quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Lights, Camera, Life


Perde-te na luz.
As linhas que escreves são simples memórias do que alguma vez foste. Como uma polaroid vês todos os passos dados no passado, simples fotografias a preto e branco do que nunca mais volta a ser.
E irás sentir-te assim mais vezes, mais do que alguma vez te lembrarás, porque o futuro para ti será só mais uma continuação no futuro, fechas-te em ti mesmo, os alicerces da tua vida quebrando-se sobre a luz dentro de ti.
Por isso solta-te.
No entanto acordas todos os dias passando à margem, deixando a vida passar ao lado, foste outrora lutado, agora és mais um, bêbado de sonhos perdido em lembranças de quando tudo parecia tão bom, e a luz dentro de ti esmroece com a última lágrima dos teus olhos contra a almofada.
E irás levantar-te, o teu coração sentindo a falta de um lugar imaginário que nunca existiu realmente, um sítio a que chamavas lar, agora são só quatro paredes, do qual perdeste a chave muito atrás no teu caminho.
E onde está a tua voz? Onde estão os olhos que perescrutavam a vida? Estás cego e caíste na canção dolente, esperando por morrer.
Arrastas-te pelas ruas, o céu está sempre nebulado, os sorrisos nunca são os melhores, que falta na tua vida senão tu?
Era este o caminho que desejaste? Todos aqueles anos de luta, de sonhos e de vida para agora deixares a luz terminar, explode.
Deixa toda a luz sair, rasga o mundo a preto e branco, o passado ficou no caminho, o futuro esse é o único destino, e ainda respiras, então ainda tens uma vida para te provares, para seres herói.
Não conquistes o mundo, conquista-te a ti mesmo, e um dia olharás o céu e saberás que foste tudo o que podias ser, pode não ser o sentido da vida ma,s dá sentido a uma.
Rasga as imagens negras das memórias, acaba os pesadelos, queima o mundo que te abate, e apaga as sombras, deixa a luz respirar.

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