O mundo anda à volta, sempre sem parar, a vontade que um homem não pode mudar mas, o que acontece a quem deu tudo por um passado que das páginas escritas se quer soltar.
Por mais que as promessas sejam ditas e os momentos recordados, a única verdade é que em mim a esperança morreu.
Vivi na desgraça e na alegria, durante dois anos enfrentei tudo o que poderia haver, a raiva de outros olhos e a pressão de mundos diferentes que se deparavam. E ainda me lembro de palavras que me disseste, conselhos sobre o que havia ou não de fazer, lembro-me de me dizeres os meus defeitos, de me lembrares de toda a dor que causaste, e por muito tempo aceitei viver assim, dei-te razão porque ela tinhas, na verdade nunca me considerei muito boa pessoa.
E lembro-me de confiar em mim tudo o que era mas, de viver contigo o que fez de mim quem sou, os dias bons ao sol e as noites passadas com um auscultador no ouvido e a dor no coração.
A verdade é que mesmo que não o queiras admitir, vamo-nos afastar, pretendes algo na vida, um caminho que eu não posso mais seguir, um caminho onde não figuro.
Voltar atrás, e esquecer o passado, retomar uma vida onde tens os amigos antigos e paixões belas, não é algo que possa julgar mas, ao renegares os últimos anos renegas-me a mim.
E a dor começa a desaparecer mas, à coisas que não consigo esquecer, acusaste-me de tanta coisa e no entanto vejo em ti a repetente, nunca cresci mas, eu nunca cedi, não voltei atrás.
E a tua vida vai andando, e perco o papel que tive, torno-me memória e cordialidades não mantém laços, e gostava de um dia começar de novo longe daqui, talvez antes pudessemos ter durado mas, agora separamo-nos nesta encruzilhada.
Minha mais que amada amiga, vais-te embora, não sou eu que te abandono, a ti dei quem sou, e agora fico aqui sozinho com esta foto, enquanto vives a tua vida, agarrado a um suspiro, já ninguém me conhece.
Um dia talvez recordemos, talvez um dia não nos importemos.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
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