sábado, 17 de maio de 2008

Intermissão Parte III


Hoje acordo e vejo o sol que brilha ao longe, o verão parece estar a aproxiamr-se, trazendo consigo esperanças renovadas, e talvez alguma nostalgia.
Na miha varanda vê-se o mundo a prolongar-se, o mistério no final de cada rua que desaparece entre curvas e árvores, e agora estou numa ilha, encarcerado no meu quarto, com um rádio e a minha velha caneta, procurando a saída desta divisão solitária, para a estrada interminável.
E acordei agora mas, os meus olhos já se encontram cansados, passar o dia a sonhar, sonhando com os dias, deixo os segundos passar, tornam-se minutos, horas, grãos de areia demasiado grandes para passar na ampulheta, o meu dia ainda vai cedo mas, parece que já vivi uma semana.
Por esta janela vejo um mundo lá fora, vivo e sempre em movimento, e pergunto-me se alguém se sente assim como eu, preso. Pois sou egoísta ao ponto de me considerar original, ou incrivelmente único, incapaz de pensar na capacidade das outras pessoas em longas reflexões, na volta sou eu, que com estas palavras estou numa rotina, talvez seja apenas mais um, talvez exista um destino e eu seja um vencido da vida.
Os meus dias já não são brilhantes ou simplesmente bonitos, são agora uma repetição, um dejá vu que perdura por semanas, com quem estou não me sinto feliz, e com quem gostaria de estar não posso.
E apaixonar-me já não é algo que planeie, pois a chama ainda está fraca, e vendo todas as caras no meu mundo, todas os sorrisos e olhos penetrantes, não há nem um que me penetre a alma, ninguém que fite com os olhos mais escuros.
Sento-me ensta cadeira e vejo o clima mudar, a chuva que se volta a aproximar, o Inverno que amotu a Primavera, e escrevo, porque é o meu escape de tudo isto que me prende, o meu escape de todas as certezas que conquistei

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