quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Transcritos- Diamantes Estilhaçados


A minha alma era de diamante. Perdidos e espalhados num oceano reluzente, reflectindo o sol nascente, mergulhado entre a corrente e a memória, a brilharem com vértices incandescentes espelhando a luz do Sol. Luz da vida. A luz que eu reflectia.
Mas, diamantes são apenas luzes espelhadas, pois se o sol se estilhaça não há luz para reflectir mas, o sol não deixou de brilhar, o meu coração é apenas diamantes estilhaçados incapazes de reflectir a luz.
E sou portanto um desses tais cristais fragmentado, era capaz de reflectir a luz, de brilhar conjuntamente com a vida mas, escolhas são sortes ao vento lançadas e quedas monumentais quebram as mais inquebráveis convicções.

Nada mudou.

O sol brilha, as pessoas sorriem, as conversas ecoam e tudo deveria ser e é igual, isso de certo não é uma ilusão. Só que os meus retratos são arranhões, são distorções agressivas de tudo o que vejo, a minha alma está quebrada, a minha visão perturbada.
Hoje em doa não há sol que brilha pois sou incapaz de reflectir, sou incapaz de brilhar porque rachado estou.
Sou um diamante quebrado que tenta brilhar mas, sou estilhaços procurando identidade, procurando a essência e por enquanto, olho e deixo-me levar.

Apenas o tempo me pode renovar.


Escrito na aula de Português em Outubro

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