quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Não sou original
Não o sou! Não importa o que digam ou o que pensem, de originalidade nada tenho, tudo o que sou, já muitos foram antes, tudo o que escrevo, já foi escrito por outros, eu sou assim uma repetição.
Não diria uma imitação idêntica de alguém ou de algo porque, não sou uma cópia, eu não finjo ser alguém, nem me faço passar por nenhuma pessoa em concreto, pois embora imitação seja a forma mais honesta de elogio, seria algo idiótico limitar-me dessa forma, ser uma simples sombra.
Continuo a afirmar que não sou original mas, nunca serei uma cópia de ninguém, nunca serei um Vonnegut, Salinger ou Gaiman, pois todos esses tem nome, e eu também tenho um, e é um dever natural fazer desse nome alguma coisa, dar-lhe a minha própria história.
E ambiciono ser original mas, nunca o vou conseguir ser, ninguém o realmente é, porque o nosso pensamento é sempre construído por algo que nunca foi nosso, somos estimulados pelo exterior e pelos outros.
Quando nos olhamos ao espelho, seria superficial ver apenas o nosso reflexo, seria um acto inconsciente e automático, um reflexo apenas físico.
Nós não somos simplesmente nós, desde que nascemos que aprendemos com o que nos rodeia, e portanto também com as pessoas, quem julgamos ser, é quem apresentamos ao mundo, e quem somos nós então, senão pensamento, ideias e ideais de outros?
É portanto muito subjectivo, quase impossível ser original, único, pois somos todos parte daquilo que outros já foram. Invejo os verdadeiros originais, que não pertencem a nenhum grupo, que são os precursores de tudo, aspiro a um dia ser assim, original.
Mas, sou limitado e aind anão descobri esse caminho para iluminação de consciência, e até lá nas minahs palavras estão os pensamentos, as ideias, das pessoas que construíram o meu ser. Quem eu sou, o que escrevo, tudo isso são fragmentos de almas de todos os que de mim fazem parte.
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