segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ghost Stories X- Kate Appletree, Nostalgia


De onde James Hollow olhava durante a sua partida, via-se uma janela aberta. Cortinados azuis esvoaçando ao sabor do vento, a portada branca aberta, convidativa, ao quarto, ao quarto de Kate Appeltree.
No seu interior, a cama coberta por edredons azuis encostada a um canto, as paredes cheias de fotografias antigas.
Kate de vestido branco, o cabelo negro encaracolado caindo-lhe sobre os ombros.
Um suspiro.
Carregado de emoção.
Saudade eterna.
Kate sente o coração bater fortemente dentro do vestido, a sua mão agarrando uma carta antiga, memórias preservadas para sempre, memórias dele para ela, eternas.
Outro lento suspiro, como uma marcha lenta, procissão da alma fragmentada, da alma nunca mais completa, a felicidade uma vez perdida, nunca mais será recuperada. Não daquela forma que tanto gostamos de lembrar.

Kate tem saudade. A memória dela persiste.

Uma canção de embalar que a leva voando numa mistura poética de sonhos e saudade.
Saudade, a doença eterna, a nostalgia na saudade, a lembrança de um tempo onde tudo era mais belo.
Nas paredes, milhares de fotografias dançam ao sabor do vento, memórias que saltam das suas realidades materiais, e tocam a música no coração de Kate.
Uma canção de embalar.
Uma lenta procissão.
Saudade e nostalgia as mãos que nos agarram ao passado, as memórias que deixam em nós, o cheiro e o sabor de algo melhor.
Quem esquece o passado está condenado a repeti-o. Quem não o esquece, deixa de viver o presente.

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