domingo, 11 de maio de 2008
Just Another Portrait
São vários os momentos que me percorrem o pensamento neste momento. No meu bolso estão as chaves de uma casa no qual não me apetece entrar, na mão o bilhete de um autocaro que deveria apanhar mas, a verdade é que a única coisa que realmente importa neste momento é que estou aqui.
Debaixo do sol, a brisa Primaveril trespassa a floresta e leva o cheiro de eucaliptos aos habitantes da vila, caminho pelas ruas estreitas e perco-me nas esquinas, incoscientemente e despreocupado, conversando e deixando o coração e o céu entrarem em sintonia, evitando a chuva por algumas horas, trazendo a luz à minha tarde.
Que maior perfeição pode haver senão estar perdido em montanhas e ruínas, o sol a bater no vidro de um autocarro ou na cara, o som de pessoas a caminahr alegremente, a voz da minha melhor amiga, e estar assim, feliz, não ambicionar nada na vida senão estar feliz como assim, esquecer o que passou e o que vai passar, o mundo hoje não vai consumir o nosso espírito vai sim trazer, de novo, a luz de um Verão que se aproxima.
E agora sentado nesta cadeira, vendo a cidade dormir olho e imagino que tenham inveja, pois estive no topo do mundo, e se morrer neste dia terei sido feliz, neste mundo, quantos conseguem afirmar tamanha coisa.
A luz dos candeeiros tenta competir com a das estrelas mas, nem tão bela, nem tão pura, a luz do sol tentou competir com a luz dela, nem tão bela, nem tão pura, as verdades são subjectivas e eu prefiro a minha perspectiva, que o mundo pode nunca vir a ter ams, ue eu prefiro ser assim, faz-me mais feliz.
E caminhando nestes passeios, junto aos muros húmidos, olhando os verdejantes montes, vejo que pedir da vida tudo não me tarz anda mas, estar assim traz o necessário, a calma de espírito que preciso.
E ela não me vai salvar, não é preciso. Já o fez, porque cada segundo com ela faz-me sentir vivo, como uma canção de verão, como o vôo de uma gaivota sobre o infinito mar , e um dia serei o mar e ela será a Lua, e iluminará a minha vida, enquanto viajo pelo mundo.
Mas, por enquanto contento-me com este autocarro, esta terra bonita, nas copas das árvores tapando o caminho, o sol reflectindo nas janelas, as nossas vozes cantando as músicas da nossa geração, e ela roubando as minhas palavras, e eu dando-lhe as minhas, e percorremos a estrada em direcção ao mundo, pois onde vamos nos segundos entre semanas, não é mundo mas, sim um sonho, que nunca imaginei que ousaria sonhar.
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