terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Vejo o barco a atravessar o mar. As ondas beijando a quilha, as velas segurando os ventos em si, braços de mãe guardando em si o seu filho.
Nesta praia sou o último marinheiro sem porto. As botas cheias de areia e restos de conhcas mas, encontro-me demasiado cansado para as retirar.
Cansaço, quanats vezes usei esse termo, mais importante, quantas vezes mais usarei? O mundo, esse, nunca terminará de rodar, caso eu viva por cem anos ou menos, irá mudar mas, na minha perspectiva, nunca valerá a pena.
E não é o meu desejo ser eterno, porque eterno é o domínio das sensações, donas de reinos que nunca penetrarei.
Mas, amo a vida. Cada falha, cada buraco, cada sorriso e cada momento, por mais tempestades que haja, basta apenas acreditar, seja em Deus, na ciência ou em nós mesmos, para vermos os mais brilhantes capítulos, portanto nunca conseguirei ser abatido, ou pelo menos nunca me revoltarei contra a vida.
E sou o marinheiro sme porto, sou o último dos grandes navegadores do mar, à espera
de um barco que me leve no horizonte mas, o meu momento ainda não chegou, ainda não é altura de navegar a favor do vento.
Afirmo isto, porque ainda não encontrei o meu rumo, ainda não sei por onde começar, as rotas apresentam-se mas, lançar-me seria imprudente. Esperar também me parece errado.
O porto encontra-se abandonado, o som das ondas rosadas pelo céu de mesma cor, o sol que se põe entre as colinas, e sentado nesta ponte, entrando pelo mar a dentro sinto-me vagarosamente puxado para o mar, navegar no desconhecido, ver o mundo de um prisma diferente, quem nasce sem nunca navegar não é nem mais do que uma alma nova, existe um mundo novo para lá do espaço onde podemos pisar.
No entanto, caminharei em direcção às ondas um dia, seja num barco ou a pé, mergulhar no mar, livre e calmo, mergulhando no oceano eterno, onde ecoa a eternidade.

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