quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

You fell Somewhere Between The Tree And It's Shade


Brisa Primaveril, o descongelar das memórias, os corações que fechámos sob o silêncio do Inverno, os sonhos que deixámos escapar por entre as árvores despidas e os suspiros congelados que vimos espairecer, tudo derrete, e o mundo volta a aquecer.
Sentados no promontório, o desfiladeiro abaixo de nós, e perguntas-me se vou caír, e eu digo-te que já caí. Larguei-me ao profundo desconehcido, livrei-me de pesos e fardos e senti-me único uma alma simples, caíndo sem parar, dentro do infinito.
Alma de sonhador, dizes tu em meus braços, talvez sim, talvez não. Pois sonhos são efémeros, o desejo de paz no fundo do oceano, esse não desaparece.
E as árvores que nos cobrem agitam-se, o vento que paira sobre o campo de flores brancas que voam e fazem disto espectáculo de elementos e pétalas, e tu no meio, estás aqui tu, a dançarina dos meus sonhos.
Os teus olhos verdes, anéis que nunca se quebram nos meus sonhos, a tua pele sardenta, escondendo um sorriso, mão apertando a camisola, cabeça encostada ao meu peito.
E este cenário é tudo o que poderíamos desejar, um lugar que nenhuma ponte consegue alcançar, um lugar ao qual só tu e eu temos a chave, a chave que tu já largaste algures na vida atrás.
E no entanto, este despertar das Estações aquece o meu coração, lembra-me dos teus pormenores, e começas a voltar para mim, um detalhe de cada vez. Primeiro uma mão, depois um braço, por fim um pescoço, um sorriso, uns lábios.
E que perfeita fotografia esta debaixo das árvores, o desfiladeiro debaixo de nós, onde estamos? Estamos num lugar onde cumprimos as nossas promessas, onde ficaremos sempre.
Este cheiro de oliveira parece-me real, a frescura da relva nos meus dedos também, a maresia parece-me tudo tão real.

E seria tão bom se fosse verdade, no entanto é só uma miragem, e quando sair deste mundo, será só um fardo. E por isso caio do desfiladeiro mais uma vez, tentand separar alma de corpo, coração de sensação, mundo de imaginação, e quando toco na água sinto o silêncio, debaixo do mar, no cantar da onda estarei descansado, as tuas memórias, fazem do meu corpo um fardo.

Um comentário:

Anônimo disse...

arrepio