segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Drifting
Fria demais. Estou a contorcer-me nos meus lençóis, procurando descanso para a minha imaginação para encontrar um momento em que os meus olhos se fechem e saiba que estou seguro por algumas horas.
Espero que estejas bem dentro do teu mundo, dentro das paredes que construi para tentar que sorrisses, espero que tenha feito tudo bem ao longo de todo o tempo que me conheces, espero ter esculpido com todas as emoções uma barreira que te mantenha longe de dor, espero que estejas feliz.
Estou a perder-me na água negra, quando chego à superficie é ainda tudo escuro, não há luz, não há som, apenas o som dos meus pulmões a procurarem ar, enquanto nado na escuridão imagino-te embrenhada em lençóis, a sorrir, sem preocupações, imagino os teus olhos verdes escondidos, imagino a tua silhueta e nado por este desconhecido, não há fuga possível.
Estou à espera disto à tanto tempo, troco sorrisos por esgares, de trocar chuva por sol, a calma é toda uma nuvem que tapa o conforto da vida, conforto-me na ilusão de ter sido um sonho, e é isso que eu espero, que tenha sido um sonho, que tudo seja parte da inspiração vaga do meu ser. E eu aguardo o meu acordar.
Sou culpado de levar histórias para épicos mas, beijos e palavras são lei e justiça no mundo criaod por mim, e eu espero isto à tanto tempo, esperava isto meu amor, esperava a verdade.
Porque agora finalmente posso respirar, já não me afogo em pensamentos em paranóias, e a custo da verdade encontrei a calma, entre exageros e dramatismos não preciso de prestar conats a ninguém senão ao meu coração, perco-me em devaneios e perco discernimento da realidade e do verão, dos sonhos e da chuva, da esperança e da verdade.
O céu vazio deste mar escuro onde nado sem rumo, encontra-se despido de estrelas, e na minha mão está a estrela cadente estilhaçada que representava estes sonhos, já não sei de quem é a culpa. Apenas minha, tua, enchem-me de palavras,mas era isto que estava à espera. Era esta ilusão que acabava.
E enquanto navego sem rumo, peço-te desculpas por todos os beijos, por todas as palavras exageradas, no teu mundo não era isso que querias, era apenas algo normal no comportamento.
E cai a noite, e cai a chuva, este foi o acto final da nossa vida, agora posso descansar. Amor, era isto que queria.
Adeus.
Num simples papel guardo um desejo, que nenhum de nós sinta que a falta do outro, pois não existo mais, faço parte do passado.
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