segunda-feira, 2 de julho de 2007

A Midsummer Classic


O som invade-me os ouvidos enquanto me dirijo para o autocarro, o dia passou devagar, demasiado devagar, cada segundo prolongando a tua ausência, o aroma das flore percorre-me o nariz, enquanto que músicas de simples pianos manifestam as minhas esperanças ao vento, e os meus sentimentos se perdem no longo vento, e anseio os teus olhos. A viagem consola-me enquanto sinto a luz do sol a percorrer as searas, todas as etapas da minha vida passam-me nos olhos, memórias acompanhadas por memórias boas, e Verões perdidos, e no entanto quando finalmente te vejo, todos os pensamentos se focam em ti, minha melhor amiga.
A brisa de verão, e o som das rodas tentam abafar os nossos sorrisos e conversas , e o trânsito, envolve as pessoas oblivias ao que as rodeia, dormentes e perdidas, no entanto, eu estou acordado, estamos acordados, a essência do verão, a vida flui em ti, e eu banho-me na tua luz, estamos vivos, e procuro provar isso, com a minha forma desastrada de falar, de mover, enquanto que as tuas formas,a tua própria forma de ser se interligam com o verão. E as pétalas das flores sorriem para ti, o vento puro da serra, os castelos dos comboios, lembram-me contornos de mim que não me lembrava, porque tu lembras-me quem eu sou, fazes-me real, e enquanto relato as minhas histórias perdidas no passado, vejo-te sorrir, e sinto-me confortado.
Os teus olhos enchem-se com a luz que te irradia, a luz do sol radiante delinha os teus cabelos, e perdemos-nos neste mapa de mundo, bêbados pela vida, perdidos sem tempo, entre vielas e ruas, és mais do que uma pessoa, és um puro sentimento, e o meu coração grita de alegria, sobre o formato de olhares carinhosos arpa a minha amiga, e perdemos-nos na infância da nossa juventude, e entramos nos jardins. Milhares de sentimentos, momentos, e segundos da humanidade encerram-se na mata, e nós sozinhos, encontramo-nos como um exemplo da vida, quebrando o silêncio, enchendo a paisagem com sorrisos, e permanecemos assim para sempre, para que quando eu voltar veja onde estiveste, onde a nossa amizade permanece, e agora o meu coração está enterrado no meio das verdejantes montanhas, entre as árvores, sobre a forma de memórias que passeiam durante a noite e o dia lembrando que a minha felicidade esteve ali, o meu coração encontrou mais um lar, mais um sitio onde se sente feliz, eu sinto-me parte da serra, e tudo porque és a brisa de verão, tudo porque és o elo, os teus sorrisos, a tua gentil forma de ser fazem-me querer voltar a este lugar onde sou feliz, e enquanto me levas por entre as árvores, enquanto os nossos risos se perdem, a minha amizade vai crescendo, deixas de parecer uma pessoa, pareces-me uma com tudo, e no banco posso agora imaginá-lo sozinho, ecoando apenas as nossas vozes e os nossos risos,e sinto que sim. Estou feliz.
A cidade projecta a sua sombra sobre nós, de forma quente e suave, não nos queimando, e o sol irradia-nos tornando tudo numa névoa de memórias, e eu e tu subimos e perdemo-nos em vielas, e embora estejamos perdidos, acho que não podia estar mais feliz, perdido num sitio que surge do nada, e como o verão torna em memórias cada passo, e a tua cara acompanha-me, e o teu toque marca-me a pele neste momento, a cidade vibra com vida, com a nossa vida, nesta tarde somos o sangue desta vila, somos a amizade mais forte que nada parte, um fogo que consome lentamente em alegria eterna. E agora nos degraus, as memórias voam, acompanham o fluxo da água que corre, e por cada moeda que lanço, peço um desejo, e tu estás lá, és a própria serra, és a amiga perfeita, e neste momento, quando o sol abandona, sei que o calor restante não é do astro mas, sim o das nossas memórias, momentos que fervilham, e enquanto as flores largam o seu aroma nocturno, e a vida esmorece, desejo reparar o tempo, guardar a vista da cidade e da sera, a tua presença, manter a marca que fizeste, e enquanto te canto versos perdidos e vagos, sinto a cidade a abater-se sobre nós, guardando-nos, guardando-te a ti, a minha razão de ser feliz, tu tornas-te um lugar que me fora sempre impessoal, num sitio onde o meu coração ecoa com a serra, ecoa com as árvores, com a cidade, tornaste-me vivo, tornaste a cidade vida, e enquanto a luz desaparece, os degraus ficam obscuros, e a sombra se abate, e eu sei, que neste momento, tu és o meu horizonte.

Adoro-te, melhor amiga.


This Is Our Midsummer Classic Portrait

Nenhum comentário: