sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Ghost Stories VII- Susan Black, Inspiration
Desenha. Pinta. Sem parar.
No segundo andar, onde se situam os quartos à também uma larga porta, com o topo em arco quebrado, reluzente e envernizado, escondendo o Atelier de Hollow Manor.
Antes apelidado de salão de baile, encontrava-se estranhamente num canto da casa, o soalho de dança coberto por tapetes variados e pó da divisão. No centro da sala, uma rapariga de cabelo vermelho escarlate, encaracolado e vibrante pintava incessantemente.
Os seus olhos verdes olhavam a tela preenchida, as suas mãos em movimentos suaves e firmes desenhavam linhas e espalhavam tinta pela tela intiera, de palete na mão, os dedos com as pontas ressequidas devido ás tintas.
O brilho nos seus olhos aumentava a cada pinçelada, o silêncio a ser quebrado pelo molhar do pincél na tina de água, sem parar para respirar, sem parar para pestanejar, o tempo não passava, não conseguia parar.
Incessantemente. Para sempre, Susan Black vai pintar.
Das largas portas de janela entrava a luz de um dia de sol, raiava e aquecia a divisão, entregando luz aos quadros espalhados pela divisão. Centenas de telas, retratos, paisagens, naturezas mortas.
Susan Black não precisava de ver, o mundo estava dentrod ela, a inspiração. A chama que nunca se apagava.
Na sua mão, os pincéis já andaram km, caminhando por paisagens e faces, sempre firmes e sem parar. Ela acaba.
Suspira levemente e sorri contemplando mais uma obra terminada, deixa-a num cavalete a secar ao sol, pega noutra tela e olha para o objecto uns segundos. O brilho volta a apoderar-se dela.
Susan Black volta a mergulhar o pincel na tinta, sem pensar, sem questionar o propósito, a inspiração tomando conta dela.
E pinta.
Pinta por si.
Pinta pelo que sente dentro dela.
A inspiração toma conta dela.
Tem todo o tempo do mundo.
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