segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Dezembro


Espero que estes testes acabem, para ficar mais livre.
É uma longa caminhada este último mês, sinto-me como um papagaio de papel, esvoaçando sem controlo. Sinto o fio a quebrar.
Tinha medo de acabar sozinho, agora parece-me que é só assim que quero estar. Pois as mãos das pessoas são cada vez mais frias, a maquilhagem cai cada vez mais, fios de mariotentas apelidado de intenções, egoísmo.
Sou no entanto culpado. Usando evasivas e metáforas impeço-vos de me conhecerem, pois não se preocupem, hoje em dia já nem sei bem quem sou.
Apelido-vos de marionetas mas, acordo todos os dias escolhendo pessoalmente qual a máscara de porcelana que usarei durante este dia.
E vou cantar a estes dias de chuva, pois são como irmãos. Lembram-me de que sozinho estou com a minha máquina de escrever, até come la tenho medo de mostrar quem sou.
Tantos sorrisos sem vida nas molduras do meu quarto, olho-os com perplexidade, serei como eles?
Nunca fui uma pessoa de sorrisos, nem uma pessoa de pessoas. Tenho medo delas.
De as magoar, de as perder, de por elas ser enganado.
Mas, tudo isso já fiz, tudo isso já senti.
Sou então um cobarde que se priva do mundo, julgando-se melhor. Não desistas no entanto de mim, ainda não morri.
Percebe que sou assim, uma miscelânea de singularidades, e o mundo um enigma carismático.
Sou algo que não sei descrever, sou um pouco de ti, e tu és um pouco de mim.
Leitor, serei eu, apena sum reflexo do que sentes, ou haverá verdade nas palavras?

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