segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Como um rio


Correm-me como um rio estas palavras minhas.
Um misto de aborrecimento e sarcasmo, um pouco de sentimento, e uma pitada de soluços.
No entanto, não preciso de muito apra pegar numa caneta e escrever, pois é tudo uma bela mentira.
O mundo é tudo o que aparenta ser. Uma vala sem esperança.
Quando faço romances sobre mesas e jogos de dados, procuro significado numa equação sem resposta, numa morte lenta e inevitável.
Na vida tudo o que se aproveita é efémero. Nada é garantido, nada ambicionado pode ser alguma vez guardado, nunca será o suficiente.
O som da música que nos acalma e promete felicidade, é mais uma simples mentira, agarrando-te e convencendo-te que não é tudo em vão.
Mas, caro leitor, é. Podemos morrer agora ou em cinquenta anos mas, vai tudo dar ao mesmo. Chamar-lhe-iam o corte de intermédios.
E que cinismo nestas palavras. Retrato conceitos e sensações mas, nenhuma delas senti, é tudo ilusão, um conforto criado pelo meu desejo egoísta de querer acreditar em algo mais.
Ficas chocado ou abismado com a realidade, entrarás em negação mas, percebe leitor que é tudo uma espiral eterna de morte e sofrimento.
Nada te espera nesta vida do que acreditar e te arrependeres.


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Meu Deus, vocês pessimistas simplesmente não tem nada em que acreditar. Prefiro continuar iludido.





Um caso sério de gozo com o pessimismo através do uso de mim mesmo como opositor

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