quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Do que sinto falta


Não foi uma coisa física, não foi uma coisa sentimental, foi algo providencial. Um escape, uma ajuda, um local onde podia descansar, e apenas ver os dias a passarem um atrás do outro.
Porque guerreiro deste passeio já eu era mas, antes, por mais díficil que fosse a luta diária contra o mundo, tentando fazer resistir o barco numa tempestade que é a minha vida, em ti tinha um porto que me socorria.
As milhas que andava até tua casa, os caminhos que fazia para te ver, não eram só por ti. Sou egoísta a esse ponto, de fazer isto por mim, por me fazer bem, por ser aquilo que preciso ou precisava.
Não porque precisava de contacto físico, não porque precisava de um romance de livro, de uma paixão ardente, precisava porque era o que eu amava, era o que me fazia aguentar o dia-a-dia.
Estar deitado na tua cama a descansar no teu colo, a minha cabeça deitada sobre as tuas pernas, os teus finos dedos nos meus caracóis, os teus olhos a olhar os meus. O silêncio do momento, a simplicidade de te adorar assim.
Eram esses momentos que me libertavam, deixava de pensar, de estar preso à existência, e simplesmente esquecer o mundo.
Esquecer o tempo, esquecer as pessoas, as dores e os problemas, e estar ali, eu, o eu real, o eu verdadeiro, não era o Pedro do mundo, era simplesmente eu, livre, apaixonado, sendo real em toda a minha essência.
E não importavam os momentos maus. Não eram razão para desistir, poder ser eu mesmo sem ninguém a julgar-me, sem nada que importasse senão o agora, o mundo poderia arder, porque estava simplesmente noutro mundo, no "nosso pequeno mundo que não quero perder" como lhe chamaste em tempos.
E era nesse quarto, nesse quarto em que o mundo ficava à porta, é que realmente era feliz, onde largava todos os fardos e esquecia toda a mágoa e vivia a vida, vivia-a contigo ao meu lado. O único momento em que estávamos sós, sozinhos no mundo, sozinhos no teu quarto.
E esse conforto do teu sorriso, dos teus braços, da tua presença, nenhuma amizade por mais brilhante que seja consegue ocupar, vou caminhar incompleto e dorido até outro momento como este encontrar.
Não foi perfeito mas, era nosso, e momentos como estes faziam-me aguentar algumas duras realidades, nada muda isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

vamos lá a escrever um post novo e aceitável!...aiaiai. you got me worried today.