domingo, 3 de fevereiro de 2008

O jogo das escondidas


Estava-se no dia mais quente do Verão em Nova Iorque. O sol iluminava as copas das árvores de Central Park, o barulho das crianças a rir prolongava-se em eco pelos jardins.
A rapariga ruiva começa a correr, apoiando-se nas árvores procurando alguém escondido atrás dos carvalhos antigos mas, sem resultado.
Olha para baixo, vendo o caminho de pedra onde caminham famílias felizes, repra num senhor de chapéu de feltro, casaco cinzento, e um sorriso magnífico, parecia uma estrela da Broadway.
Também ela queria ser uma estrela de Broadway. Queria ser como a Judy Garland, dançando debaixo dos holofotes, sendo aplaudida por casas cheias, os críticos deslumbrados, as mulheres com inveja, os homens apaixonados.
Queria entrar em restaurantes e ver as pessoas a sussurarem o seu nome, ter a melhor mesa, junto à janela com vista para o Hudson. Cnvites para as melhores festas, e nelas ser a rainha.
Suspirou. Não era provável acontecer tal coisa. Não por falta de vontade mais, por volta de oportunidade.
Ela não era uma princesa, pelo menos aos olhos dos pais, para os pais só havia os dois irmãos dela. Talentos sobrenaturais da literatura, e do conhecimento, tinham aprendido a ler aos quatro anos. O que importava isso?
O que importava realmente isso? Para ela, todo o conhecimento do mundo não eram suficientes se não havia maturidade por trás disso. E nãos e referia a maturidade em termos de carácter, isso eles tinham, ao ponto de aprecerem dois velhos, no entanto não se preocupavam.
Não queriam saber de dinheiro, nem do seu futuro, deixavam tudo nas mãos do Deus dará. A leveza de espírito é toda muito bonita mas, há contas a pagar, e eles simplesmente não queriam saber.
E os pais? os pais dela achavam tudo aquilo muito engraçado. Não só a despreocupação deles, como a sua preocupação, achavam querido ter sentimentos maternais tão desenvolvidos.
Era frustrante.
E o tempo avançava, o sol começando a retirar-se por detrás das copas das árvores, o sol reflectindo-se no rio, as pessoas abandonando o jardim vagarosamente, o riso desvanecendo no ar, a luz esmorecendo. E quanto a ela? Ela continuava à procura deles.
A noite começava a pôr-se quando decidiu caminhar para casa, eels sabiam o cmainho, não se haviam de perder, foi aí que os viu. Rindo-se, com uma pilha de livros entre os braços, o mais novo uma cópia do mais velho.
- Onde foram? Passei horas à vossa procura.
- Nunca mais nos encontravas, resolvemos dar uma volta.
A rapariga ficou com as bochechas tão vermelhas como o cabelo.
- Não fiques assim!
- Como não queres que fique assim? Passei a tarde sozinha à vossa procura. E vocês desaparecem, para ir não sei onde, e deixam a vossa irmã sozinha.
- Fomos só ali à livraria...
- Só a livraria?! E se eu fosse raptada?
O mais novo riu-se.
- Quem é que te queria raptar a ti?
- Não sejas assim Simon. Ela até tem razão.
A rapariga cruzou os braços triunfante.
- Obrigado.
- Quem morreu e te nomeou defensor da Catherine, Sonny.
O mais velho sorriu levemente.
- Não fiques assim Simon, ela tem a sua razão.
Simon só resmungou.
- Vá, desculpa Catherine.
- Só desculpo se me acompanharem. É incrível, dão mais valor a livros do que a mim, vossa irmã.
- Não é verdade.
Simon intercedeu:
- Na verdade é.
- Cala-te Simon, vá acompanhem-me que eu sou uma senhora.
- Qual senhora?
Catherine não respondeu.
E caminharam cidade a dentro, passando na Broadway por uns instantes para descansar e para Catherine ver os cartazes de Broadway, e depois debaixo das luzes da cidade, caminharam pela casa, o riso ecoando pelas avenidas e alamedas.

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