Percorro a estrada, de cabeça em frente e deixando o sol quente ainda presente das réstias do Verão, neste nosso Novembro, as minhas mãos brincando com uma moeda nos bolsos, e o passo leve, quase que sem levantando peso do ser.
Por vezes deixamos os sentimentos consumir-nos, embrenhados na nossa triste condição humana, enrolados sempre num novelo que nunca desprendemos.
Caímos, caímos numa espiral de preocupaçãp, de medo, e de ira, fortalecemos os laços e agarramo-nos ao que já ruíu, e é aí no fundo, que perdemos consciência, não a nossa mas, a consciência da nossa vida, pois se por um momento dermos um passo atrás, veremos que só dentro de nós existem estes nós, e estas cordas que enrolamos à volta dos nossos pescoços.
O mundo segue em frente, nós também, por pior que sejam as situações, há sempre uma solução, o mundo continua a rodar, e nós, nós temos que acompanhar o passo.
E portanto não nos devemos preocupar, não por irresponsabilidade mas, porque é irrelevante, não vale a pena suster a respiração e quebrar frente às adversidades, quer queiramos, quer não, tem tudo um fim, e nós, nós continuamos vivos, sempre vivos no fim.
E caminho assim, desfeito dos meus preceitos, apercebo-me que na realidade, ninguém me conhece, ninguém realmente sabe o que penso ou o que sinto, que dores tenho ou não, e não me importo, porque eu sei quem sou.
Sou feliz na minha incompreensão, todos podem ver-me de uma forma ou outra mas, na realidade, ninguém me comnheçe, sim, tenho amigos, mas na verdade ninguem sabe quem eu sou.
Despreocupado nas minhas andanças por este mundo fora, chegarei ao fim, como daqui parti, como sendo eu mesmo, e poderão tentar saber, perceber, ou comentar sobre a minha natureza mas, quem eu sou? Não sei mas, não conheço quem o saiba.
E portanto aproveito o sol, porque o importante não está no conhecimento, está assim em sentir que em mim ainda à uma parte que é feliz, porque na simplicidade se encontra a verdade, e assim, vivo.
It's a wonder to be alive.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
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