terça-feira, 20 de maio de 2008

Um pedido de um gato chamado virtude

Ver-te assim deitada sobre uma cama, cara nas almofadas, cantando músicas amargas e versos de tristeza, faz-me sentir mal, pois lembro-me de quando eras feliz.
Sentada a ver televisão, ou simplesmente no computador, sem fazer nada, brinca comigo por favor, este quarto é aborrecido sem ti, deixa o meu pêlo enrolar-se nos teus dedos ou as minhas patas brincar com as tuas pernas, deixa-me apssar com a minha cauda fazer-te rir, sorri para mim como quando eras feliz.
Caminho por todas as divisões procurando algo para te animar, não aguento ver-te mais sozinha, agora dormes mais do que eu, e afundas-te, e só quero que sorrias de novo.
E chama os teus amigos, desde que não tragam cães, vê vídeos que te façam dançar e rir, e relemrba com as tuas amigas a tua infâmcoa, não fiques mais parada.
E quero voltar a ver-te feliz, a saltar contigo, a fugir como quando era eu a assustada e tu a feliz, sorri quando aaprecer pela porta.
E sie que podes voltar a fazê-lo, não precisas de viver no passado, nem precisas de cantar sobre as mágoas passadas, nada disso te vai ajudar.
E leva-me ao parque e brincaremos, eu caçando pássaros, e tu jogando às escondidas, apenas estou farto de te ver assim abandonada.
Sei que consegues se tentares, pois és alegre e serrena, linda mulher, sei que ainda há em ti a paixão de viver.
Percorro a casa, e encontro-te sempre no memso quarto, olho-te pelos meus grandes olhos procurando em ti mudança, apenas te deixas estar parada, melancólica.
E sei que és forte, que és mais que isto, lembro-me de quando anda te punha em baixo e de quando sorrias quando eu brinco parvamente com os teus sapatos, agora stamos só assim parados, e ainda me lembro de como és forte, como quando me seguraste quando em trouxeste pela primeira vez para casa, nos teus braços confortaste-me.
Só te quero ver sorrir

sábado, 17 de maio de 2008

Ghost Stories XIII- Damian Lebacque, The Endless Time


Roubaram-no! Roubaram o tempo ao próprio tempo.
Tiraram-lhe aquilo quem ele é e fugiram na escuridão, perdeu o controlo de si mesmo, perdeu-se.
Pois ele é Damian Lebacque o faroleiro da torre de marfim de Hollow Manor, o décimo terceiro cavalheiro, o irmão mais velho do sonho e da morte, o último fantasma destes capítulos longos, rei dos reinos do tempo, onde ele próprio é o que reina.
A sua barba branca cobrindo as velhas formas enrugadas da sua peloe, olhando o horizonte, calmo, não apressando a sua chegada.
A vista do seu farol, preso acima dos seus relativos, no nevoeiro, ninguém sabe o que os seus olhos poderão ver.
E o que será do mundo de Hollow Manor, o espaço das entidades que foram agora impedidos de desaparecer?
Cada sentimento cresce, quebram a propriedade e descem para a escuridão, e a sua pureza forma a luz, e a luz, o mundp. Criam terra, mares e céus,c riam os mundos e as estrelas, e é aqui que tudo começa.
O berço do mundo é Hollow Manor, pois ao mundo foi aberto o portão da eternidade, quebrando os limites, possibilitando a existência.
A morte e o tempo desceram a este mundo e trouxeram novos limites, deixaram o portão aberto apra todos os outros.
Os cidadãos, os habitantes de Hollow Manor não são homens, nem deuses, roubaram-lhes a identidade, o tempo e a sua morte, eles são agora simplesmente eternos, sentimentos do nosso mundo, e fazem parte dos seus jabitantes.
Damian olha agora o horizonte e vê m novo amanhecer o amanehcer de um novo mundo, o amanhecer da vida.
Hollow Manor permanece na terra de ninguém, o berço da alma, o berço do mundo

Intermissão Parte III


Hoje acordo e vejo o sol que brilha ao longe, o verão parece estar a aproxiamr-se, trazendo consigo esperanças renovadas, e talvez alguma nostalgia.
Na miha varanda vê-se o mundo a prolongar-se, o mistério no final de cada rua que desaparece entre curvas e árvores, e agora estou numa ilha, encarcerado no meu quarto, com um rádio e a minha velha caneta, procurando a saída desta divisão solitária, para a estrada interminável.
E acordei agora mas, os meus olhos já se encontram cansados, passar o dia a sonhar, sonhando com os dias, deixo os segundos passar, tornam-se minutos, horas, grãos de areia demasiado grandes para passar na ampulheta, o meu dia ainda vai cedo mas, parece que já vivi uma semana.
Por esta janela vejo um mundo lá fora, vivo e sempre em movimento, e pergunto-me se alguém se sente assim como eu, preso. Pois sou egoísta ao ponto de me considerar original, ou incrivelmente único, incapaz de pensar na capacidade das outras pessoas em longas reflexões, na volta sou eu, que com estas palavras estou numa rotina, talvez seja apenas mais um, talvez exista um destino e eu seja um vencido da vida.
Os meus dias já não são brilhantes ou simplesmente bonitos, são agora uma repetição, um dejá vu que perdura por semanas, com quem estou não me sinto feliz, e com quem gostaria de estar não posso.
E apaixonar-me já não é algo que planeie, pois a chama ainda está fraca, e vendo todas as caras no meu mundo, todas os sorrisos e olhos penetrantes, não há nem um que me penetre a alma, ninguém que fite com os olhos mais escuros.
Sento-me ensta cadeira e vejo o clima mudar, a chuva que se volta a aproximar, o Inverno que amotu a Primavera, e escrevo, porque é o meu escape de tudo isto que me prende, o meu escape de todas as certezas que conquistei

domingo, 11 de maio de 2008

Just Another Portrait


São vários os momentos que me percorrem o pensamento neste momento. No meu bolso estão as chaves de uma casa no qual não me apetece entrar, na mão o bilhete de um autocaro que deveria apanhar mas, a verdade é que a única coisa que realmente importa neste momento é que estou aqui.
Debaixo do sol, a brisa Primaveril trespassa a floresta e leva o cheiro de eucaliptos aos habitantes da vila, caminho pelas ruas estreitas e perco-me nas esquinas, incoscientemente e despreocupado, conversando e deixando o coração e o céu entrarem em sintonia, evitando a chuva por algumas horas, trazendo a luz à minha tarde.
Que maior perfeição pode haver senão estar perdido em montanhas e ruínas, o sol a bater no vidro de um autocarro ou na cara, o som de pessoas a caminahr alegremente, a voz da minha melhor amiga, e estar assim, feliz, não ambicionar nada na vida senão estar feliz como assim, esquecer o que passou e o que vai passar, o mundo hoje não vai consumir o nosso espírito vai sim trazer, de novo, a luz de um Verão que se aproxima.
E agora sentado nesta cadeira, vendo a cidade dormir olho e imagino que tenham inveja, pois estive no topo do mundo, e se morrer neste dia terei sido feliz, neste mundo, quantos conseguem afirmar tamanha coisa.
A luz dos candeeiros tenta competir com a das estrelas mas, nem tão bela, nem tão pura, a luz do sol tentou competir com a luz dela, nem tão bela, nem tão pura, as verdades são subjectivas e eu prefiro a minha perspectiva, que o mundo pode nunca vir a ter ams, ue eu prefiro ser assim, faz-me mais feliz.
E caminhando nestes passeios, junto aos muros húmidos, olhando os verdejantes montes, vejo que pedir da vida tudo não me tarz anda mas, estar assim traz o necessário, a calma de espírito que preciso.
E ela não me vai salvar, não é preciso. Já o fez, porque cada segundo com ela faz-me sentir vivo, como uma canção de verão, como o vôo de uma gaivota sobre o infinito mar , e um dia serei o mar e ela será a Lua, e iluminará a minha vida, enquanto viajo pelo mundo.
Mas, por enquanto contento-me com este autocarro, esta terra bonita, nas copas das árvores tapando o caminho, o sol reflectindo nas janelas, as nossas vozes cantando as músicas da nossa geração, e ela roubando as minhas palavras, e eu dando-lhe as minhas, e percorremos a estrada em direcção ao mundo, pois onde vamos nos segundos entre semanas, não é mundo mas, sim um sonho, que nunca imaginei que ousaria sonhar.

sábado, 10 de maio de 2008

The Strange Gardens & The Sweet Eyes, My Horizon


Quem afirmou que um horizonte tem que ser algo físico? O mundo não é o simples território dos olhos, as formas e texturas não são as regras que regem o mundo, e o horizonte não é só uma linha, é um desejo, uma vontade cujo significado pro´vem dos confins do meu espírito.
E a minha escada em espiral não é tão negra nem tão insegura como a dos secretos jardins. Encontra-se iluminado, e no chão não está uma estrela mas, sim um sol, pois é o reflexo de quem se vê, sou o reflexo do meu sol, a minha melhor amiga, aquela de sorriso mágico e palavras doces.
Quem julga é o mundo que nos rodeia mas, estando com ela isolado numa ilha ou numa serra, sinto-me em paz, como se o resto fosse apenas vagas memórias de um longo sonho, esqueci o julgamento, se adorar uma mulher sem a querer beijar é um crime, então irei ser condenado, pois as minhas intenções são únicamente as que se vêem.
Estamos agora no topo da torre, o nosso eixo do mundo, e vendo o horizonte na serra, com o meu sol a meu lado apenas desejo roubar a ampulheta ao tempo e fazer isto durar mais, pois a ponte até ao Verão ainda é longa, e a luz escasseia, e não quero que isto acabe, não quero voltar à fria rotina.
Sentados no vazio autocarro, vendo o mundo passar, absorvido nas suas tarefas, sinto-me pela primeira vez desperto. A felicidade que me desperta, que me faz ver o mundo como um lugar belo, tudo graças ao sorriso dela, da minha melhor amiga, daquela que nunca me deixou e que nunca irá. Mesmo que sonhe, nunca conseguirei estar tão vivo como nesta tarde, o meu coração na montanha, numa gruta, num jardim, ou num lago. O meu sorriso numa ponte, à espera que eu chegue e o abraçe, guardo em mim esse calor, essa magia, o sol que é uma pessoa, maior que os Deuses de pedra, mais misteriiosa que os poços do inferno, mais linda que qualquer flor que colha para ela.
Não a amo, apenas sou o irmão dela, e ela é a minha irmã, as minhas tardes de verão, a única constante do meu coração.

domingo, 4 de maio de 2008

Moonshiner ou Viagem Pelo Mundo Rural


Anda o vagão ruidosamente sobre a pista, e os campos de searas estendem-se ao meu lado, dançando com o vento, um mar verde que a terra criou.
E olho para as árvores do meu canto escondido dentro do vagão, e vejo as largas copas onde na Primavera os amantes se vão enconstar, onde na infãncia as crianças vão brincar, e no Outono os homens vão colher os frutos, o ciclo da vida, a tradição numa aldeia, onde as histórias se repetem mas, são sempre diferentes.
Vejo uma igreja rural no topo da colina e ouço o sino badalar assinalando as horas que havia perdido noção, pois no meu caminho para lado nenhum não preciso de tempo para lá chegar.
Quantos Outonos passarão, quantos regressos e quantas partidas nesta pequena aldeia, quantas crianças nascidas, e quantos anciões que perecem? E no entanto o ciclo continua, as vidas, os corações e os sorrisos, um ciclo cnstante, uma balada nostálgica e contínua que ressoa nos alicerces da vila.
Deixo os meus pés na ponta do vagão para sentir o vento a cruzar-me e olho para as estrelas que me velam durante o sono. Muitos anos irão passar, muitas histórias e desventuras, amroes e perdas, e elas vão lá continuar, testemunhas da minha vida, testemunhas do que eu fui.
Irão ver-me crescer, largar-me à estrada, apaixonar-me, ter uma família, abraçar o meu primeiro filho nos braços e beijar-lhe o cabelo, irão ver-me a mim eterno viajante (nem que seja da mente) a envelhecer ao lado da mais bela mulher, que o tempo vai envelehcendo mas, a paixão nunca decrescendo, irão ver os meus netos, e serão a constante da minha vida, o meu diário.
E quando morrer, quando o último suspiro sair de mim, e quando o quente lençol da morte me envolver, elas vão continuar lá, a testemunhar a vida de todos depois de mim, e no entanto onde estarei eu? Sou demasiado inquieto para o solo debaixo de mim. Estarei a subir as estrelas, um caminho igual a todos na minha vida, e não estarei triste, estarei apaixonado, pois todos os que perdi vão lá estar, todas as histórias e memórias, todas neste céu estrelado.

sábado, 3 de maio de 2008

Love Reign O'er Me


Caminhando sozinho na praia, a madrugada que sobe alto no céu pintado de azul, cinzento e amarelo, o sabor da maresia mistura-se com o sono e com o orvalho e a paisagem quase se torna misteriosa, bonita, perfeita.
Olho para as gaivotas que cruzam os céus e penso em como desejo ter asas, ser uma delas, voar sobre o mar sem destino, percorrendo o território que sempre será o mundo incógnito e nunca controlado pelo Homem, um cemitério de navios e homens mas, ao mesmo tempo a residência silenciosa de vidas, e a inspiração de tantos escritores ou simples homens, eu um deles.
E que me atrai a esta areia, vez e vez sem conta. Já há muito enviei uma garrafa ao mar com a minha carta de amor, e até agora nenhuma resposta me trouxe mas, mesmo assim não o deixo de amar, as suas ondas, e o som da sua voz, as suas histórias e as portas que com suas chaves abre na minha imaginação.
Sei que o talento na escrita é algo que em falta mas, se por momentos conseguir retratar o espírito indomável do mar, que acompanha o bater do meu coração, o som das ondas que me percorre, talvez aí consiga morrer com um significado, pois quero ser filho do mar.
Quero sobrevoar e nadar nele, entregar-me a cada cova e cada oceano, cada onda, quero empunhar o estandarte e mostrar que sou filho da água.
E não é só o amor ao mar que me percorre, nesta amdrugada, estou a caminahr sozinho, deixando um rasto para trás, ao longe o farol e as casas, à minha frente o desconhecido que simplesmente nunca me interroguei sobre conhecer, tudo atrás daquela parede de rochas, e vejo a cidade ao meu lado, e o mar do outro, estou assim cruzado entre dois amores, o mar que me ouve e percebe, e a cidade e a estrada que me querem levar longe no sonho.
E a madrugada chega ao fim, e o sol nasce, os pescadores lançam as redes e vão em viagem, eu encosto-me a um canto e vejo os outros amantes do mar, e penso que o meu amor ao mar vem de amar alguém.
Enquanto não encontrar alguém que me faça ecoar as ondas, amarei sempre o mar, danço nesta manhã esperando a minha sereia, esquecendo o passado, não lembrando o futuro, não vivendo o presente, apenas dançando entre mar e cidade, entre o sal e o asfalto, entre as amarras e as escadas, entre o meu amor perdido em forma de cidade, e o amor da minha vida, algures entre as ondas e o ecoar da rebentação, o lembrar do lar, que um coração me possa trazer.

Spider's Blues


E cá está mais uma entrada numa inalterada, talvez mesmo ínutil registadora dos meus mais variados pensamentos.
Olho do telhado do edíficio para a serra à minha frente, algures há ainda um mistério no mundo que permanece por descobrir, e enquanto existir acho que resta espaço no meu coração para sonhar.
E eu gosto de ser assim, sonhador (ou muito convencidamente penso eu) mesmo que o mundo exija de mim mais seriedade ou uma cara mais dura, os punhos semi-cerrados e os dedos gretados do esforço, e pareço não aprender, ou simplesmente não quero ouvir, porque se deixar de sonhar que me resta mais na vida senão um dia a seguir?
Aí é que reside a graça do futuro, usar o passado, apostar no presente e tentar adivinhar o futuro, tal como no ecrã a cinco euros, o mundo é a maior casa de apostas que se conhece.
Sento-me a olhar o céu e vejo que não há estrelas hoje, não há recordações. Não só minhas. Não há recordações das estrelas que já se apagaram, das supernovas e estrelas vermelhas que o universo fez perecer, e agora estou só eu, e os meus amigos num carro, e olho para longe, gostava de ser alguém mas, começo a pensar que fui feito para me desiludir.
E não gosto de ter pensamentos negativos, quando o ar da serra me faz sentir em paz, não gosto de parecer triste quando a luz dos candeeiros espelham em meus olhos cansados, não gosto de parecer mal quando a estrada se desenrola à minha frente.
Levanto-me vagarosamente do meu banco no carro, cabeça firme na janela e penso que talvez o amanhã não seja assim tão mau.
Quero conhecer a minha alma gémea? Talvez amanhã. Quero sentir a àgua do mar nos meus pés e o ar a passar-me nos cabelos numa praia abandonada? Talvez amanhã. Quero viajar, perder-me? Talvez amanhã.
Porque ninguém sabe o que o amanhã traz, ninguém sabe quais as apostas ganhas ou as perdidas, e é nessa ignorância, nesse momento em que não resta nada a afzer senão esperar, que posso simplesmente existir, nesse segundo entre a causa e a consequência, sou Eu. Imperfeito, expectante mas, eu.

Amanhã é só mais um dia.
Um dia para sonhar.
Um dia para viver.
Um dia apra gritar.
Um dia para valorizar.
Amo a vida.
Nenhuma memória será perdida.

E agora olho os meus amigos e esboço um sorriso, se não estivesse tão cansado poderia intervir em diálogos, conevrsas e brincadeiras mas, agora sinto-me simplesmente preparado apra me entregar a Morfeu, meu maior amigo, meu arquitecto e Deus, e ouço o ecoar do mundo a dizer boa-noite. As rodas do carro a atravessar a estrada que é minha amiga, os candeeiros a desaparecer, as vozes a atenuar o silêncio, e naqueles instantes entre a porta e a minha cama, por entre a persiana vejo a rua, que se prepara para adormecer, um quadro fixo, sinto o vento no meu cabelo, e quase ao longe, sinto as ondas ecoar.