificaç~eos do injustificável.
Sou então o teu cavaleiro....Sou quase omnipotente, mais que deus que é invenção tua, pois vou morer mas, antes não vou sofrer!
E sabendo isso....vivo, calmamente.

Alexandre Vieira

Uma brilhante Intermissão

Todos os dias temos um começo novo. Inicia-se um capítulo novo, quando menos se espera, o viajante outrora sozinho nas ruelas da vida juntam-se a outros, e ambos continuam uma nova viagem, novas coisas nascem, tudo começa mais uma vez, desta vez acompanhado.
E o rádio grita agora os nossos nomes, enquanto que apresento o novo escritor deste blog, um amigo meu, com o qual cmainhei muitas estradas e com o qual semrpe partilhei segredos, foi também o guitarrista da minha primeira banda, os The Glitch, chama-se Alexandre Vieira.
E portanto caros leitores, dou-lhes a julgamento um escritor, um amigo, e mais uma voz neste mundo.


Peter Sundowner


Bem, cá estou eu! Portanto sou o Alexandre, e tenho 20 anos, estudo psicologia no IPAF (Instituto de Psicologia Aplicada e Formação), e durante um quanto tempo, ou até me fartar vão ler o que tenho a escrever!
Tipo, eu não tenho muito jeito para estas coisas... Mas mais vale começar por aqui do que não começar certo?
Haha, portanto espero que gostem do que escrevo, porque não estou para aqui a gastar o meu tempo!

Alexandre Vieira

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Pode ser o Ídolo Que Irás Amar [Copyright]


Estampa-o nas tuas t-shirts, estampa-o no chapéu, desenha-o no teu caderno.
Cita-o e desprove dele todo o seu significado, torna-o em mais um capítulo da cultura popular deste mundo. Esquece quem é e vê a imagem.
A identidade é uma citação sempre a mão, a vida é uma simples imagem para usares e exibires.
Faz dos seus actos as tuas paixões, e torna a sua fotografia a tua própria tatuagem, compra por poucos euros a tua mensagem, o teu grito de liberdade, e na sua cara verás a resposta a todas as alienações que conheces, estarás integrada.
E vês nas palavars dele todas a tua personalidade enfrascada mas, no máximo é um ídolo pop de mensagem política rotulada. Pois não sabes quem é nem o que foi, o pouco que conheces não é um retrato do que realmente existiu, apenas pensas que um romântico que existiu foi.
Vê-o nos anúncios da TV, e começa a tua própria pequena revolução, é fácil ser revolucionário com uma conta bancária dos pais sempre a apoiar.
E esqueces pois tu o quê? Esqueces que ot eu ícone da oposição é te dado pela cultrua que tanto acusas, és mais uma nas fileiras da comrpa do produto, quere-so em todo o lado, e ele é só uma miserável imagem. Um ícone pop que prime pela irreverência.
E mesmo que dele gostes memso, estás a amar uma assassino, um sanguinário, um inimigo da humandiade, como todos aqueles a quemm criticas.
É hipocrisia no sistema capitalista que te fomenta o consumo com uma imagem.


Escolhe a tua revolução, escolhe a tua imagem, escolhe o teu cliché, escolhe o teu cliché guevara.

Sê Livre

Sê livre
Como uma doce palavra
Num sonho simples de verão
Como um poeta em busca de inspiração


E aqueles que te prendem a conceitos
Não lhes mostres os teus defeitos
Luta com palavras e sorrisos
A maior batalha é contra o preconceito

E não importa quem sejas
Apenas é necessário que não te percas
Porque num mundo corrupto
Todos as almas podem cair no silêncio
E as vozes que não se vendem
São aquelas que nunca se rendem

Escreve como tu assim desejares
És livre à nascença
E nenhum homem te pode tirar essa única verdade
Nenhum homem é capaz de te impedir de amares

E este é mais um simples poema
De uma voz na indiferença
Alguém o escreveu sem sonhos a perder
uma pessoa cujo único desejo é escrever
E o seu talento não o permite responder

Sê livre
Como uma andorinha
Pois é o que eu gostaria de ser
Voar uma única vez antes de morrer
Cruzar os céus e resplandecer
Nas nuvens um local para nascer

Sê livre caro leitor
Pois o mundo em que vives
Não é feito de amor
E o que conta é o que tu atinges
Não tenahs medo de falhar
A vida vai continuar
E tu vais encontrar esse patamar em que insistes
Vais ser uma estrela
Uma alma livre num barco à vela

Drive Me Home


A noite vai longa e as horas passam lentamente sob a lua, um mar de estrelas sobre mim.
Deitado no banco de trás do carro, olho de cabeça fora da janela para o céu, o fumo do cigarro esvoaçando no vento.
O silêncio apenas quebrado pelo som das rodas, isto e a voz das pessoas nos bancos da frente. Conversas de amigos por entre nuvens de fumo e gargalhadas sentidas.
Os minutos passam mas, não dou por eles, deixo-me embalar pela estrada, sonhando acordado, perdido entre dois mundos, e as vozes estão tão distantes...
A noite continua, e o céu estrelado permanece intenso, uma fogueira de testemunhos num mar acima da minha cabeça, se gritasse agora pela minha individualidade, originalidade, responderia a mim mesmo: "Grita a formiga ao mundo".
E é isso que sou, uma mínuscula peça num engenho muito maior, um plano divino, ou simplesmente abstarcto que algum homem ousa alguma vez compreender.
E o rádio ligado. Músicas de amor, músicas de ideais, e quem sou eu senão um mero ouvinte.
Talvez inspirado pelo céu, talvez por desejo de viver, canto ao som da música, e todos os meus companheiros também
E o carro continua e continua.
A noite é escura ma,s dentro de um carro no meio do nada, gritam três vozes a alegria de uma música, as memórias voam no ar, e toda a gente canta em conjunto, a conduzir de nenhures apra nenhures, apaixonados pela música, apaixonados pela música tão dolente.
Conduzam meus irmãos, ainda não é atrde para a algum lado chegar.

Angry Sounds Of The Angry Radio


Desconecto-me desta forma de escrever, quebro o silêncio, e reduzo-me a insignificância, não consigo escrever.
Quero chegar onde ninguém mais chega, ser um sentimento no coração das pessoas, ser um barco que as leve para outro oceano, para novos horizontes.
Mas, as minhas palavras ainda não tocam na alma, não atingem aquele sentimento a que tanto ambiciono, não consigo comunicar, procuro a frequência do coração na rádio e nada surge.
Como me posso intitular alguma coisa, se não consigo provocar em ninguém nada mais do que simpatia? Estou condenado a escrever as mesmas linhas, as mesmas meta´foras e esperar um golpe de sorte.
Mas, frustração já tenho quanto baste, e se for preciso enlouquecer por um ápice de genialidade, internem-me, quero ser o teu novo génio.
Quero ser a voz que tu ouves nos teus sonhos, e quero ser a presença de um sentimento, quero ser mais alto, mais forte do que as palavras que escrevo e para isso, faço um objectivo de vida do qual não desisto.
Mas, para que tento se escrevo para a apatia, apra simples simpatia, não consigo alcançar o patamar que pretendo e por isso sinto-me completamente perdido, preso a um único talento que a outros olhos nem isso é.
Mas, rabisco todas as palavras que tiver num trapo e ouso pensar que desta vez será o tal, a obra-prima que me liga aos coraç~eos do mundo, é a pressa da juventude, a impaciência de quem o mundo ambiciona.
Quero ser escritor mas, sou um simples amador e tento, tento, tento. Ninguém, nada atinjo.
Mas, não desisto porque todas as noitas sento-me com o rádio ligado, à procura de sentimentos, à procura do momento de genialdiade que me escapa

A Ode


Ah vida, és tu a única constante neste lapso de tempo, e no entanto és tu a única que apenas ambiciono compreender.
Pois não sou ainda livre. Não sou livre de caminhar estes vales, sorrindo descontraídamente, vagabundo de passaporte carimbado. Estrela de terra, que nunca encontrará um lugar a que chamará casa.
Na estrada encontro uma saída, uma saída de tudo, o mundo como ele foi desenhado para se ver. Não preciso de paredes nem de posses, trocava tudo pela beleza da estrada, um saco de cama nos campos verdejantes da minha terra.
E não há muito para onde ir no mundo, cada vez mais pequeno, cada vez mais decifrado. Troco todas as certezas da ciência por um momento de misticismos, de silêncio em que a única certeza é a de que estou vivo.
Mas, onde fica este desejo, num mundo preso por regras? Não me deixam ser livre. Nasci num mundo de regras que não abdica de mim, simplesmente quem sou, senão propriedade de algo, de alguém?
É um mundo pequeno de mentes fechadas que não me deixa andar e caminhar sem me questionar, pois a procura da minha alma é uma expressão rídicula para a máquina e os formalismos, e chamarme-iam de vagabundo e fechar-me, pois seria um louco.
Mas, vida loucos são todos os que te negam e acham que ser livre é uma loucura. Os sonhos são privados deste mundo, e é-me inconcebível essa realidade, é frustrante.
Pois o mundo envolve-me num fumo de dúvida e pensamentos, prende-me em complexos de relações, e tudo resolve-se com uma simples caminhada. Onde está o problema de uma disputa, de uma morte, de uma paixão que acaba, de um final, se o mundo continua igual?
Quero ser escritor mas, quero escrever sobre algo verdadeiro e concreto. Sociedade e ficção são conceitos demasiado abstractos.
Quero escrever sobre pessoas, sobre a simplicidade da vida. Quero escrever sobre os peregrinos do mundo, movidos pela fé, quero falar com o chefe de família no café, com o poeta das avenidas sentado numa fonte, e quero escrever sobre ti.
A vida é uma história, e quero escrever sobre todas as histórias com que me encontrar, e fazer da vida uma canção, uma canção para as gerações futuras, que para começar apenas um passo é preciso dar.
Ilumina-me a noite então vida, todos os obstáculos serão apenas isso, obstáculos, e a vida não irá parar.
Serei um vagabundo. E se alguma vez me prenderam ao chão, serei um vagabundo na mente, e escreverei páginas, que o mundo nunca conseguirá prender.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Play Crack The Sky


Preciso de guardar este momento, deixo o cansaço da viagem apoderar-se de mim.
Deitado contigo, de cortinados fechados, fecho-me num dos vários quartos desta tua casa, deixo-me ser eu mesmo, e sinto-me real.
De olhos cerrados, os créditos dos filmes repetem-se sem parar, já nem nos preocupamos, estamos apenas concentrados no agora, e no exacto momento, os teus pés a fazerem cócegas nas minhas pernas, as minhas mãos a passar pela tua cara.
Cada detalhe, cada fio de cabelo passam por entre os dedos, e abro os olhos só para te ver sorrir, para me lembrar da sorte que tenho.
Passo a ponta dos dedos pelo teu sorriso, e tu sorris ainda mais, e perguntas-me se gosto de ti. Limito a passar a tua mão pelo meu peito, onde o meu coração bate, sabes agora a resposta.
Começo a falar sem parar, quero dizer-te tudo aquilo que sinto, aquilo que és para mim, pedes-me para calar e ris-te, e beijas-me apaixonadamente, ainda hoje sinto os teus lábios nos mesmos, o quarto torna-se no meu mundo.
E sou eu mesmo, no meu estado natural, absorvido pelo cansaço, sedento pelo teu toque, ansioso por ti, e olho-te.
O meu coração quer saltar da minha garganta, mas, por favor coração bate mais depressa, está a saber bem demais.
Acordo a meio da noite contigo ao meu lado, nos teus olhos com sardas vejo a entrada para o meu mundo, e acredito que em mim vês o teu, deixo o meu nariz no teu cabelo, apreciando cada momento.
E acordas, ainda de olhos fechados beijas-me e acordo de novo para mais um momento apaixonado.
E perguntas-me se gosto de ti, eu digo que gosto tanto que estaria capaz de rebentar, que não o consigo demonstrar.
Tu só ris e tapas-me a boca, não gostas que diga estas coisas, antes que possa dizer algo voltas-me a beijar.
A noite vai longa e dormes enconstada a mim. Eu acordado vejo-te a dormir e penso se isto alguma vez terá fim, pode não durar para sempre, tenho que aproveitar cada momento.

O Sono


Estacas asbtractas
Impedem-me de tombar
Os olhos procuram-se fechar
O sonho tomar asas
O sono que não passa

É manhã mas, estou cansado
Noites a agarrar espíritos
A pensar na amiga de coração pesado
O sono prende-se como doença
Mas, tenho que a proteger deste fado
Grita pois minha amiga as tuas resposta ao meu ouvido
Sabes que estou aqui para todos os gritos

A cama é distante
E o sono é a minha constante
Vejo tanto sofrimento e dor
Que nos sonhos meu mundo incessante
Em que tudo é um pouco menos fervor
Um pouco mais de amor

Mas, o chamamento desprezo
Para a noite o sono arremesso
Ela precisa de mim
E eu sei que não chegará a um fim
Confia apenas nas minhas palavras
Agarra o mundo com as tuas garras

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Trabalhando Nas Linhas


Acordo com o som do ressoar da fricção das linahs com as rodas. O comboio já partiu.
Levanto-me do meu beliche e ligo o pequeno candeeiro, entre lapsos de luz e escuriddão vejo o meu casaco de ganga azul e o meu chapéu de aprendiz.
Calço as otas e vsto as luvas e preparo-me para a corrida da minha vida.
Abandono a pequena cabine onde dormia e passo pelos montes d eentulho de material para a linha, ouço os ratos a passarem perto de mim, o som incessante das criaturas da noite a vaguearem an escuridão
No entanto, pouco tempo tenho para pensar, preciso de correr atra´s do meu comboio que deixei para trás. O maquinista apático à minha presença parte sem mim, uma tradição já habitual na minha curta estadia como aprendiz.
Enquanto corro sinto o sabor da noite a absorver-me. Estarei assim tão zangado? Será correr atrás deste comboio uma tarefa?
Pois pretendo viver uma vida sem rotina, uma vida em que corra atrás de algo que deseje, sem destino na minha vida mas, sempre a caminhar.
Sou vagabundo do mundo, e a corrida atinge o patamar de metáfora. Não é uma simples corrida para apanhar o comboio no qual trabalho, é a história da minha vida que pareço escrever, o rapaz que foi atrás daquilo que queria.
Correr não é mau. É entusiasmante, pois que memórias teria da vida se me deixasse ficar sentado a um canto, vendo a vida passar pelas janelas da minha casa?
O conceito de casa é bastante amplo, e de momento, a minha casa é o mundo e rpetendo conhecê-lo a fundo.
Salto de braço estendido e agarro-me à pega de metal do vagão, a locomotiva trabalhando cada vez mais apressadamente, o som a cantar uma canção futurista de coordenadas e latitudes, onde o meu coração sintoniza a aventura.
Olho para o céu e vejo a lua cheia, o mar estrelado sobre mim. E eu? Eu agarrado ao comboio a saborear o vento, a liberdade de viver a vida, o sabor do mundo na ponta dos meus dedos.
Não preciso de casa, quando o céu é o meu tecto, e o amanhã está a uma caminhada de distância.

A Day In Lisbon- Versão Em Prosa


No comboio a minha cabeça pende olhando para o caminho.
Atravesso os recantos mais remotos da memória, os locais mais distantes da imaginação. Os carris não se limitam à linha, entram-me no pensamento e param nas memórias mais importantes que me consigo lembrar.
Seja o dia em que te conheci, ou o dia em que te deixei para trás. Este comboio é um mapa de todos os contos que fazem a nossa história. Posso olhar para Belém e ver o jardim e a promessa que me fizeste. Posso olhar para Algés e ver o teu primeiro sorriso, uma memória que desvanecesse no som das linhas debaixo de mim.
Em que ponto se separaram elas(as linhas) que nos levaram por caminhos opostos, que nos deixaram a nós em cantos opostos desta vida? Porque a pessoa mais importante é agora ninguém na minha vida?
Embrenhado em questões subo a avenida, o som das vozes é relativo. É uma memória distante, estou na solidão deste instante, vendo em cada passo que dou uma mão dada e um momento outrora estimado. No entanto, não foi díficil isto acabar.
Pois aí tudo reside. O que foi então estes momentos na nossa vida? Nossa pois foi o momento em que partilhámos o que éramos mas, conheço-te eu?
Por vezes sinto que tive uma estranha na minha cama, sussurando mentiras para me deixar cair por fim, capricho de quem melhor não sabe fazer mas, quero acreditar.
Quero acreditar que não errei, que o verdadeiro mas, lá no fundo esta chuva que cai sobre mim é a única realidade, foste o verão efémero, e eu fui a diversão de um único momento?
Eu acreditava que isto ia durar, que podia um dia os nossos anos celebrar mas, não me queres mais, e desertaste-me, deixaste-me neste caminho, onde só queria estar contigo.
Não sei a verdade, nem nunca saberei, nos teus olhos nunca mais perscrutarei, vejo-te à distância. Mais uma vez viro as costas.

Nunca mais os meus olhos verás.
Nunca mais o meu nome pronunciarás.

A Day In Lisbon- Versão Em Poema



À doze dias tinha paz
À doze dias era sossego
Algo que não se volta a repetir
Não vale a pena continuar a mentir
Sou um caso de contradição
Um dilema que me aflige o coração

Uma estrada escura
E os sinais são todos óbivos
Uma curva na avenida da amargura
Uma reflexão para os meus pessoais ódios

Subindo a rua do alecrim
Estou fora de mim
Estou num caso severo de dor
Caminhando pelo passeio sem fulgor

Vejo onde te deixei por fim
Estarás melhor sem mim?
São estes pensamentos que me tocam
São as tuas palavras que me sufocam
Mas, afogado já estou de não estares aqui
Porque tinha que desaparecer o que eu nunca queria ver um fim?

No metro desconcertado
Sem conseguir deixar de me sentir assim
Vejo-te à distância
Vergonha leva-me para outra carruagem
Eras tu ou simples miragem?
Um truque do meu âmago
Ao meu coração peço um abrando
E continuo o meu caminho perguntando
Se a minha vida é um jogo de coincidência

No jardim caminho sozinho
As memórias são todas de ti
Mas, nunca mais será aqui
Que os meus braços te prenderão
Nem que os meus olhos te verão
Será uma memória para sempre perdida
Algures nos recantos da minha vida

E pergunto-me que sou eu sem ti.
Chrsitinne de mon coeur
Um pouco mais de paciência
Um pouco mais de preseverança
E ainda tenho esperança
De nunca mais sentir esta maldição
E que venha a bonança
Mon coeur é uma simples expressão
Porque o teu está em segurança

E penso se um dia me amaste
Pois eu sempre acreditei que esse dia chegasse
Mas, é um simples disparate
Não sentes nada, nem nunca sentiste
Fui uma excepção à regra
E nesse coraçao que nada alberga
Um namoro que se enterra

Saudade ou pura nostalgia
É um poema de um dia
Em que foste de novo tudo
E eu continuei a manter-me mudo
Celebrando a minha saudade ao mundo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Em Revisão


Se fosse um livro...

Se eu fosse um livro, poderia de mim ler uma história.
Capítulos e parágrafos, notas de rodapé e páginas soltas. Uma longa história de desventura e contradição, alguns momentos dignos de recordar, outros simples momentos a apagar.
Sem rimas e musicalidade se fazem os últimos relatos, menos momentos bonitos, alguns mais introspectivos.
E é nestes momentos em que gostaria de ser um revisor. Um senhor com um prefácio no nome (doutor ou apenas excelentissimo senhor), e rever tudo. Pôr tudo em análise, e avaliação.
De pena da mão, e respeitável olhar crítico que tantas obras produziu, iria olhar perplexo para esta história. Começaria a riscar, e a transcrever (ora portanto a rever, como digno revisor faria).
Começaria com um simples toque de tinta vermelha ou roxa, e apagaria algumas passagens. Alguns momentos de dúvida, outras memórias penosas.
Cada linha seria uma passagem mais forte, movido e apaixonado pela história, sentindo-me personagem, tentaria capturar-me nos olhos de outros.
Mas, este revisor não consegue escrever algo de novo, não consegue mudar o rumo, nem pôr o pretendido em novo pedestal.
A história era complicada, disso não há duvida. Mas, não consigo escrever-te de forma perfeita, a tua imagem é distorcida e não consigo ver a tua figura definida.
Largo a pena, desistindo.

Se tu fosses um livro...

Serias sobretudo passagens censuradas aos meus olhos. Sem nunca poder ver a figura completa, estarias apagada.
Citações e parágrafos completos rasurados. Cabeçalhos e períodos completamente omitidos.
E veria-me como um nome num index, parte do índice mas, sem nada que me ligue. Pois nesta história nunca soube bem quem fui.
Roubo as palavras que escrevem a tua história, e tento percebê-las, quem foste, e quem és, não sei. Já tentei fazer tantas vezes o teu retrato, e nunca consegui descobrir quem és.
Sou o revisor mas, não consigo retratar-te de forma perfeita, falham-me as palavras e faltam-me os factos.
Portanto as mais firmes e reais palavras nunca representarão nada, pois não sei bem o que estou a representar. Tudo o que pensava conhecer era relativo.
Foste um enigma do qual nunca tive resposta.
E na hora do adeus, na hora em que me abandonaste, pude concluir que na tua história, nunca vou saber quem sou, nunca mais vou saber quem deixei para trás.

Movida por fios.


És marioneta. Não me tentes enganar, não me tentes dissuadir, pois agora pintei-te em cores totais e vejo-te vazia.
Não confias na tua capacidade inteligível, nem na tua própria forma de pensar. És uma boneca de trapos na mão de todos os teus amigos, seguindo conselhos pervertidos por mentalidades inconsideradas, e perguntas-te porque és infeliz. És porque o queres.
Deixas-te levar, ages de acordo com o de ti querem, e tu não te apercebes porque o vício é tanto, és uma simples marioneta que dança o teatro dos ingénuos, dançando sem nunca alcançar a verdade, saltando por cenários montados para ti.
E lembras-te de como é sentir? Provavelmente não.
Não te lembras, porque os teus pés cansados de tão dançar não o permitem, vives à muito tempo o jogo e sabes que não podes parar, pois se a tua realidade é seguir porque começar agora a pensar?
Não te posso realmente culpar, desta forma simples de viver que preferiste escolher, este caminho que traçaste, quase que te invejo não fosse a total perda do meu livre arbítrio.
E pergunto-me se não te sentes maltratada, se não te sentes julgada e usada, pois a vida não é tua, é de quem te puxa as cordas.
E não é uma simples metáfora, prometo-te se olhares para as tuas costas irás ver os fios, e não verás o homem que os puxa, pois já passou tanto tempo. Os teus olhos já não funcionam sem ordem de contrário.
E dizes-me que tentas, e sussuras-me que está fora do teu alcançe, eu riposto e digo que é tudo uma farsa, tens medo de soltar-te dessas correntes psicológicas, de abandonar o confortável controlo e não queres ter vontade, deixares-te apenas seguir pelo que te dizem.
Mas, quando irás tu ver que o farol é um precepício, que o mundo não é o reino dos ingénuos, e que a felicidade é tua apra criar. O caminho que escolhes é só dor, acorda então e vê que tens que ser tu a levantares-te.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

The Motel


A chuva cai a cântaros, procuro apressar esta caminhada e chegar ao meu destino.
Uma tabuleta com néons brilhando no nevoeiro, quebrando a monotonia da longa estrada, como se de um óasis se tratasse.
No seu interior deixo cair o casaco num dos chapeleiros, e peço ao recepcionista a minha chave, era esperado no quarto 1811.
O seu interior normal, o quão normal um quarto consegue ser. As paredes com papel simples e em padrão de flores, os habituais quadros de naturezas mortas, conformista e neo-conservador. A janela perscrutando a estrada.
Sentado numa poltrona antiga, penso nos meus propósitos, no meu objectivo. Fujo da minha sombra.
Caminhei milhas para me perder, pois perdido estarei sempre num sítio que escolhi, procuro nas listas de telefones um sítio onde possa estar, e quanto mais longe e distante melhor.
Olhando para o relógio vejo marcadas as 4:30, de novo a mesma hora, fui encontrado.
Antes que possa mudar, sou assalatdo por memórias, despedidas e se's pairam no ar, a minha sombra encontrou-me.
Tento não tremer, corro para a casa-de-banho e olho-me aos espelho.
Sou um reflexo sem dono, quem é este que olha o espelho? Um homem demasiado cobarde para a sua sombra confrontar.
Passado o susto, sorrio o sorriso dos ignorantes.
Deixo-me tombar na cama mas, encontro-me incrivelmente perdido, já é tarde de mais.
A posição, o lugar ocupado pelas minhas mãos, o canto direito da cama, revejo tudo nestes pequenos pormenores, estou perseguido até aqui.
Onde estou eu? Não sei.
Sei que no entanto corvos tombam ao meu parapeito, esperando que o meu coração pare, festejando as lamúrias.
E não acaba aqui pois o tecto é uma assombração, escrita de diálogos de namorados, pessoas que já mais nãor econheço, reneguei essas verdades à muito.
Gritaria se tivesse em mim voz. Abdiquei dela à muito, quando pus os meus ideais em aposta com o destino, e fugi pela porta das traseiras do designio divino.
Saio do quarto, as paredes cheias de fotografias do passado, no hall de entrada não há recepcionista nem livros.
No livro de visitas, sou eu o único ocupante, em todos os instantes, em todos os momentos.
As lâmpadas piscam incessantemente enquanto reprimo em mim as memórias negras que surgem como ervas daninhas.
Subo as escadas apenas para encontrar mais escadas. Atrás de mim, apenas mais escadas para o nada, e paa tudo agravar sussuros suaves em vozes que não aceito dizem as mias brilhantes jruas de amor.
Finalmente uma porta.
Volto ao quarto, atravesso toda a divisão como um dançarino louco em pleno palco, apaixonado e dedicado.
Caídos no parapeito, desisto.
De olhos tombados, tudo me absorve. As matas, os passeios, as casas, os beijos, as saudades, as promessas, o passado.
Não importa onde fuja, não importa para onde desapareça, vou sempre chegar a um local e aí uma sombra me vai apanhar, uma memória, uma referência e aí tudo começa.
Tal chuva de memórias incessante na minha vida.
Olho agora para a estrada e vejo-a de gabardine comigo no seu braço, mísera imaginação.
Trocamos olhares, nada mais.

Como um rio


Correm-me como um rio estas palavras minhas.
Um misto de aborrecimento e sarcasmo, um pouco de sentimento, e uma pitada de soluços.
No entanto, não preciso de muito apra pegar numa caneta e escrever, pois é tudo uma bela mentira.
O mundo é tudo o que aparenta ser. Uma vala sem esperança.
Quando faço romances sobre mesas e jogos de dados, procuro significado numa equação sem resposta, numa morte lenta e inevitável.
Na vida tudo o que se aproveita é efémero. Nada é garantido, nada ambicionado pode ser alguma vez guardado, nunca será o suficiente.
O som da música que nos acalma e promete felicidade, é mais uma simples mentira, agarrando-te e convencendo-te que não é tudo em vão.
Mas, caro leitor, é. Podemos morrer agora ou em cinquenta anos mas, vai tudo dar ao mesmo. Chamar-lhe-iam o corte de intermédios.
E que cinismo nestas palavras. Retrato conceitos e sensações mas, nenhuma delas senti, é tudo ilusão, um conforto criado pelo meu desejo egoísta de querer acreditar em algo mais.
Ficas chocado ou abismado com a realidade, entrarás em negação mas, percebe leitor que é tudo uma espiral eterna de morte e sofrimento.
Nada te espera nesta vida do que acreditar e te arrependeres.


:
Meu Deus, vocês pessimistas simplesmente não tem nada em que acreditar. Prefiro continuar iludido.





Um caso sério de gozo com o pessimismo através do uso de mim mesmo como opositor

Dezembro


Espero que estes testes acabem, para ficar mais livre.
É uma longa caminhada este último mês, sinto-me como um papagaio de papel, esvoaçando sem controlo. Sinto o fio a quebrar.
Tinha medo de acabar sozinho, agora parece-me que é só assim que quero estar. Pois as mãos das pessoas são cada vez mais frias, a maquilhagem cai cada vez mais, fios de mariotentas apelidado de intenções, egoísmo.
Sou no entanto culpado. Usando evasivas e metáforas impeço-vos de me conhecerem, pois não se preocupem, hoje em dia já nem sei bem quem sou.
Apelido-vos de marionetas mas, acordo todos os dias escolhendo pessoalmente qual a máscara de porcelana que usarei durante este dia.
E vou cantar a estes dias de chuva, pois são como irmãos. Lembram-me de que sozinho estou com a minha máquina de escrever, até come la tenho medo de mostrar quem sou.
Tantos sorrisos sem vida nas molduras do meu quarto, olho-os com perplexidade, serei como eles?
Nunca fui uma pessoa de sorrisos, nem uma pessoa de pessoas. Tenho medo delas.
De as magoar, de as perder, de por elas ser enganado.
Mas, tudo isso já fiz, tudo isso já senti.
Sou então um cobarde que se priva do mundo, julgando-se melhor. Não desistas no entanto de mim, ainda não morri.
Percebe que sou assim, uma miscelânea de singularidades, e o mundo um enigma carismático.
Sou algo que não sei descrever, sou um pouco de ti, e tu és um pouco de mim.
Leitor, serei eu, apena sum reflexo do que sentes, ou haverá verdade nas palavras?

Talvez devesse escrever menos,e conformar-me mas, não me conformarei a testemunhos inversos, sou a porra de um raio de luz


Levo-me demasiado a sério.
Esforço-me para mostrar que ainda tenho capacidades escritas, talvez procurando calma, talvez simplesmente porque sem isto sou nada.
Não tenho talentos nenhuns nesta vida. Não sou nenhum desportista, nem sou um senhor.
Vejo nas palavras uma saída fácil à falta de talento, pois sei que posso plagiar tudo o que alguma vze foi. Não tenho a certeza onde existiu mas, por certo que antes de mim já houve tanta coisa igual a esta.
A minha escrita não é nada especial, é bastante ordinária e simples. Nunca igual à daqueles tipos sobredotados na revista.
Repito palavras sem fim. Repito-me inconscientemente, numa espiral de repetição, acabo por morder a minha própria cauda (chama a isto metáfora).
(Chama a isto o que quiseres)
Sinto-me desinspirado, sem nada a escrever.
Começa então o medo de novo. Pois agarro-me à escrita com tudo o que tenho, pois é tudo o que sou.
Nas palavras fiz a minha casa.
Não posos deixar o vento levá-la, a esta casa que construi de sonhos.
Apaixono-me todos os dias mas, as palavras são as minhas juras de amor, do qual apenas peço que não me traiam.
Por favor palavras não me abandonem, sem vós quem sou eu?

The Birth And Death Of The Day


Prende-te no nascer do sol. Nesse calor momentâneo, onde a alma encontra o frio do colchão.
Os olhos levantam-se, reflectindo o brilho madrugador do sol.
Presos por instantes, presos por segundos inquietantes, somos poetas do silêncio. As nossas mãos um quadro triunfante, haverá maior perfeição?
Maior perfeição do que deixar-me pender por estes coebrtores vermelhos, que nos cobrem o corpo? Maior perfeição do que o som do teu coração junto ao meu?
As pontes saiem das nuvens e aplaudem novo amanhecer. A janela aberta solta os gritos da população, os carros começam a sua percussão pelo horizonte, e nós aqui.
Deitados, deixados a saborear o momento, fora de tempo.
O sol nasce, e renasço eu também, apaixonado, enamorado como da primeira vez, quando o dia acabava e o sol se punha.
Megulha então no teu sonho, enquanto te acaricio os lábios. Sou apenas eu, e rendo-me à beleza.
O sol sobe alto no céu, e os teus olhos verdes olhando-o, sou um simples estranho de visita ao teu quarto, suspirando os teus desejos.
Quando o sol chegar ao topo, estarei só com os sonhos mas, até lá, deito-me contigo.
Fecho os olhos e esboço um sorriso.
A poesia nasce na cidade, no som das ruas,e nas alamedas da memória.
O coração bate, forte contra tecido, e sussuro-te ao ouvido:
"És o meu capítulo mais lindo"

domingo, 2 de dezembro de 2007

Pesadelo


Hoje tive um pesadelo
Sonhei que namorava contigo
Sonhei com o bater do teu coração
Como se nunca tivesse começado esta confusão
O cheiro doce do teu cabelo
A suavidade no teu sorriso.

Sonhei no teu abraço
Sonhei que eramos mais que amigos
Pois nem isso somos
Sonhei que tinhas voltado
Pensei que podia não ter acabado

Descíamos o Chiado
Mãos dadas, de destino traçado
Riamo-nos ao mundo
E o meu mundo era dourado

Apesar dos erros eras tu
E acima disso, era eu
Quem te abraçava nas noites
O sorriso que era só meu
Todos os momentos, sei que os sentes

No metro distante
Momentos dilacerantes
Antes de tudo
Peregrinação constante
Para ao meu santuário chegar
Um simples beijo para me acalmar

Éramos de novo namorados
Nada de amarguras do meu coração despedaçado
Caminhamos sozinhos à chuva
Como antigamente fazíamos
Completamente sozinhos
Mas, sozinho contigo
Assim para sempre quero ficar perdido

Na tua cama deitados
Os teus olhos adorados
Os meus beijos apaixonados
E o tempo de dizer adeus inesperado

Era eterna a vontade
De nunca te abandonar
De não sentir isto acabar
É eterna a saudade
Lembra-te destes suspiros
Digo-te adeus e até nunca mais
No entanto do coração nunca sais


Hoje tive um pesadelo
Do meu sono ter acordado
Olhar pela janela o céu
Não mais me amares
Nunca mais serei o teu amado
Adorado como antes
Nesse tempo distante
Antes de tudo ter acabado