quarta-feira, 7 de novembro de 2007
What Ever Happened To The Rain
Sentado no meu quarto, na escuridão e conforto do meu lar, sinto-me em falta do espírito do Outono, do leve toque das mãos do frio da melancolia sazonal, sinto a falta das nuvens no mar que engolem o barulho e regem o silêncio que trazem a melancolia e o pensamento, e sinto a falta da brisa marinha nas manhãs chuvosas onde sou o único caminhante nas ruas abandonadas, onde são as minhas mais brilhantes euforias e fantasias em jogos de percepção durante tardes nas ruas solitárias.
Este sol precisa de um descanso, de guardar os seus brilhantes raios pois o som da chuva deixa saudade nos meus ouvidos, e o som do vento na minha janela parece agora uma memória distante, o conforto na solidão de uma manhã chuvosa é à muito uma ilusão e estas ruas que ecoam gritos e memórias precisam de ser lavadas de novo para dar lugar a novas histórias, a chuva tarda em chegar, e o meu espírito levar.
A energia esgota-se do meu corpo, e este sol é agora uma simples música de Verão que o meu corpo não consegue acompanhar, estou pronto para ritmos mais calmos, ritmos melancólicos e de vagarosas valsas que me apaixonem no conforto do meu cansaço, o Outono é a canção de embalar que nunca mais me vem acalmar, e os meus olhos castanhos olham o céu azul em busca de nuvens mas, bons prenúncios nunca mais parecem chegar.
As ruas isoladas na solidão da noite são as mais vagas emmórias desses tempos, e é sentado no chão do meu quarto, aguardando uma nova enchente de melancolia que imagino os mais épicos sonhos, os mais brilhantes devaneios do meu espírito melancólico. O clima não condiz com o pensamento.
É nestes sonhos que sonho construír um barco. Numa qualquer colina, pinto-lhe o velho casco de cores mortas em ode simbólico da minha vontade, reparo as tábuas velhas e gastas, e vejo a chaminé a deitar lentamente fumo provenienets da caldeira, o som leve e repetitivo do fogo a crepitar, sons confortantes dessas épocas onde sou apenas eu e os meus pensamentos. E esse barco, também ele sonha, pois ele é tão Eu como Eu sou Ele, somos um só, a minha vontade acaba na sua chaminé, e o convés dele acaba no meu peito dilacerado por um coração. Ele sonha, ele sonha com o mar.
Tal como eu, os nossos olhos põe-se no horizonte, e desejamos o mar, o som das amarras a apertarem-se com a brisa marinha, um isolamento com o breve e confortante acompanhamento da chuva, onde todos os sentimentos podem sair livremente, o barco sonha com o mar, no topo da colina onde reside, e eu sonho com a chuva que o vai tirar de lá, e descer as ruas desta cidade abandonada, olhando para tudo, e levando-me em direcção para onde o meu coração bate, esse destino será um sonho, um desejo de um cansaço ou algum sítio real, isso cabe ao meu barco me levar, em tons de valsa com as chuvas de Outono a acompanhar
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