quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A song

All I Know
Is that I adore you more than anything
And I don't care
If You Are Annoyed With Me

All I Know
Is being with you means everything
This life without you
Would feel so boring

I'm never gonna go
I just wanted you to know
I'm never gonna go
I Wanted you to know

So please tell me
I'm no tdreaming
Because I would feel so empty
Without You Hugging me

All I Know
If adoring you is a fellony
They would have to take me into custody
Where I would write silly Rhymes
Not ever wondering about wasting time

All I Know is
That a fear is coming over me
That i won't think about you constantly
And that darling can't do
Becausethinking makes me feel so happy

I'm never gonna go
I just wanted you to know
I'm never gonna go
I Wanted you to know

I'm never gonna go
I just wanted you to know
I'm never gonna go
I Wanted you to know

So I write songs
1000 if I have to
To make you see
That forever in my heart
You're gonna be

I'm never gonna go
I just wanted you to know

Na Varanda- There's No Such Thing As A Right Reality PT 1


Deitado na cama. A música beijando-me os ouvidos.
Vejo pessoas a falar mas, as suas vozes são versos numa canção lenta, que progride em mim, fazendo-se ouvir nos meus olhos, fazendo-se ouvir nas pontas frias dos meus dedos.
O tecto é uma tábua rasa. Tanto ou mais que o meu próprio ser, o meu céu urbano, o céu que ilumina, e é um simples tecto mas, torno-o no que eu quiser, na minha mente só há estrelas, vindas de todas as noites onde desejei estar longe.
Quebro-me da realidade, deixo os meus amigos a um canto da divisão, expandindo-a.
As paredes afastam-se, prolongadas pelo som da música. Nesta realidade, o som é a lei, a soberana.
E tudo gira, tudo gira em volta do tecto, este é o seu cento, centro do mundo, ponte para a realidade.

Fecho os meus olhos, queimando a ponte e largando-me por fim totalmente, já não sinto os dedos.

Deixo o meu corpo noutro plano apocalíptico, torno-me frequência AM, uma linha de pensamento nas ondas FM, a voz possuída do teu rádio.
Quem sintonizar encontra a mesma música que estou a ouvir, que me leva para outro mundo, algures na estrelas, uma música que se propaga, toca em todos os que a ouvem.
E o tecto esse limite, esse quebra-se, e abrem.-se vales e desfiladeiros. Embrenho-me na música sobrevoando por cima deles.
Deitado nesta cama posso ir onde desejar, ao sabor do pensamento, livre da dor de pensar, como se Pessoa fosse.
Quando a música acabar, vou voltar ao mundo, desço á realidade. Vozes e vultos regressarão.

E este céu magnífico e mágico desaparecerá. Aproveito os últimos segundos da canção para viajar, e sonhar, sonhar com este céu que nunca irá regressar.

Ghost Stories XII- Laura Crow, Love


Debaixo da casa que se intitula de Hollow Manor, escadas de madeira levam ao promontório, as nuvens cobrindo o sol, pintando a paisagem de azul, banhada pelo pôr-do-sol.
No promontório Laura Crow olha o horizonte, esperando o regresso do seu amado, do seu coração.
De vestido negro agarrada a um pingente com um coração de prata, olhando a linha final do mar, o seu coração latejando.

Mas, em Hollow Manor o tempo não passa, a espera será eterna.
Ao longe, o velho farol de Hollow Manor ilumina a entrada da baía, o lugar onde ele ia aparecer, onde vinha para os braços dela.
O vento levanta-lhe os cabelos negros, e a esperança evita as lágrimas, pois não deseja perder a única coisa que lhe dá sentido á vida.
Pois sem o amor, sem a alegria do seu regresso, a vida é só mais um fardo na sua alma, só mais uma doença de espírito.
E Laura Crow aguarda, aguarda pelas velas brancas do barco dele, levando a mão ao pingente, ao sabor amargo e doce da memória.
A ânsia quase que mata Laura Crow, no entanto a esperança dá-lhe vida e sentido.
Uma folha que cai mas, voa por momentos incertos antes de cair realmente e beijar o chão Laura Crow espera, desde sempre e para sempre, à espera.
Mas, Laura não sabe que a morte roubou o tempo, e agora só resta aguardar pela eterna imortalidade.

Ghost Stories XI- Robert Caulfield, Youth


De frente para o quarto de Kate, encontrava-se outro quarto.
A porta laranja, com a fechadura dourada levando ao quarto de Robert Caulfield, um quarto que é um mundo, um mundo de Robert Caulfield.
As estrelas desenhadas na parede, iluminadas pelo sol que brilha no exterior, a primavera da sua juventude.
Os brinquedo espalhados pelo quarto, locomotivas de madeira, e carros de metal, num quarto onde as arcas se encontram cheias de bonecos, e peluhes, um mundo dentro de um mundo.
A inocência da juventude, o tempo em que se sente o conforto e segurança dos pais, a liberdade do espírito, a liberdade da consciência.
Robert pula, e grita, sorrindo no mundo dentro da sua cabeça, histórias de capa e espada, onde Robert não é um simples rapaz, é um rei, um cavaleiro, príncipe ou um astuto ladrão.
Robert é tudo o que deseja ser.
A juventude é efémera mas, é a altura mais feliz da vida, onde tudo parece eterno.
Deitado agora na sua cama, Robert é e sempre será uma criança, feliz. O solhos castanhos brilhando, o sorriso matreiro debaixo das suas sardas.

Pois o tempo foi roubado e a morte desapareceu.
Criança eterna.
O coração puro para sempre.
Felicidade na juventude.
Para sempre.
A juventude passa num piscar de olhos mas, o tempo em que a vivemos nunca há-de desaparecer.

Cartada do Destino

Na mesa circular, é um duelo do destino, uma total concentração procurando não perder dinheiro...
Esse objecto de corrupção que faz perder almas e cabeças, gera disputa e contendas... Oh calamidade a que o mundo chegou!! Para viver é preciso um papel dizer que podemos.
E, não jogo por ele, não vejo na minha vida uma necessidade de dinheiro, tenho o quanto precisar e não ambiciono mais...Complicações financeiras não são para mim.
Os meus adversários olham-me com nervosismo...a minha calma afecta pois não tenho medo, medo de perder.
Oh sorte...! Cobres todos os que de ti não dependem, pois creio que os teus favoritos são aqueles que atiram o destino para trás.
A última mão é um jogo psicológico do qual não farei parte, os meus adversários temem esta calma de louco...
E desprezo-os pois comprometem a sua integridade ao jogo...Essa é a sua maor aposta não o dinheiro.
Quem vive obcecado pelo dinheiro, está destinado a perdê-lo, a viver como se este fosse ar, desprezáveis são os humanos, mesmo os amigos!
A minha única posse é o conhecimento, o conhecimento de saber que tudo, tudo neste mundo é efémero.
E preparo a última jogada...um estalo na cara da sorte e do risco, apostando todo o meu dinheiro, é um ataque de loucura dizem muitos...Nunca estive tão são.
- Estás louco?
Não, Eduardo. Nunca me senti tão bem...A sorte é de quem a não desejar.

Alexandre Vieira

Perdi A Vontade de escrever


Perdi a vontade de mais uma vez ecrever. Atravesso esta estrada da vida num deserto onde nada me interessa, nem nada me comove.
Diz-se que o homem deve ver o deserto uma vez uma vez antes de morrer, de experienciar o silêncio total do mundo, de forma a encontrar a sua própria voz.
E pergunto-me se é assim comigo. Se devo passar este momento árido na minha vida de escritor para encontrar algor ealmento digno de se escrever.
E ainda não tenho nenhuma novidade quanto ao tema, não tenho nenhuma notícia quanto ao tamanho, só me resta agora esperar.
E a estarei eu á espera de um momento de iluminação, ou estarei a esperar em vão?
Não pretendo passar a vida à espera de inspiração mas, tudo na minha vida é agora um quadro estagnado, uma fotografia, os elementos não movem, nada muda.
E será o grande culpado da minha ânsia, a própria vida em si?
Os mesmos lugares, as mesmas caras já nada trazem á vida, são simples dejá vu's em repetição constante.
E desejo voltar a escrever, pois aparentemente é a única coisa que me faz mover, escrever noite adentro sem nenhum objectivo, apenas reflectindoe repetindo.
Pergunto-me o que há do outro lado da minha janela, um novo mundo sem dúvida, um mundo dentro do mundo.

Quero ver esse mundo, quero vivê-lo, quero relatá-lo, e escrevê-lo para as pessoas, contar as suas histórias o melhor que conseguir.
Um novo mundo, um mundo a que chamo casa, um mundo para mim, lá no horizonte

Lights, Camera, Life


Perde-te na luz.
As linhas que escreves são simples memórias do que alguma vez foste. Como uma polaroid vês todos os passos dados no passado, simples fotografias a preto e branco do que nunca mais volta a ser.
E irás sentir-te assim mais vezes, mais do que alguma vez te lembrarás, porque o futuro para ti será só mais uma continuação no futuro, fechas-te em ti mesmo, os alicerces da tua vida quebrando-se sobre a luz dentro de ti.
Por isso solta-te.
No entanto acordas todos os dias passando à margem, deixando a vida passar ao lado, foste outrora lutado, agora és mais um, bêbado de sonhos perdido em lembranças de quando tudo parecia tão bom, e a luz dentro de ti esmroece com a última lágrima dos teus olhos contra a almofada.
E irás levantar-te, o teu coração sentindo a falta de um lugar imaginário que nunca existiu realmente, um sítio a que chamavas lar, agora são só quatro paredes, do qual perdeste a chave muito atrás no teu caminho.
E onde está a tua voz? Onde estão os olhos que perescrutavam a vida? Estás cego e caíste na canção dolente, esperando por morrer.
Arrastas-te pelas ruas, o céu está sempre nebulado, os sorrisos nunca são os melhores, que falta na tua vida senão tu?
Era este o caminho que desejaste? Todos aqueles anos de luta, de sonhos e de vida para agora deixares a luz terminar, explode.
Deixa toda a luz sair, rasga o mundo a preto e branco, o passado ficou no caminho, o futuro esse é o único destino, e ainda respiras, então ainda tens uma vida para te provares, para seres herói.
Não conquistes o mundo, conquista-te a ti mesmo, e um dia olharás o céu e saberás que foste tudo o que podias ser, pode não ser o sentido da vida ma,s dá sentido a uma.
Rasga as imagens negras das memórias, acaba os pesadelos, queima o mundo que te abate, e apaga as sombras, deixa a luz respirar.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Subterranean Homesick Blues


O sol levanta-se vagarosamente na auto-estrada 51 de meio de nenhures, destino final: Não tenho bem a certeza.
Os meus sapatos rasgados pisam o ferro frio dos carris, os carris que antes de mim foram deitados, e muito depois de mim irão continuar.
Estou afogado em pensamentos, preocupações de 1º mundo como lhes poderia chamar, problemas que a longo-prazo nada me dirão, e não tenho remorsos em desprezar essas questões, pois para onde caminho todas essas pequenas perguntas não me dirão nada.
E o sol matinal ilumina o orvalho, que faz brotar em mim o sabor leve da manhã, os pássaros que voam sobre mim, as pedras que fazem o caminho debaixo de mim.
A vida é problemática mas, não é como outros dirão. muitos vêm o beco, como o último precepício, a falésia, sem olharem para a ponte, o segredo meus amigos, está em não levar tudo a sério.
Acordar na vida, elevar-me sobre as sombras e sobres os pensamentos. Aguentar o tempo suficiente para simplesmente respirar, aí encontrarei a resposta a todas as questões, pois não há problema sem solução, e muitas vezes a resposta está na calma e na reflexão.
Mas, no entanto correm todos os homens nessa longa vida, em círculos. Perdidos em trabalhos e mergulhados na infelicidade e na sociedade que vê a felicidade no trabalho e no desgaste físico e psicológico. Um dia poderei ser eu outro nesse mundo, sem tempo para ver esta luz que se encontra à frente do meu nariz.
O sol espreita agora por entre os arbustos, e a cada passo que dou, o coração acompanha o som, o som da vida, do acordar do mundo. Caminho calmamente, não há nenhum lugar onde precise de estar.
E chamaram-me estrnho e louco, pois não conseguem ver. Somos todos sentimentalistas, e perdemo-nos num mundo que não gira em nosso torno, se nos deixarmos afectar por tudo, todo o tempo iremos perder.
Caminho segura e calmamente, não estou inquieto, estou simplesmente vivo, o som do comboio que se aproxima, e vejo.
Vejo um comboio em direcção desconhecida, preso a horários e a destinos, agarro-me a ele, e sigo, para onde? Não sei. Sou folha de Outono, sou brisa de Verão, vou para onde o vento me levar.
E riqueza, successo, e legado? Viver, esse é o meu legado. Quantos poderão afirmar o mesmo?
Vejo o barco a atravessar o mar. As ondas beijando a quilha, as velas segurando os ventos em si, braços de mãe guardando em si o seu filho.
Nesta praia sou o último marinheiro sem porto. As botas cheias de areia e restos de conhcas mas, encontro-me demasiado cansado para as retirar.
Cansaço, quanats vezes usei esse termo, mais importante, quantas vezes mais usarei? O mundo, esse, nunca terminará de rodar, caso eu viva por cem anos ou menos, irá mudar mas, na minha perspectiva, nunca valerá a pena.
E não é o meu desejo ser eterno, porque eterno é o domínio das sensações, donas de reinos que nunca penetrarei.
Mas, amo a vida. Cada falha, cada buraco, cada sorriso e cada momento, por mais tempestades que haja, basta apenas acreditar, seja em Deus, na ciência ou em nós mesmos, para vermos os mais brilhantes capítulos, portanto nunca conseguirei ser abatido, ou pelo menos nunca me revoltarei contra a vida.
E sou o marinheiro sme porto, sou o último dos grandes navegadores do mar, à espera
de um barco que me leve no horizonte mas, o meu momento ainda não chegou, ainda não é altura de navegar a favor do vento.
Afirmo isto, porque ainda não encontrei o meu rumo, ainda não sei por onde começar, as rotas apresentam-se mas, lançar-me seria imprudente. Esperar também me parece errado.
O porto encontra-se abandonado, o som das ondas rosadas pelo céu de mesma cor, o sol que se põe entre as colinas, e sentado nesta ponte, entrando pelo mar a dentro sinto-me vagarosamente puxado para o mar, navegar no desconhecido, ver o mundo de um prisma diferente, quem nasce sem nunca navegar não é nem mais do que uma alma nova, existe um mundo novo para lá do espaço onde podemos pisar.
No entanto, caminharei em direcção às ondas um dia, seja num barco ou a pé, mergulhar no mar, livre e calmo, mergulhando no oceano eterno, onde ecoa a eternidade.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

.

Will someone please call a surgeon
Who can crack my ribs and repair this broken heart
That you're deserting for better company
I can't accept that it's over...
And I will block the door like a goalie tending the net
In the third quarter of a tied-game rivalry

So just say how to make it right
And I swear I'll do my best to comply

Tell me am I right to think that there could be nothing better
Than making you my bride and slowly growing old together?



I feel i must interject here...
You're getting carried away feeling sorry for yourself
With these revisions and gaps in history
So let me help you remember.
I've made charts and graphs that should finally make it clear.
I've prepared a lecture on why I have to leave
So please back away and let me go



I can't my darling I love you so...
But oh, oh...

Tell me am I right to think that there could be nothing better
Than making you my bride and slowly growing old together?



Don't you feed me lies about some idealistic future
Your heart won't heal right if you keep tearing out the sutures



I know that I have made mistakes and I swear
I'll never wrong you again


You've got allure I can't deny,
But you've had your chance so say goodbye
Say goodbye

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Divina Comédia

Todas as críticas são justas quando em mensagens subliminares.
Tudo é honesto no anonimato e ferroadas são todas apreciadas ou tão bem-vindas.
Tudo no plural implica a ausência de solidão, no entanto brilhantes são as conclusões de quem o discurso cuidar.
Poderemos pôr os pontos nos i's ou ficaremos por acusações ao ar.

- Ar?
- Posso culpar-te?
- De quê?
- Tu sabes


É a divina comédia( Não a de Dante) a de problemas de secundário

Vita Vincit Omnia

De volta aos textos pessoais e aos discursos interminantes sobre a simples vida com um carácter de saga a que chamo de mim.
E metáforas de estrada não conseguem descrever as caminhadas que já andei, e escrita embelezada por advérbios, adjectivos e recursos estílisticos não corresponde mais ao que sinto, pois sinto sobretudo cansaço, e uma falta de mim mesmo.
Torna-se tão fácil cerrar os meus próprios olhos do que tentar atingir os céus, apenas desistir do que agarrar o trapézio. Há sempre a rede aguardando-me.
Mas, por quanto tempo mais irá essa rede estar lá. Legionário como sou devo-me pôr a caminho e ansiar a caminhada mas, de momento a única caminhada é a jornada que faço até à minha cama, onde deitado vejo a vida passar.
E no leito do meu cansaço e da minha atitude passiva irei ser o réu ou a vítima? Quero brilhar mas, o meu único obstáculo é ser eu mesmo, pois a vontade está em mim, atrás de uma cortina de conformismo.
Não é desculpa para desistir, nem desculpar para me queixar mas, levantarei o bordão do caminhante e as togas do vandâlo e andarei por esta terra, pois a vida é a única constante e deixar-me abater por algo nela é nota de ignorância.
Ignorantes são os que se deixam ir abaixo, após uma muralha irá estar sempre a próxima, a vida é uma constante de problemas, no entanto entre paredes está sempre os bons momentos, as memórias que merecem que se lute por elas.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Simon


- Porra!
Simon levantou-se após cair na calçada da rua, o fato negro sujo, os joelhos raspados.
Limpou-se o melhor que pôde com a mão, sacudindo as calças.
Olhou para o relógio que apontava a meia-noite, as ruas ainda apinhadas de gente, resolveu que havia tempo para uma última bebida.
Entrou calmamente no bar de Jazz e sentou-se a um canto a fumar um cigarro, ao fundo uma bonita mulher de vestido vermelho era iluminada no palco enquanto tocava no piano.
Esta senhora lembrava-lhe do seu irmão Sonny. O Sonny tocava lindamente.
Era realmente um pianista maravilhoso, desde pequeno que tocava todos os dias, o grande piano de cauda na sala grande da casa dos pais deles, provando logo aos seis anos que era um rapaz prodigioso.
- Deseja alguma coisa?
A empregada de saia e sorriso olhando para Simon.
- Um pequeeno copo de conhaque, sem gelo por favor.
Enquanto a mulher se afastava, Simon apagava o cigarr, prontamente acendendo o seguinte, era uma noite longa.

- Obrigado a todos os que vieram hoje, o Sonny de certo que agradeceria.
O pai de Cindy lançou um grunhido,, ao qual a sua mulher não contestou.
- Aquele homem pôs a minha filhota na miséria!
- Eu disse-te Anthony, aquele homem era louco, ele ia ser a nossa desgraça, que mal fizemos nós a Deus para merecermos isto?
Simon passou pelo bar lentamente, os dedos deslizando pelo balcão, matutando na bebida que ia beber, odiava eventos destes.
- E matar-se mesmo ao lado da minha filhota, se se queria matar, que fosse longe, à coitadinha.
A tia de Cindy, Jeanette não continha nada, a sua voz estridente ecoando pela sala onde ceiavam os convidados.
- O Dr. Peabody tinha-nos avisado, que aquele homem tinha problemas, devíamos ter insistido, deviamos ter feito algo.
Simon engoliu a bebida rapidamente, era uma anestesia total.
- Um escândalo, um escandâlo.

- Aqui tem a sua bebida.
A empregada loura sorrindo, a simpatia de estranhos.
- Muito obrigado.
Simon sorriu levemente enquanto recebia a bebida e deixava-a junto a si.
- Deseja mais alguma coisa?
- Não, muito obrigado. Uma questão no entanto. Poderia dizer-me se há possibilidades de tocar no piano.
A empregada questionou-se por instantes.
- Não me parece que seja possível...Lamento.
Simon sorriu.
- Não faz mal nenhum.
A rapariga desapareceu na escuridão do bar e Simon ficou sentado a ver a outra mulher a tocar no piano, a música dolente perfurando a noite, a chuva a bater nas janelas.

- Estou cheio.
O pai de Cindy sentado ao lado de Simon, a tia do outro lado, no mesmo táxi.
- Não se preocupe Anthony, a Cindy é forte, ela vai sobreviver a este pequeno incidente, agora o que nos resta é amaldiçoar aquele homem, Sonny Mirror, porque entrou ele na vida da minha querida Cindy.
Sonny olhava para o vidro tentando abstrair-se.
- E já viu?! Ninguém da família dele apareceu. Ele mata-se e nós é que tratamos do funeral dele, a Cindy é um coração de ouro.
- Esses Mirror são muito estranhos. Quase nunca vi nenhum deles, no casamento acho que esteve lá o irmão ou algo assim.
Simon riu-se levemente, enquanto olhava para a chuva que começava a cair nas ruas.
- Acho que ele tinha uma irmã, chamava-se Katherine julgo eu.
O pai de Cindy olhou para a tia.
- Hmmm... Acho que a Cindy já me tinha falado dela, da primeira vez que levou lá esse homem, já aí via como ele era estranho!
A tia ajeitou-se no banco, bastante interessada.
- Como assim? Ele fez algo estranho?
- Nada de especial ao ínicio. Bastante correcto e culto mas, dizia algumas coisas de Kierkgaard e haiku e coisas assim, e ás vezes abstraía-se. E começava a divagar no espaço. Ou então mantinha-se calado durante imenso tempo.
- Que estranho! A Cindy não disse nada.
- Não disse ela ma,s disse eu. Disse para ela se afastar daquele estranho imediatamente mas... Ela não me ouviu! E agora, pronto.
- Pobre coitadinha.
Simon desviou o olhar do vidro e olhou para o refastelado pai:
- Respeitam-se os mortos.
- Desculpe?
- Estava a dizer, que se devia respeitar os mortos.
O homem olhou-o como se vendo um louco, depois apercebeu-se.
- Eu já o vi em qualquer lado...Espere. Você não é o irmão do Sonny, Simeon ou Savio.
- Simon.
O homem olhou mas, foi a tia que falou.
- E não tme vergonha? De nem prestar homenagem ao seu irmão, e comer a nossa comida, onde andou você?
Simon olhou para a mulher de pescoço fino, e fitou-a com os olhos.
- Não lhe pedimos nada.
- Que atrevimento!
- Desculpe, pagamos o funeral e ainda vem com...
Mas, era tarde, Simon pedira ao carro para parar.
- Onde vai?
- Para casa.
- Mas, está a chover imenso homem.
- Gosto assim.
Simon abriu a porta e caminhou com a chuva a cair-lhe no casaco, olhando para a cidade que o rodeava.
- Estes Mirror. Todos eles estranhos.

Simon levantou-se da sua mesa, e deixou algumas notas para cobrir a gorgeta. Agarrou no casaco e lançou-se para a rua.
Outrora tinha passado noites com o seu irmão Sonny a tocar no piano, os aplausos, eram todos para Sonny, ele era a estrela, Simon também o via assim.
Chegou ao seu apartamento que antigamente dividira com o irmão, antes de Sonny ir trabalhar para a Glass publications e ir viver com a Cindy.
Deixou o casaco numa cadeira vazia e sentou-se no sofá. Ligou a luz e começou a escrever na máquina velha de Sonny.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A Lenda Do Peixe-Dragão


-Talvez apanhemos hoje um peixe-dragão, meu filho.
O rapaz olhou perplexo, no entanto a seriedade do velho pai era total.
- Um peixe-dragão? Mas, os dragões não existem!
O pai olhou-o de forma estranha, como se tivesse dito a coisa mais estranha no mundo.
- Quem falou em dragões? Eu vou apanhar um peixe-dragão.
- Pai não existem peixes-dragões.
O pai pausou momentaneamente de colocar o isco, soltou uma alta gargalhada.
- Como podes dizer isso? Já viste algum?
Tinha sido superado.
- Não...
- Então como podes dizer que não existem?
- Porque nunca vi ninguém falar em peixes-dragões.
O pai franziu o sobreolho, e atirou o anzol à agua, uma minhoca na ponta contorcendo-se na água.
- Ouviste-me a mim.
O rapaz sorriu corando.
- Oh...

Lucy preparava o jantar, o marido tinha ido com o seu filho passar o dia nas montanhas a pescar.
Sempre com a porta no canto do olho, procurando sinais de alguma presença familiar, entretanto lavava o mesmo prato duas vezes.
Seguidamente alguém apareceu de rompante na cozinha.
- Mãe, mãe. Apanhei um peixe-dragão!
A mãe olhou primeiro perplexa para o balde de água do filho, onde uma pequena truta nadava calmamente, depois fitou o marido reprovadoramente.
- O que andaste a dizer ao rapaz, Edward?
O marido esboçou um sorriso de orelha a orelha enquanto encolhia os ombros.
- Pai quando é que ele se transforma?
- Mais tarde meu filho, mais tarde.
- Tens a certeza? É que ele parece-me igual.
- A mim parece-me que está maior.
- Pois é!!!


Nessa noite o rapaz encontrava-se debaixo dos cobertores, olhando surrateiramente para o balde de água, esperando que o peixe se transformasse em dragão.
Pouco depois acontecia. Do balde surgia um dragão com aspecto de carpa gigante, as escamas vermelhas e os bigodes amarelos.
Dançava frenéticamente no ar, rodopiando sem parar, nas suas asas o brilho das gotas do orvalho da madrugada reluziam com o luar da lua.
- És mesmo um peixe-dragão?
A bela fera não respondeu, limitou-se a olhar momentaneamente antes de voar em espiral para o tecto.
O rapaz piscou os olhos, a lua desaparecera, e o sol raiava.

- Pai, pai o meu peixe virou peixe-dragão.
O velho pai sorriu.
- Então onde está ele?! Ele tinha ar de ser dos grandes.
Os olhos do rapaz brilhavam, estava extasiado.
- E era pai! Era enorme, e tinha bigodes, e escamas vermelhas! Mas...
- Mas?
- Acho que ele fugiu! Eu pisquei os olhos momentaneamente e ele desapareceu! Achas que ele volta? Eu prometo tomar conta dele.
O pai riu para surpresa do filho, Lucy ouvindo a conversa da cozinha.
- Volta, sim. Todas as noites os peixes-dragão voltam para junto da primeira pessoa que viu quando se transformou.
O rapaz esboçou um sorriso de orelha a orelha.
- A sério?! Ele volta?
- Todas as noites Sonny, todas as noites.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Um Dia Perfeito


- És peculiar. - Disse Cindy após uma longa sessão de observação do que a rodeava.
Sonny apenas sorriu, o sorriso que havia mostrado naquela primeira noite, no clube de Jazz que a encantara para sempre, ela gostava mesmo daquele sorriso.
- Vou dar uma volta Cindy, não esperes por mim. - Disse, abandonando o hotel Reservoir onde se encontrava hospedado.
De chapéu de feltro cobrindo o cabelo curto, Sonny acendeu um cigarro lentamente enquanto olhava o átrio da entrada.
Remenisciente de uma arte oriental, o átrio tinha vários elementos Zen, como pequenas cascatas interiores, ou pequenos budas espalhados pela divisão, o aroma de incenso ardendo lentamente apaziguava a mente, tal como a música de fundo do CD das terapias orientais volume 7.
Sonny de casaco no braço perguntava-se sempre se ao invés de pequenos Budas houvessem pequenos Jesus Cristos se os turistas não achariam isso, "piroso".
Saiu pela porta da frente, deixando uma gorgeta ao porteiro.

- E deixaste-o andar sozinho?
- Annah, o Sonny é um adulto, não precisa de alguém que o vigie todos os dias, eu confio nele.
Do outro lado de telefone sentia-se o silêncio. Annah matutava em cada palavra, como haveria de expressar-se sem ofensa?
- Mas, ele não é normal... O Dr. Jeffrey sempre o disse. Cindy! É pelo teu próprio bem, o bem dele.
Cindy encolheu os ombros e revirou os olhos.
- Ele está muito melhor acredita, desde a última evz a sério.
- Duvido muito. Sabes como esses doentes são, imprevísiveis!
Cindy suspirou, aparando o golpe.
- Esse "doente" de que falas, acontece ser meu marido...
- Desculpa, querida. Mas, podes culpar a tua prima por se preocupar contigo? Não quero que sofras, nunca o devias ter conhecido. Ele é tão estranho.
- Gosto dele assim.
- Mesmo assim querida, algo nele não bate certo.

Passeava pela praia olhando as ondas, o casaco sempre debaixo do braço, observando a espuma gentil do mar que abraçava a areia, as gaivotas sobrevoando-o. Deixou-se ficar parado durante instantes quando sentiu um puxar na manga da camisa.
- Olá Jeanny.
A menina olhou-o dos pés à cabeça antes de fazer um beicinho.
- Não foste tocar piano comigo onem à noite!!
Sonny sorriu e apoiou-se num joelho, era uma menina de sete anos perspicaz, e com um feitio bem vincado.
- Perdoa-me mas, a Kathy Bower estava ali, e sabes que ela também toca muito bem o piano, deixei-a experimentar, não te vi.
A menina afastou a cara, cruzando os braços.
- Eu sou melhor pianista que a Kathy Bower! Trocaste-me logo, mesmo depois de prometido, as promessas não se quebram.
Sonny sorriu melancólicamente.
- Tens toda a razão Jeanny. As promessas são a cumprir. Fazemos assim...vamos dar uma volta na praia para compensar, e eu prometo que hoje toco piano contigo.
- Tens a certeza que não queres tocar com a Kathy Bower?
Sonny sorriu.
- Tenho pois... Tocas muito melhor que a Kathy Bower.
Jeanny olhou-o firmemente, esperando ver a verdade nos olhos dele.
- Está bem! Mas, aviso-te. Não se deixa uma senhora à espera.
Sonny voltou a sorrir.
- Não me esqueço.

As duas senhoras encontravam-se na esplanada do bar do Reservoir Hotel. Pegando num copo com Licor, Linda terminava o seu racíocinio:
- A sério, aquele casal do 427 é estranho.
A sua companheira Margaret anuiu afirmativamente com a cabeça.
- Ouvi dizer que estavam de Lua de Mel. Imagine-se, lua de mel e o rapaz... Sonny não é? Passa a vida na praia a brincar com crianças, parece um bebé grande.
- Ele é muito estranho mesmo... e a mulher dele, a Cindy não fica muito atrás. Sempre fechada o quarto ao telefone. Disseram-me que ela sofria de uma doença.
- Uma doença?
Linda levou um cigarro à boca, satisfeita com a reacção que provocara na amiga.
- Sim. Uma doença severa que não a permite sair à luz. Dizem que o rapaz só descobriu depois de casar com ela, agora tenta fugir dela.
-Rumores Linda. Devias saber melhor, eles são um casal tão bonitinho.
- Mas, estranho... Especialmente aquele Sonny. Não vou muito à cara com ele.
- Tu nunca vais à cara com ninguém-
- Mesmo assim...acho que tenho razões quanto a este.
- Não sejas cusca. É um rapazinho engraçado, e toca bem o piano.
- Pois...talvez.

O sol começava a pôr-se na praia em frente ao Reservoir Hotel. Sonny continuava de casaco debaixo do braço, à sua frente Jeanny corria alegremente sobre as ondas e caíndo na areia rindo-se.
- Jeanny sabias que o mar e a areia são amantes?
- Não me mintas Sonny. O mar e a areia não são pessoas, não podem beijar-se!
Sonny riu-se. Rapariga perspicaz.
- Não sejas objectiva Jeanny. Tem calma e deixa a imaginação eprcorrer-te. Vês como a água percorre milhares de quilómetros só para desfalecer na areia? é um sacríficio, um suspiro só para abraçar a areia.
- Não acredito em ti Sonny! Não me mintas!
- A sério. Quando o mundo nasceu, muito antes de eu e tu, havia duas pessoas que se amavam. Um dia o rapaz aprtiu para o mar procurando a benção do pai da princesa que vivia num país distante. Mas, levantou-se uma tempestade, e o navio naufragou-se. No entanto antes do seu último suspiro jurou que ia voltar a tocar na mão dela e tornou-se na primeira onda.
A princesa aguardando no precípicio foi um dia abraçada pelo mar, pela onda, pelo príncipe, e o seu coração preocupado desfez-se em alívio. E a princesa desfez-se em grãos de areia, querendoe star para sempre com o seu amado.
A rapariga franziu o olho.
- Continuo a não acreditar em ti.
Sonny deu uma gargalhada.
- Talvez tenhas razão, posso sempre sonahr, não posso?
- Que sonho mais parvo, eu queria ser uma cantora.
Sonny fingiu um ar sério.
- Mas, já és. Ou sou demasiado mau pianista para si?
Jeanny pôs a mão na dele e diss, confortando-o:
- Não é seres mau, és muito bom, melhor que o papá ma,s não és famoso, eu rpeciso de tocar com alguém famoso.
Sonny riu-se alto. E assim foram caminhando, pela praia em direcção ao pôr-do-sol.

Sonny sentou-se na cama. Cindy dormia confortávelmente ao seu lado, olhou para o relógio. Uma hora para ir ter com a Cindy e tocar o seu piano.
Abriu a gaveta, e tirou um revolver .22. O cano na sua boca, um único disparo.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Cadavrae Exquis- Salvator del Grecco e Aleksis Stepanikov

Vagueio na noite escura em busca de uma direcção, algo que me diga aquilo que quero ouvir...Ouvidos são paredes surdas que gritam bem alto para ninguém ouvir.
Som sónico. Perco-me em palavras.
A divisão em que vivo enche-me de pensamentos surdos, sou um vagabundp de palavras, e perco-me nos distritos do pensamento.
A rainha das sombras, é o pensamento monótono da alma que já não tenho.
Desesperado, quero-te encontrar...Sonho alto, pés continumam bem assentes no chão...Não sei bem como te procurar...olhos erguidos para a lua, ritmo cardíaco silencioso...Já não estás comigo, já não tenho sentido da vida, vêm a mim lua isolada do mundo, penetra o meu pensamento...encontra-me...
Procura-me nas avenidas. Grita-me nos corredores.
Tenho vinte e cinco no bolso, e um nos lábios, chama imprecisa toca o ritmo das minhas veias enquanto te espero.
Sinto o isolamento, sinto a pressão, mágoas são sabores amargos no céu da boca.
Papilas gostativas, pervertem o meu funcionalismo cerebral, máquina ruidosa silencia as minhas reflexões amargruadas pelo cursod a vida...Estagnados estão os que pensam em décibeis...
Cordas vocais roucas, na manifestação de corações do meu mundo, gritos da sociedade insincera.
Levanto-me e ando milhas no meu quarto, tentando mudar o mundo. Sou voz perdida, sou o militante sem nada a defender.
Líder defensor de uma causa lutando contra a corrente de ignorantes, idiotas sem rumo não reconhecem verdadeiros heróis, but rememebr this: Os verdadeiros heróis não se vêm em retratos, os verdadeiros heróis são todos aqueles que pensam e lutam até ficarem sem voz...
A voz da alma.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Letter To Catherine Pt .Deux


Por vezes não é fácil esta vida que vivemos pois não catherine?
Caminhar sem saber se estamos acompanhados ou se na verdade é tudo uma ilusão e a úncia verdade é que estamos sozinhos neste mundo, estar mal sems aber bem porquê.
No entanto é tudo normal, são fases de passagem, que testam a nossa paciência e a nossa presveerança, e eu acredito nos apssos que damos minha querida amiga, acredito que ultrapasssamos tudo e que no fim do dia sabemos que é bom voltar a estar vivo.
Pode anoitecer na tua vida, a escuridão, a solidão e o silêncio entorpecer-te ma,s a verdade é que a manhã chega sempre, e sei que estarás lá apra ver a alvorada do dia, pois o amanhecer da tua vida, é o mais brilhante despertar da mente.
Pois crias barreiras a tu mesma, consideras-te fraca e julgas-te quem não és. Eu digo-te quem és. És o oposto do que acreditas ser.
As tuas crises não são lamentáveis, são sacríficios que fazem os sorrisos render. As tuas palavras não são idiotas, são coisas a ter em conta, a relamente ouvir.
Pois as pessoas dividem-se em dois grupos, as que falam sem empregar palavras mas, simples sons, e pessoas como tu, cujas palavras proferidos adoptam ideias e imagens e ganham espaço no pensamento.
Está um vento forte a gritar pela minha janela, está uma vela de um barco rompida no barco mas, apenas naufraga quem o coração de pedra tiver, no entanto dear catherine, és uma marinheira da vida, e a tua virtude é o farol, e a tua personaldiade os remos, apenas precisas de aguentar um pouco mais.
A tempestade vai acabar, a crise há-de passar, é tudo um momento, deixa as preocupações voarem por essa janela fora

Another One Hundred Typed Out Stuff


Serão estas luzes para mim?
No meio desta confusão apocalíptica que é o caminho, encontro-me guiado pela luz cada vez menor dos candeeiros de rua. E no entanto são mais que suficientes, a eles devo a esperança de sobreviver ao caminho.
Não tenho nada senão histórias a contar. Cantigas e modestos relatos das terras que fazem o mundo, e procuro o caminho por toda esta abandonada cidade.
Tenho metade da tua carta rasgada entre os meus deds, as minhas mãos tem a sua pele gasta, e as cicatrizes de todas as memórias que foram deixadas para trás.
Caminho pela mesma avenida, aquela pela qual caminhei antes de deixar de acreditar, todos os momentos antes de aprender a sofrer, e por vezes é dificil demais dar o passo em frente mas, na ponta dos meus dedos estão todas as músicas da minha vida.
Músicas, letras, ritmos e percussão, a bateria de 30 peças é o meu coração que bate e quebra o silêncio da chuva, o ritmo da guitarra, é o grito de liberdade de estar a andar sozinho no mundo, e o aocmpanhamento do baixo é cada passo decidido e apaixonado que dou em frente.
E que caia este granizo, pois cerro o meu punho com força e não abandono a minha caminhada. Todas as dores, todos os remorsos são momentos nas asas do vento, a felicidade aguarda-me do outro lado da cortina de água.
Tenho meio coração desde que a manhã começou mas, nos meus ossos tenho os desejos de horizontes, e cada passo é díficil, preces quebradas e torcidas mas, incompleto não sobrevivo.
Levo coração de cientista e sei que ainda vivo, as botas de velho viajante levam-me mais uns quilómetros, e tenho uma foto de casa dentro do casaco mas, casa é do outro lado do mundo.
Não sei o que procuro, nems ei o que quero. O meu corpo é um mapa de erros e contos, e levo no espírito as histórias do mundo que irei contar, a tudo o que estiver do outro lado da chuva.
Metade das minhas palavras estão debaixo da luz, metade da minha vida está afogada ams, não é na tempestade do momento que eu desapareço.
Sou caminhante, e contador de histórias. O mundo é a minha casa, e a ele dou o testemunho da beleza que a vida é.
Tenho uma febre no coração, uma febre de viver, tenta matar-me com granizo, apatia e neve, eu hei-de sobreviver

For Allison

Ali,

Escrevo-te esta carta no meu quarto, escondido do mundo, vivendo o passado.
Allison disseste-me naquela noite no bar que te ias embora, e mal disseste essas palavras senti-me perdido.
Senti que o mundo estava a ruir à minha volta, sentia que o único apoio que me seguravam sobre este mundo se estavam a desabar, senti que a minha vida entrava no caminho que há muito os meus amigos disseram que eu tinha traçado.
E tinhas razão em tudo o que disseste, não sou bom para ti. Eu sou um túmulo de onde não há saída, Ali, mas eu amo-te. Mesmo tendo cometido erros no passado, mesmo ido por caminhos que nunca desejei e nunca ter tentado sair deles, deixando-me destruir lentamente à frente dos teus olhos, prometo-te que não se vai repetir.
Sei que não é a primeira vez que te prometo isto, sei que já quebrei a tua confiança anteriormente. E Allison, só consigo imaginar o quanto sofreste durante aqueles meses todos, aqueles anos em que fui um fardo e não alguém digno de ti.
E não tenho grandes posses na minha vida senão o meu amor por ti, todos dizem que desapareceste mas, sei que ainda há uma chance, pois como dizes "onde há uma vontade, há um caminho".
E lembro-me também de outras palavras que me disseste naquela noite, lembro-me de dizeres que eu podia ir ter contigo se largasse a droga, se deixasse de passar os dias meio-morto.
Ali consegui, deixei. Porque por ti não há sacríficio demasiado grande. neste momento estou demasiado nervoso para escrever, a pensar que vou ver-te de novo, que podemos voltar a estar juntos.
Não consigo, tenho que parar de pensar, escrevo-te de novo no caminho.


-Stephen

P.S- Vendi a minha guitarra para comprar um motor novo para a moto

Lindos Meus Cabelos, E Verdes Meus Olhos


Define-te com uma palavra.
Todos os segundos que passam, perdes-te mais na vida, tornas-te mais num vulto, perdes os sonhos que tiveste demasiado medo de agarrar.
Tens medo de envelhecer e pensas que ainda falta tempo mas, antigos amantes não tem medo de dizer que à muito que envelehceste, o teu coração é à muito uma instituição falida.
E passas os dias a olhar para o ecrã da televisão, os teus olhos vazios e perdidos, nunca reparando que atrás de ti todos os teus sonhos, ambições e vida desaparecem nas tuas costas, como se uma leve brisa de verão se tratasse.
E dei-te os melhores dias da tua vida, disseste outrora, e eu digo-te que não fui ninguém senão uma antromorfia dos teus próprios pensamentos.
Eu fui a falta de paciência para tudo no teu mundo, a irritação, a alegria, a imaturidade, o conforto e a paranóia, eu fui os caprichos da tua mente jovem e ingénua que acredita nunca ter caído.
Mas, de lindos verdes olhos, e de misteriosas sardas que fazem a tua cara, não há um traço de genuídade, e dois palmos de bela cara não te vão salvar de todos os obstáculos da vida.
E se me perguntares a minha honesta opinião, digo-te de seguida a tua palavra:

Deserto.

Um deserto de amor, de simpatia, de amor por todos, de respeito, de dignidade, és um deserto de tudo o que é bom, uma selva de tudo o que possas odiar.

E julgas que não cais mas, amor, já caíste.
Em tempos quis fazer de ti minha noiva, no meu pensamento agora só resta a apatia.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

100 Resolutions


Quando subirem os fogos de artíficio apagar-se à a lma, afudnando-se em introspecção prounda.
Nunca me arrependi no meu caminho niilista mas, nem sempre fiz as melhores escolhas, pois permito a mim mesmo falhar, ou por vezes simplesmente falho em tentar, pois tenho em mim pouca confiança, e nos meus feitos vejo pouco alcançe.
Mas, nesta noite em que a festa e a amizade percorre o som e a luz e propaga-se, estou só. Longe de casa e do mundo, um vagabundo de pensamentos, preso simplesmente pela memória, e é a memória que nesta noite me prende.
Que são as estrelas senão a memória de algo do passado, não vivemos o presente, longe disso. O céu estrelado que vemos tem milhares de anos de idade, quantas estrelas das que vejo estão na realidade apagadas? Memórias de mundos distantes desaparecidas num só céu.
E no entanto desejo esse futuro. A minha luz iluminar muito depois de estar aqui, ainda influenciando, uma memória do mundo, uma marca no mundo.
E são ambições grandes mas, é para mim o sentido da vida, deixar algo digno de ser lemrbado, pelos meus amigos, pela minha família, pelo mundo.
E ainda não cheguei a esse ponto ma,s hei-de lá chega um dia.
É longe do barulho e das pessoas que os meus pensamentos são mais claros, o discernimento melhor, e agora estou aqui mais um ano, ainda vivo, ainda com o meu coração a bater pelo mesmo horizonte.
E na altura dos desejos, as minhas resoluções serão mais de doze, serão cem, por cada sonho, por cada cicatriz, por cada novo amigo, por cada nova paixão, por cada novo passo vida adentro, uma vida no qual quero ser lembrado como boa pessoa.