segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sleeping Aides & Razorblades


Faz quase um ano. Faz quase um ano que parte de mim se dissipou, no ar, no mar, num mundo ao qual não posso retornar.
Uma música antiga lembra-me da chuva na rua, do sol por entre as cortinas vermelhas reluzindo sobre cabelos e invadindo o quarto, lembro-me de ver a ponte, iluminada e imponente cruzando o rio vista por olhos cansados e apaixonados, nunca mais retive esse olhar, nunca mais me senti assim.
Lembro-me das tardes percorridas pelos jardins, de mão dada e sorriso desenhado, alegrias de uma mente que acreditava em eternidade, ou em algo longo, nem essa simpatia guardamos entre nós.
Apenas temos fúria e desprezo, um olhar negro e sujo, dor e simples vazio, não seremos nada para nenhum, porque na verdade nunca fomos.
Lembrar-me deste calor nos braços, de sentir o cheiro ténue do perfume a percorrer o quarto, lembrar-me de subir o elevador, de neste fim-de-semana passado à um ano contigo ter visto um filme e dele me rir.
Lembro-me da plataforma de comboio e daquele último beijo, obliviamente para mim não o sabendo, lembro-me dos meus erros que te afastaram, e lembro-me dos teus que me magoaram.
E um ano depois esqueci-te, na minha mente não és mais que singular memória, uma ténue felicidade ou uma antiga inimizade, uma dor e um amor, e guardo-te, e nunca me lembro, nem nunca esqueço.
Pois passam meses e caminho sem lembrar, sem recordar ou ansiar, e no enatnto por vees só é preciso uma nota de uma canção, ou uma imagem de uma antiga memória, para no meu coração residir a vontade de te querer escutar.
Somos pessoas diferentes, não somos mais quem fomos, crianças apaixonadas, hoje em dia nem amigos somos, lembro-me de ti por vezes e por vezes penso que será de ti.
Pensarás em mim? Não, porque haverias?
Sempre foste mais forte que eu.

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