quinta-feira, 4 de outubro de 2007
I'm Not Here, I'm In Neverwhere
Não estou sentado numa cadeira, receando os pesadelos que ameaçam engolir-me vivo, não estou a escrever tentando tirar a pena que pareço aclamar, não estou aqui.
Estou em algum lugar distante, onde a noite é escura e a luz é nula, sentado com uma gabardina que nunca comprei.
O banco de madeira de tinta descascada situa-se no meio de arbustos que silvam com o vento cruel que passa, à minha frente apenas está a estrada. Os meus olhos perdem-se, as minhas sobrancelhas mostram perplexão e eu sinto-me mais perdido do que alguma vez estivera.
Duvido que acerte em tempos verbais neste coma de sono e receio ms, tento acalmar-me, fiando neste pulso a escrita de forma a não pensar em erros cometidos e conversas negras que augoiram o pior mas, situo-me nesta visão, do sítio onde realmente estou.
Encontro-me sentado olhando a estrada, talvez fazendo metáforas idiotas e sem sentido, talvez apenas a tentar desviar a minha escrita de outros assuntos, neste banco, a calma é apenas exterior, sou uma entropia capaz de rebentar ao mínimo contacto.
A noite engole-me enquanto a chuva cai sem parar, a solidão acalma-me, não penso em qualquer problemática da minha vida social, confio em esperanças e não olho para a sombra atrás de mim. A sombra que revela o lado negro da minha sina, o meu karma que atrai todos os erros que cometi e me recompensa em largas doses de dor e medo.
Do outro lado da estrada não sei o que me aguarda, não sei o que me espera, talvez algo bom, talvez sejam só as esperanças do meu coração, daquele lado não chove, apenas está nevoeiro.
Será o nevoeiro melhor que a chuva, deverei abandonar o medo da minha sombra, abandonar o que conheço e atravessar?
Só o tempo o dirá.
Não estou cá. Volto um dia destes.
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