quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Crónicas da Irrealidade- A paragem de autocarro

O Vaqueiro albino conversava com a foca amestrada, o som da chuva inundava o espírito da cegonha depenada que amava o Inverno.
No seu vôo a única coisa que a preocupava era a queda dos elefantes roxos mas, ela não estava sozinha pois tocava a harmónica, e uma boa música é melhor companhia do que muitos maus amigos.
- Tens ouvido falar nesses elefantes?- Pergunta a foca.
- Não se apanha com o laço não interessa, não se come não interessa, não saceia as minhas necessidades básicas e não se compromete à minha lógiva, não me interessa. POR ISSO PORQUE ME PERGUNTAS SOBRE A PORRA DOS ELEFANTES?!
A foca onomatopeia-se.
- Mas, os elefantes comem-se.
- Ah sim?! Já comeste bitoque de elefante, sopa de elefante, costeletas de elefante, tromba frita? És mesmo foca, para ti é tudo sardinhas.
E o elefante roxo cai em cima do vaqueiro, enquanto no fundo da rua surgem os trapezistas, e as bailarinas manetas dançam com os assassinos merceeiros.
E enquanto os palhaços lançam confettis, os japoneses de três dedos atiram sushi de cão para as estradas negras onde os polícias sniffam cocaína e vendem-se na berma da estrada aos italianos gordos e com cheiro a azeite.
Algures, alguém ainda te ama mulher-macaco.
A chuva é verde escarlate, e a foca tenta entrar dentro do autocarro mas não é permitida a entrada a focas.
-Porcos fascistas.
Eram no entanto Leitões.

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