terça-feira, 13 de novembro de 2007

The Lonesome Crowded West


Estradas. Longos caminhos que percorrem as paisagens da minha terra, ligam-me o conhecido ao desconhecido, penetrando pela minha visão adentro e desaparecendo no horizonte, desaparecendo no meio do nada. O horizonte parece-me sorrir de novo.
Ver a estrada traz-me memórias, memórias de uma criança sonhadora que em mim nunca desapareceu, memórias de uma criança que sonhava em suber e descer vales mas, essa criança cresceu e as caminhadas nas montanhas foram agora substítuidas, o desejo da simples observação, de me apaixonar através do vidro do carro, destes sentimentos precários e eloquentes já pouco resta.
Agora tudo o que parece apenas resistir, apenas se mantém e ainda cresce, é o desejo de desaparecer no fundo da estrada, de chegar a um local onde ninguém tenha estado, onde apenas a minha imaginação me pode levar.
Imaginação. Esse brilhante trapézio que me lança do conhecido para o desconhecido, parando o coração em pleno salto, congelando os segundos entre o antes e o depois, salto pois sem nunca olhar para baixo, para o mar o mar de dúvidas. Pois a vida é um trapézio sem rede, e cada escolha deve ser vista como essencial.
No entanto nem sempre foi assim. No seio da minha família outrora via uma rede que nunca me deixaria cair no mar, no mar de onde pouca gente consegue voltar.
Mas, hoje em dia a percepção é maior, e vejo que na família não me posso sempre fiar, e os sonhos peculiares de crianaçs, deixam de ser sonhos, e tornam-se simples esperança, esperança que uma estrada nos perca no horizonte, esse desejo nunca perece.
Portanto esta estrada pode ser a minha hipótese, pode ser a solução, pode ser o salto do trapézio, a viagem a solução, que me leve ao desconhecido, e esse desconhecido pode ser o que eu sempre aspirei a encontrar.
Na estrada deposito esperança, amsi que esperança, deposito o meu coração, pois casa é um conceito que começo a não ter, e desaparecer no horizonte parece a única casa que a lar posso apelidar, poderei estar enganado. Mais uma dúvida.
Mas, por enquanto darei asas à criança em mim, darei asas ao pensamento de quem sou, e imaginar-me-ei perdido nas estradas, montes e vales, e questionar-me-ei se alguma vez os irei realmente caminhar

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