terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Subterranean Homesick Blues


O sol levanta-se vagarosamente na auto-estrada 51 de meio de nenhures, destino final: Não tenho bem a certeza.
Os meus sapatos rasgados pisam o ferro frio dos carris, os carris que antes de mim foram deitados, e muito depois de mim irão continuar.
Estou afogado em pensamentos, preocupações de 1º mundo como lhes poderia chamar, problemas que a longo-prazo nada me dirão, e não tenho remorsos em desprezar essas questões, pois para onde caminho todas essas pequenas perguntas não me dirão nada.
E o sol matinal ilumina o orvalho, que faz brotar em mim o sabor leve da manhã, os pássaros que voam sobre mim, as pedras que fazem o caminho debaixo de mim.
A vida é problemática mas, não é como outros dirão. muitos vêm o beco, como o último precepício, a falésia, sem olharem para a ponte, o segredo meus amigos, está em não levar tudo a sério.
Acordar na vida, elevar-me sobre as sombras e sobres os pensamentos. Aguentar o tempo suficiente para simplesmente respirar, aí encontrarei a resposta a todas as questões, pois não há problema sem solução, e muitas vezes a resposta está na calma e na reflexão.
Mas, no entanto correm todos os homens nessa longa vida, em círculos. Perdidos em trabalhos e mergulhados na infelicidade e na sociedade que vê a felicidade no trabalho e no desgaste físico e psicológico. Um dia poderei ser eu outro nesse mundo, sem tempo para ver esta luz que se encontra à frente do meu nariz.
O sol espreita agora por entre os arbustos, e a cada passo que dou, o coração acompanha o som, o som da vida, do acordar do mundo. Caminho calmamente, não há nenhum lugar onde precise de estar.
E chamaram-me estrnho e louco, pois não conseguem ver. Somos todos sentimentalistas, e perdemo-nos num mundo que não gira em nosso torno, se nos deixarmos afectar por tudo, todo o tempo iremos perder.
Caminho segura e calmamente, não estou inquieto, estou simplesmente vivo, o som do comboio que se aproxima, e vejo.
Vejo um comboio em direcção desconhecida, preso a horários e a destinos, agarro-me a ele, e sigo, para onde? Não sei. Sou folha de Outono, sou brisa de Verão, vou para onde o vento me levar.
E riqueza, successo, e legado? Viver, esse é o meu legado. Quantos poderão afirmar o mesmo?

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