quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

The Absurdity Of Just Wanting


A luz fina da manhã invade o meu quarto, trespassa tanto janelas como cortinados, esmorecendo na minha cama.
Os lençóis de veludo vermelho deixo para trás, torcidos e enrolados pelo contorcer das minhas memórias que ficaram para trás.
E o candelabro encontra-se sobre a minha cabeça, e eu deitado, a respirar profundamente, absorvendo cada contraste da sala que me rodeia, perdido num limbo de sonhos e magia, de sono, e realidade, a minha sombra espelha-se na carpete carmesim, e o bater do meu coração invade-me os ouvidos.
A chuva simplesmente cai no exterior, poderia olhar para ela mas, apenas veria cortinas transparentes que separam a minha casa do mundo, e estaria sozinho, só com a tua sombra ao meu lado.
E ela é tão pesada, ela consome-me por completo, esvazia-me de energia, deixa-me demasiado cansado para lutar, para te recusar no meu coração. E portanto o meu coração não bate porque estou vivo e feliz, bate porque por ti estou apaixonado.
E quero separar-me. Quero sair destes fios que me prendem ao destino incerto, quero ser livre de ti e vaguear de novo pelo mundo.
Viro os olhos para o tecto, ainda estendido na carpete, afundo-me na memória, na canção dolente do sonho, e sinto ainda o meu coração a marcar compasso, um relógio de ouro que eu anseio que pare, porque querer-te não chega.
Não me peças para levantar do meu leito, estou aqui tão fundo no mar escuro, as minhas mãos deixando-se levar pela corrente, a calma de espírito que é afundar-me nas ondas, e ouvi-lo ainda a bater.
Estou a afundar-me em sonhos, e a afundar-me no meu quarto, o meu coração teu campo de batalha

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